quarta-feira, 18 de maio de 2011

As coisas pequenas (Charles Spurgeon)

[Charles Spurgeon] 

Somos incapazes de realizar o mais humilde ato da vida cristã, se não recebemos de Deus o vigor do Espírito Santo. Com certeza, meus irmãos, é nestas COISAS PEQUENAS que geralmente percebemos, acima de tudo, a nossa fraqueza. Pedro foi capaz de andar sobre a água, mas não pôde suportar a acusação de uma criada. Jó suportou a perda de todas as coisas, porém as palavras censuradoras de seus falsos amigos (embora fossem apenas palavras) fizeram-no falar mais amargamente do que todas as outras aflições juntas. Jonas disse que tinha razão em ficar irado, até à morte, A RESPEITO DE UMA PLANTA.

Você não tem ouvido, com certa freqüência, que homens poderosos, sobreviventes de muitas batalhas, foram mortos por um acidente trivial? John Newton disse: "A graça de Deus é tão necessária para criar no crente a atitude correta diante da quebra de uma louça valiosa como diante da morte de um parente querido". Estes pequenos vazamentos precisam dos mais cuidadosos tampões. Nas coisas pequenas, bem como nas coisas grandes, o justo tem de viver pela fé!

Crente, você não é suficiente para nada! Sem a graça de Deus, não pode fazer coisa alguma. Nossa força é fraqueza - fraqueza até para as coisas pequenas; fraqueza para as situações fáceis, bem como para as complexas; fraqueza nas gotas de tristeza, como também nos oceanos de aflição. Aprenda bem o que nosso Senhor disse aos seus discípulos: "Sem mim nada podeis fazer" (João 15.5).


Fonte: Editora Fiel - Devocional do Mês, 2ª edição, Maio/2011. Via e-mail. [http://www.editorafiel.com.br/artigos_detalhes.php?id=198 ]

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Você é um Verdadeiro Membro de Igreja?

[por Conrad Mbewe]

"Muitos crentes vão à igreja da mesma maneira que vão aos Correios. Não sabem quem abriu a agência ou a limpou. Não se importam com quem mais ali está, exceto os funcionários no balcão. Tudo que desejam é enviar suas correspondências e ir embora. Nem mesmo se interessam em olhar rapidamente para as outras pessoas que estão na fila, a menos que alguém lhes chame pelo nome. Se isto acontece, então se voltam e conversam um pouco com aquela pessoa.

Isto é o que acontece a muitos crentes. Tudo que lhes interessa é desfrutar do culto, do pastor e de sua mensagem. Não sabem quem abriu o templo, quem o varreu, colocou os hinários nos bancos, etc. Tudo que desejam é ouvir o sermão e desaparecer, voltando para casa. Se alguém os cumprimenta, então param, conversam um pouco antes de sumirem, retornando para casa.
Com certeza, isso está errado. Todo crente deveria ser um membro ativo de sua igreja. Se você é culpado desse tipo de atitude em relação à igreja, deve parar. Precisa tornar-se membro de uma igreja local e fazer que sua membresia seja significativa.

Isto é o que Bíblia ensina com a expressão .em um corpo., encontrada no versículo que citamos no início. Em sua conversão, você foi espiritualmente unido ao corpo de Cristo. Isto acontece porque a salvação assemelha- se a um pacote. Inclui regeneração, justificação, adoção, habitação do Espírito, etc. Um dos elementos deste pacote é a união com Cristo, ou seja, o processo pelo qual o Espírito Santo o enxerta no corpo de Cristo, de modo que você se torna um membro orgânico desse corpo (1 Co 12.12-13), ao invés de um membro autômato.

É necessário que esta experiência espiritual seja traduzida para termos concretos por meio de sua deliberada união visível a um grupo de crentes. Por causa de nossa união espiritual com Cristo, ajuntar-se a um grupo de crentes tem de ser desejado por você. Precisa haver em você o desejo de pertencer ao povo de Deus, que constitui a família dEle. Isto é o que significa ser membro de uma igreja: é uma expressão externa e objetiva de uma experiência subjetiva e íntima.

O Novo Testamento não menciona qualquer coisa a respeito de crentes que não se importam com a igreja e vivem isoladamente a vida cristã, andando para lá e para cá. Você tem de pertencer a uma igreja local. Existem muitos crentes que são semelhantes a ervas aquáticas, vivem flutuando de igreja em igreja. Não pertencem à membresia de nenhuma delas, mas estão presentes a todas as .poderosas. reuniões da cidade. Onde for aberta uma nova igreja, ali os encontraremos. E, se outra igreja for estabelecida, tais crentes mudarão para ela.

O seu crescimento espiritual é o motivo pelo qual Deus deseja que você se torne membro de uma igreja. Tornar-se membro ativo de uma igreja não é opcional ao seu crescimento na santidade. As inevitáveis implicações de pertencer à membresia de uma igreja podem ser resumidas na palavra .responsabilidade., sendo esta uma responsabilidade que temos indiretamente para com Deus e diretamente uns para com os outros. Considere o exemplo dos discípulos apresentado no Novo Testamento (At 2.42-47; 4.32-35).

Este é o motivo por que sua membresia a uma igreja não pode consistir apenas de um registro formal no rol de membros. Precisa ser expressa em envolvimento prático em toda a vida da igreja. Torne-se semelhante a um filho que se envolve positivamente nas tarefas do lar.

Você é um verdadeiro membro de igreja? Se não, acabe com essa atitude imediatamente! Se é membro de uma igreja, você é responsável? Existe uma diferença real entre você e os visitantes? Pense sobre os membros de sua igreja, você os conhece, está orando e se interessando por eles, a fim de ajudá-los em suas necessidades? Torne-se agora um responsável membro de igreja."



sexta-feira, 29 de abril de 2011

Você não pode fugir!

O AMOR QUE NUNCA NOS DEIXARÁ
[by Fellipe Mastrillo]


"15 de agosto de 1878,
 
Antes
 
Eu estou tentando fugir a mais de um mês. Mas parece que cada vez mais estou encurralado. Sei porque sinto essa sensação estranha de que ele me pegará a qualquer momento; a qualquer hora. Talvez quando eu dobrar a esquina ou quando chegar em casa. Não sei realmente se conseguirei escapar, mas o meu coração, teimoso e enganador, diz para eu seguir em frente. Vai. Diz que é melhor assim. Afinal de contas, eu estou livre novamente. Mas todos nós sabemos, coração, que estou mais preso do que antes. Numa cela mais fria, mais desumana e mais triste, onde os dias são tão escuros como as noites de lágrimas e sofrimentos.

Estou tentando fugir. Mas por que ainda penso que escaparei ileso? Não sou mais inteligente do que ele. Não sou mais astuto. Não sou mais rápido. Não tenho recursos. E cada dia que passa, fico ainda em situação pior. Não consigo dormir por causa da consciência pesada. Não consigo encontrar mais nenhuma satisfação. Nada. E embora as pessoas não saibam que sou um fugitivo, tendo a me esconder delas. Não consigo me relacionar direito; pensar direito. Vivo no mundo onde único habitante sou eu. Onde também sou o criador dele.

É horrível.

Depois

Ele me achou. Encurralou-me. Não há mais saída. Não há como escapar. Não há como fugir mais, simplesmente porque ele cuidou de tudo até nos mínimos detalhes e tirou de mim toda chance de escapar de suas mãos. Ele me achou e agora percebo claramente, tão claro como vejo uma árvore em um dia ensolarado, que foi inútil tentar fugir dele. No final das contas, eu era como uma zebra tentando fugir de um leão em campo aberto. Ela não conseguiria, eu não consegui. Agora estou aqui, em um canto da minha casa, onde menos eu esperei que ele pudesse me achar, escrevendo essas últimas linhas até que finalmente eu me renda e me entregue. Ouço seus passos se aproximando. Ele está aqui. A maçaneta começou a girar lentamente. É o fim. Ele me encurralou. Não tem como escapar mais.

Escute, fugitivos, não importa o quanto você corra, ele corre mais. Não importa onde você se esconda, ele te achará. Não importa o quanto você fuja, ele te encurralará. Você será pegue. Você será achado. Um hora ou outra, quando você menos esperar: você será encurralado.

Escute, fugitivos, ninguém nunca conseguiu escapar de suas mãos. Ninguém. Então, não perca tempo tentando, porque simplesmente não há salvação nesse sentido.
 
Ele então entrou no quarto, onde eu me escondia e se aproximou de mim.

- Eu me rendo - Eu finalmente disse. Larguei as armas no chão e cai de joelhos aos seus pés.

- Eu já lhe disse, meu filho - ele falou amorosa e firmemente como só ele faz bem. - Você é meu. E eu nunca perco nenhum dos que são meus.
 
Aqui, eu encerro a minha fuga: Deus nunca deixará que um filho seu se perca. Não deixará, por mais que você tente fugir. Ele irá te encurralar até que você perceba que a sua vida já não tem mais sentido algum se não for ao lado daquele de quem ninguém escapa. Assim como fez comigo. Se você é filho verdadeiro, você nunca será feliz enquanto não se render. Não fuja mais. Não adianta. Ele irá te achar. Ele irá fazer isso custe o que lhe custar.

E lembre-se sempre e não pense que será diferente com você:

Você é dele. E Ele nunca perde nenhum dos que são dele.

Por isso, renda-se agora mesmo. Esse é o amor que nunca nos deixará. "



terça-feira, 5 de abril de 2011

Desafio aos novos reformados

Cito as palavras do Rev. Augustus Nicodemos Lopes escritas em seu post "Um culto em Mars Hill Church", que nos convidam a uma reflexão de qual deve ser a nossa postura, enquanto novos cristãos reformados a se levantarem no mundo, e de forma especial no Brasil, especialmente no que diz respeito ao equilíbrio entre princípios bíblicos para o culto cristão e comunicação com nossa cultura e com os não crentes. A conclusão de seu post foi:

"Mas, penso que o princípio por detrás de Mars Hill merece nossa consideração. Ou seja, que nós, reformados no Brasil, precisamos encontrar uma maneira de ser reformados que seja mais eficaz e relevante para nossa própria cultura, sem comprometer princípios bíblicos. Precisamos refletir seriamente sobre o quanto na tradição reformada é inegociável por ser bíblico, e o quanto pode ser alterado e mudado por representar apenas a maneira reformada de ser de nosso pais e avós séculos passados."

 Este é um dos grandes desafios para as igrejas de fé reformada no Brasil, e também no mundo. Encontrar esse equilíbrio. Não estar focado em tradicionalismos ou formalidades que não fazem parte do ensino bíblico. Não se prender em coisas do passado que são negociáveis, mas também não abrir mão do que é inegociável. Não pregar nada além de Cristo, não precisar de marketing ministerial, mas também não desprezar o diferente, aquilo que aproxima a igreja dos perdidos e da realidade cultural em que estamos inseridos.

Isso é muito difícil. Normalmente, cambaleamos para um dos dois extremos: ou somos tradicionalistas e nos prendemos a formalismos, excluindo formas diferentes de alcançar o mundo (como estilos musicais, ordens de culto, maneiras de ministrar a Palavra, estilos de vestir, etc); ou, no outro extremos, abrimos mão da verdade bíblica, da reverência e respeito que devemos ter ao cultuarmos a Deus e do foco em Cristo e sua Palavra, e passamos a nos preocupar apenas com o que irá agradar ao público-alvo. Nenhuma das duas coisas é boa. Precisamos encontrar o meio-termo diante de tudo isso, para que vivamos nossa missão de sal e luz do mundo com integridade, mas também sem preconceitos.

Deus nos guie.

sábado, 2 de abril de 2011

Quando Deus fica em silêncio...


"Então veio um vento fortíssimo que separou os montes e esmigalhou as rochas diante do SENHOR, mas o SENHOR não estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o SENHOR não estava no terremoto. Depois do terremoto houve um fogo, mas o SENHOR não estava nele. E depois do fogo houve o murmúrio de uma brisa suave. Quando Elias ouviu, puxou a capa para cobrir o rosto, saiu e ficou à entrada da caverna." (1 Reis 19: 11-13)


Num tempo de tanto barulho e confusão, vozes que não cessam, relações sociais, pessoais, virtuais e um tempo que não pára, é preciso treinar os ouvidos para ouvir além do som. Ouvir o silêncio. Pois é nele que, muitas e muitas vezes, Deus fala. O silêncio de Deus não significa, necessariamente, um castigo ou um despreparo ou desmerecimento nosso de ouvir a Sua voz. Significa, simplesmente, que Ele escolhe uma brisa suave, ao invés do vento forte, do terremoto ou do fogo abrasador para falar. Assim, nossos corações é que precisam aprender a ouvir, e não o Senhor mudar o seu jeito soberano e sempre perfeito de se comunicar conosco. Somos nós que precisamos aprender a parar, acalmar, esperar com paciência e confiança. Hora de parar de gritar para poder ouvir. Ele sempre está falando.


[O grito desesperado de um Filho. O amor sempre constante e perfeito de um Pai.]

"Pai, eu sei que o Teu silêncio só me basta
Que o Teu calar diz mais do que palavras
Mas sabes, no momento, que eu preciso ouvir,
Ouvir Tua voz...

Pai, eu sei que errei e quero te pedir perdão
Talvez o Teu silêncio seja a correção
Talvez eu não esteja tão maduro assim
Pra te ouvir falar

Pai, desesperado clamo Tua compaixão
Não posso suportar a dor da solidão
Sussurra ao menos algo ao meu coração
E então, me diz qual é o meu caminho,
Minha direção
Minh'alma está gritando, pronta pra te ouvir
Renunciei minha vida e hoje estou aqui.

Fala ao meu coração as coisas do Teu coração
Se Tua palavra me fizer chorar,
Sei que é por amor...
Quebra o silêncio, então
E toca-me com Tua mão
Fala com Tua voz de Pai
Dá-me Tua paz...

.......

Filho, eu sempre estou falando pra quem quer ouvir
E mesmo se não falo, sempre estou aqui
Até quando descanso, olho por ti

Filho, se a vida te machuca sofro por ti
Carrego-te nos braços, pode crer!
Confia teu futuro em minhas mãos,
Filho meu!

Sim, esqueça o teu passado, já te perdoei
Por tantas vezes tua vida eu restaurei
Sou eu quem te renova e te faz feliz!

Não, não fique assim gritando,
Pois já estou aqui
Faça silêncio em torno do teu coração
O meu falar é baixo,
Podes não me ouvir...

Dá-me teu coração
As dores do teu coração
Se minha palavra te fizer chorar,
Saiba é por amor!

Dá-me teu coração
As dores do teu coração
Falo com minha voz de Pai
Dou-te a minha paz!

.........

Pai,
Agora eu sei que o Teu silêncio só me basta..."


[Chamando Deus de Pai - Dalvimar Gallo]

segunda-feira, 28 de março de 2011

Os 4 Pontos do Novo Calvinismo

Por Filipe Niel

No meu último post eu mencionei o tempo que passei em Orlando na conferência do ministério “The Resurgence”, e toquei brevemente na palestra do Pastor Mark Driscoll em que ele esboçou o que ele crê serem os 4 pontos do Novo Calvinismo. Vou aproveitar este espaço para apresentar em primeira mão as quatro marcas que Mark Driscoll acredita definirem este movimento sólido que vem sendo chamado de Novo Calvinismo. Se você nunca ouviu falar sobre Calvinismo, eu te aconselho a ler este e este artigo. Se você nunca ouviu falar sobre o Novo Calvinismo, eu te aconselho a ler este e este artigo.

Agora que você já sabe o que é o Calvinismo e o que é este movimento que tem sido chamado de Novo Calvinismo, deixe-me apresentar os quatro pontos que o Driscoll crê serem os definidores deste movimento.

1. Teologia Reformada: Não sei se preciso explicar este ponto, mas por teologia reformada ele quer dizer os 5 solas (Somente as Escrituras, Somente Cristo, Somente a Graça, Somente a Fé e Glória Somente a Deus) e a cosmovisão da Reforma de que existe um Deus Todo-Poderoso e Soberano, que em sua soberania escolheu na eternidade passada aqueles que seriam salvos por sua graça. Este Deus misericordioso e justo, decidiu que seu próprio Filho pagaria pelos pecados daqueles que ele escolheu para serem salvos. Na cruz, Jesus Cristo recebeu os nossos pecados, e pelo dom da fé nos é imputada a justiça de Cristo. Somos salvos não por méritos nossos, mas sim pelo que Cristo fez na cruz em nosso favor. É óbvio que a Teologia Reformada não se restringe a este parágrafo, mas estas são as linhas gerais e essenciais da Teologia daqueles que fazem parte deste Novo Calvinismo. Se você quer ler mais sobre este assunto, recomendo que você leia este artigo.

2. Relacionamentos Complementares: Aqui o Driscoll defende que homens e mulheres são iguais em natureza e valor, mas possuem papeis diferentes tanto no lar quanto na igreja. O Novo Calvinismo é composto de Igrejas, Ministérios e indivíduos que entendem que a liderança da igreja e do lar foi desenhada por Deus para ser desempenhada por homens. Ao mesmo tempo este não é um movimento chauvinista que excluí e humilha a mulher, pelo contrário, é claro aos membros deste movimento que as mulheres não devem se submeter aos homens de uma forma geral, mas sim cada uma ao seu marido. Driscoll defende que à mulher é dado o título de ajudadora, título esse que apenas Deus e a mulher recebem em toda a Bíblia. Se você quer saber mais sobre este assunto, recomendo que você leia este e este artigo.

3. Ministério Cheio do Espírito Santo: Cada vez mais membros deste Novo Calvinismo adotam uma posição não cessacionista com relação aos dons espirituais, ou seja, cada vez mais adeptos deste movimento chegam ao entendimento de que dons como o dom de línguas ainda estão ativos e podem ser dados pelo Espírito aos crentes de hoje. Isso não significa que todos os Novos Calvinistas falem em línguas e nem que todos eles sejam não cessacionistas, (na mesma conferência o Dr. R. C. Sproul esteve presente e deixou claro que é um cesacionista) mas quer dizer sim que grande parte das pessoas deste movimento crê na contemporaneidade dos dons, e que dentro das regras estipuladas por Paulo em 1 Coríntios 14 os dons podem sim estar presente na igreja cristã de hoje.

4. Prática Missional: Em resumo, isso significa que nossa vida deveria ser intencional. A decisão de onde vamos morar, onde vamos comprar pão, sair para jantar e muitas outras decisões que tomamos deveriam ser tomadas com a intenção de espalharmos Cristo na cultura em que estamos envolvidos. Devemos ler a Bíblia e o jornal do dia, e então usarmos a Bíblia como lente da leitura do jornal e como fonte de explicação das notícias do jornal. Precisamos nos engajar na cultura em que estamos inseridos, lembrando que todas as igrejas são influenciadas pela cultura, a pergunta é pela cultura de qual Século a sua igreja está sendo influenciada? Esta é a visão do Driscoll e um dos pontos definidores deste movimento chamado Novo Calvinismo, se você quer saber mais sobre o que significa ser “Missional” recomendo que você leia este e este artigo.

Estes são os quatro pontos que o Driscoll apresentou como sendo as marcas do Novo Calvinismo, ele reconheceu que nem todos que são parte deste movimento compartilham dos quatro pontos, confessou que ele e a Mars Hill tem lutado para entender e aprender o que significa ser uma Igreja Cheia do Espírito, nos chamou a aprendermos com aqueles de quem discordamos e a mirarmos nossas armas para fora do “arraial” evangélico, naqueles que são verdadeiramente inimigos do evangelho.

Espero ter sido útil.

Retirado do Blog do Filipe Niel. Recomendo!


[Lido no Blog do Pedro Pamplona. Também recomendo!]

sábado, 19 de março de 2011

BBB: atentado à sociedade brasileira!

Crônica de Luiz Fernando Veríssimo sobre o "BBB"

"Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço...

A décima primeira (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil, encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 11 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos.

Gays, lésbicas, héteros... todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterossexuais. O BBB 11 é a realidade em busca do IBOPE.

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 11. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os “animais” do “zoológico”: o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a “não sou piranha mas não sou santa”, o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta, a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!).

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível.

Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?

Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados.

Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia.

Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas, porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.

Heróis, são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína, Zilda Arns).

Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. E aí vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani, da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia, se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!)

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.

Em vez de assistir ao BBB, que tal ler a Bíblia, orar, ler um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa. Ir ao cinema, estudar, ouvir uma música edificante, cuidar das flores e jardins, telefonar para um amigo, visitar os avós, pescar, brincar com as crianças ou, simplesmente, dormir.

Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade."


[Recebido por e-mail. Como não assisto esse programa, não posso confirmar qualquer informação. Mas o todo do texto tenho certeza que é verídico, seja ele do Luiz Fernando Veríssimo ou de quem for. Nossa sociedade brasileira está entrando no caos total.]


"Só tenho você..."

Vem me socorrer
[Palavrantiga]


Paradoxo do Cristianismo. Somente nele podemos ter uma Única Coisa e,ainda assim, ter tudo.






"Não tenho um tom
Não tenho palavras
Não tenho um acorde

Que me socorra agora
Tudo foi embora
Só tenho Você...

Havia um silêncio
Que mostrou os meus vícios
Me agarro contigo
Vem me socorra agora
Tudo foi embora
Só tenho Você agora...

E essa não é mais uma canção de amor
Não, não, não

Eu canto pra ti
Sei onde estou
Olhando pra mim posso saber
Que nada sou

Eu grito pra Ti 

Oh Deus, vem me socorrer!
Olhando pra mim posso saber
Que nada posso fazer"


terça-feira, 8 de março de 2011

Carta às Igrejas do País...

"Caros membros das igrejas,

Estou procurando uma igreja. Já sou crente, então posso dizer que sou uma “presa fácil”. Vocês não precisam me convencer que Deus existe ou que é importante ir à igreja regularmente. Faço parte daquele percentual estimado de 20% dos membros que se envolvem ativamente e estou disposta a servir usando meus dons. Realmente quero encontrar uma igreja (e logo), mas confesso que essa busca tem sido mais difícil do que esperava.

Vejo tantas coisas que me fazem querer virar as costas e voltar para minha casa.

Ah, sei que nenhuma igreja é perfeita. Não estou procurando por isso. Porém, tenho ficado surpresa ao ver como é difícil ser visitante, e me pergunto se vocês realmente lembram o que sente alguém nessa condição. Portanto, esta carta é só para os ajudarem a entender um pouco do que tenho experimentado enquanto vou de uma igreja para a outra.

Sei que as pessoas que estão na igreja há um longo tempo esqueceram como é difícil este processo de busca. Então, parem por um momento e me escutem. Acho que poderia dar algumas sugestões úteis para a sua igreja.

Por favor, não criem um espaço para recepção de visitantes e depois ignorem as pessoas novas quando elas aparecem. Escolha sabiamente as pessoas que vão fazer parte disso. Sei que é fácil falarmos com alguém que já conhecemos, mas realmente acho que os “recepcionistas” deveriam estar disponíveis e prontos para ajudar qualquer pessoa que aparecer para o culto e fizer perguntas.

Quer dizer, fico feliz de escutar sobre o exame de sua filha para tirar carteira de motorista durante alguns minutos, mas depois fico um pouco inquieta. Nós, os visitantes, já chegamos um pouco desconfiados, por isso não me faça esperar muito tempo para depois tentar descobrir onde fica a porta para o santuário ou saber se o café que vocês oferecem é de graça, ou não.

Por favor, não me ofereçam alguma “lembrancinha” só porque fui visitar sua igreja. Não preciso de um vale-café do Starbucks ou de uma caneta elegante. Com certeza, não quero receber uma cópia da Constituição, juntamente com um discurso de 10 minutos sobre meu dever de votar segundo padrões bíblicos e morais. O presente que vocês me oferecem parecem ser um tipo de suborno. Fazem-me sentir como se estivessem vendendo uma imagem, em vez de me oferecer um lugar para pertencer. Quero que a autenticidade e o compromisso que têm com Cristo me faça sentir vontade de voltar, não a promessa de ganhar um livro ou CD.

Não façam chantagem emocional, não apelem para meus sentimentos de culpa nem despertem em mim a ganância. Não é para isso que vou ao culto. Não me apresentem “passos” para conquistar algo que ainda não tenho, nem me envolvam em alguma campanha ou me ensinem a comprar o favor divino. Definitivamente, o que desejo ouvir é sobre o amor de Deus e o que posso fazer para conhecê-lo melhor. Poupem-me de seus discursos prontos sobre coisas que não fazem parte de minha realidade. Apenas apontem-me o caminho e se ofereçam para andar comigo por ele.

Ofereçam-me uma Bíblia, se quiserem, pois nem todo mundo carrega uma consigo o tempo todo, sabe? Deem-me informações sobre sua igreja e o que ela crê, para eu levar para casa e ler com calma. Por favor, não me tratem como a única menina em uma sala cheia de rapazes solteiros loucos para se casar. Vamos dizer que estou mais interessada em quem você é e como você me olha. Não vou assumir um compromisso antes de ter certeza que este é o lugar para mim.

Por favor, falem comigo. Não olhem para mim com ar de julgamento para só depois decidirem se aproximar. Não se esqueçam de que os visitantes não conhecem ninguém. Já nos sentimos diferentes de qualquer maneira. Aproximem-se de nós e estendam a mão. Apresentem-se. Perguntem alguma coisa. Nada é pior que passar mais de uma hora cercado por pessoas e ver que ninguém fala com você.

Por favor, incluam em seu site informações sobre como é a sua igreja. Eu preciso saber como me vestir e se meus filhos terão um espaço separado ou não. Gostaria de saber mais para estar preparada caso precise entreter meu filho pequeno durante os 45 minutos do sermão.

Por favor, não me obriguem a preencher um cartão de visitante. Não me obriguem a fornecer qualquer tipo de informação. Não fiquem ofendidos nem insistam se eu me recusar a fazer isso. Não quero ferir os sentimentos de ninguém, por isso não me façam inventar desculpas. A verdade é que não estou interessada em preencher nada até ter a certeza de que sua igreja pode ser uma boa opção para mim.

Sei que temos muita coisa para fazer. Sei que as pessoas estão ocupadas na manhã de domingo tentando levar os filhos para a Escola Dominical na hora certa ou tentando terminar a conversa no último minuto antes de o culto começar. Sei que vocês querem que mais pessoas venham e participem de sua igreja. Estou apenas tentando ajudar, tentando lembrar-lhes como se sente quem está do “outro lado”.

Obrigado a todos vocês que realmente nos acolheram, nos levaram para o santuário, pararam para falar conosco e nos apresentaram aos outros membros. A bondade de vocês nos conduziu à presença do Senhor, e somos gratos por isso.

Eu te amo, igreja. Realmente amo.

Sua irmã que está buscando,

Mentanna Campbell."

[Tradução do #Pavablog, lido no Blog Profetirando]

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Com certeza, aquilo que muitos cristãos, hoje em dia, gostariam de dizer!


Como todas essas coisas são verdade! E, pior, como NÓS, que já estamos congregando em alguma igreja, nos esquecemos de tudo isso com mais facilidade do que deveríamos! Isso tem a ver CONOSCO, não somente com o “Pastor” ou o “irmão da recepção”. Tem a ver com olhar para o outro, aquele que nos visita, e ver nele um IRMÃO, e não um “estranho”. Porém, muitas vezes, não conseguimos enxergar o outro dessa maneira nem mesmo quando já o encontramos todos os domingos em nossa igreja, quanto mais quando nunca o vimos e ele chega, repentinamente, para uma visita.

Tem a ver com nossos olhos, a visão que temos das coisas. Relembrar que somos membros do mesmo corpo, membros da Igreja de Cristo e que, nesta Unidade, somos todos iguais! Não há melhores nem piores. Ninguém que precise mais ou menos da graça de Deus. Somos iguais!

É o que precisamos relembrar.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Cristo move as montanhas...

Este é o vídeo oficial da Campanha de Missões Mundiais da Convenção Batista Brasileira, com a música-tema de 2011. Todas as vezes que escuto essa música e vejo essas cenas, meu coração todo se destrói dentro de mim. Minha fé é renovada, meu amor pelo Senhor, minha confiança nEle e minha vontade de que outros e outros e outros também conheçam a graça do Pai! Temos um Pai tão maravilhoso e cheio de glória! Temos um Salvador transbordante de amor! Sim, Ele é quem move as montanhas! Ele tem poder para salvar!

Aleluia! Glórias a nosso Rei Jesus!

Que o mundo inteiro conheça Seu amor perfeito!




quarta-feira, 2 de março de 2011

Beleza no antigo...

Há quem ache que o mundo deve se modernizar e, com ele, todas as coisas. E que, portanto, tudo o que remete ao passado já está ultrapassado.

Eu discordo fortemente. Sei que já falei disso no post anterior, mas neste exato momento estou vendo um vídeo que uma amiga indicou (Obrigada, Kesley querida, pelas indicações sempre tão lindas! ^^) do hino "Tu és Fiel", cantado pelo coral Prisma. E como é lindo ouvir uma música assim!

Não sou do tipo presa ao passado que acha que somente o que é "antigo" é bom, e que tudo que remeta a "inovações" é ruim. De forma nenhuma! Tanto que as músicas que têm me acompanhado ultimamente são estilos bem "inovadores", se podemos dizer assim, cantadas por "barbudos" (como Eduardo Mano e Salomão do Reggae), e no estilo rock, reggae, pop, jazz e outros estilos diferentes que nem sei bem explicar.

Porém, confesso ter uma queda pelos hinos antigos e suas melodias e letras tão cheias de paz. Me remetem a uma fé cheia de confiança, de singeleza e tranquilidade, que tanto difere dos dias corridos e exagerados que vivemos.

Sou de uma igreja Batista tradicional, e lá cantamos os hinos do HCC e do Cantor Cristão. E não é nada raro, ao ouvir as letras e meditar nelas, que eu acabe com a roupa toda molhada de lágrimas!rs. Acho-as lindas mesmo. A paz que elas transmitem, sem falar do peso que é imaginar as pessoas que as escreveram e como elas sobreviveram e atravessaram gerações, me traz segurança e uma percepção tão real da fé cristã. Me lembra que essa é uma história que não começou hoje, na realidade que meus olhos podem ver, mas tem atravessado tempo e mundos... Verdades eternas que nunca envelhecem.

Sim, Deus é Fiel! Isso é o que Ele é. Sempre será. E meu coração se regozija, no meio de toda a correria do dia a dia, em parar para ouvir estas palavras e melodias que trazem calmaria. A beleza do simples. A beleza no antigo...



terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Velhas verdades...

Num mundo de pressão constante pela "modernização" de todas as coisas, que condena tudo o que soe como "antigo" e que afirma que só há coisas boas na "evolução do novo século", e em meio a tantas igrejas que têm se deixado convencer por tudo isso, sinto falta das "Velhas Verdades"...

Sinto falta da simplicidade de não precisar de nada além de Cristo, Sua cruz e Seu amor tão grande. Não de uma forma simplista e que descarta reflexões a aprofundamentos, mas de uma forma em que a Bíblia e a mensagem do Evangelho, a graça de Deus e o sacrifício de Cristo sejam suficientes por si mesmos.

Meu pastor costuma dizer usar uma frase (que não é de sua autoria, mas que não recordo o autor) que diz que o caminho do Cristianismo não é para a frente, mas para trás. Não até Abraão, o monte Sinai ou os dez mandamentos. Mas até Cristo, o monte Sião e a cruz. Não rumo à modernidade que cobra novas fórmulas a cada minuto, que exige modelos que "agradem os clientes" e que se preocupa mais com a satisfação que se gera do que com as verdades que se pregam.

E eu acredito que nosso caminho deve mesmo ser para trás. Não de forma a renunciar qualquer coisa moderna, mas de forma a não acabarmos esquecendo a essência em algum canto perdido e deixarmos escapar as Verdades Eternas... Essas boas novas que não perdem o frescor...

Pois o novo às vezes soa estranho demais...

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"Quero falar das velhas verdades
Pois o novo, às vezes, soa estranho demais...
Quero ouvir as verdades eternas
Boas novas que não perdem o frescor

Como aquela que diz que Jesus, por amor,
Entregou sua vida na cruz de horror
Em resgate de muitos, o verbo calou
Mas a morte não teve vigor
E em três dias, o filho do amor ressuscitou..."

[Verdades Eternas - Eduardo Mano e os Tapetes Voadores]



segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

E agora, Malco? O que fazer?

Isaltino Gomes Coelho Filho

[Da Foz do Grande Rio - O Jornal Batista, Ano CXI, Edição 06, Dom 06.02.2011, p. 3]

"Então, Simão Pedro, que tinha uma espada, desembainhou-a e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O nome do servo era Malco" - João 18.10.


Homem curioso. Famoso não por si, mas pela orelha. Não fosse ela, ninguém saberia que ele existiu. Nada sabemos dele, além de que era servo do sumo sacerdote e seu nome. Malco é a forma helênica do hebraico Meleque, "rei". A tradução de Chouraqui diz que sua orelha foi "decepada". Parece ter havido uma pequena luta entre o grupo que veio prender Jesus, do qual ele fazia parte, e alguns discípulos. E eis a sua história: Na luta ele perde a orelha, Jesus a recompõe (conforme Lucas), e pronto. Só isso. Nada mais se fala dele.

Porém, imaginemos algumas perguntas que poderiam ser feitas a ele:

1 - Você foi prender um homem que era tido como criminoso. E dos perigosos, porque vocês foram armados. Ele não se defendeu, não lutou, não fugiu. Aceitou passivamente ser preso e pediu que liberassem os demais, já que procuravam por ele. Você não acha isso estranho?

2 - Você e ele estavam em lados opostos. Eram adversários, tanto que um dos que estavam com ele feriu você. Ele interveio e até impediu coisas piores. Você não acha isso estranho?

3 - Você teria dificuldades bem sérias com a orelha decepada. Sangraria muito até chegar a um lugar no qual fosse medicado. Pegaria poeira e poderia infeccionar. Que você ficaria sem a orelha é certo. Ele ainda teve tempo para curar você. Você não acha isso estranho?

4 - Você foi a última pessoa que recebeu um milagre dele. Você já tinha ouvido falar de alguém efetuar milagres para beneficiar os inimigos? Você não acha isso estranho?

5 - Você foi o penúltimo que ele beneficiou. Na cruz ele ainda teve tempo de beneficiar um criminoso. Que zombava dele até poucos minutos atrás, antes de cair em si. As duas últimas pessoas que ele beneficiou foram adversários. Você não acha isso estranho?

6 - Você sabe o nome disso, Malco? É graça!

7 - Pois é, Malco. E agora, o que fazer? Ficar indiferente? Isso seria rejeitar a graça. Rejeitar a graça é uma desgraça.

Essas perguntas aqui expostas seriam as mesmas perguntas que poderíamos encaminhar para muitas pessoas que são beneficiadas pelo Senhor Jesus em nossos dias. Gente que é abençoada por ele. Alguém ora por essas pessoas e a graça de Jesus opera em suas vidas. Um pai ou uma mãe ora pelo filho, chora de joelhos, e a graça livra o filho de um desastre. Gente que não sabe (ou sabe erradamente) sobre Jesus é abençoada por causa de sua graça, que é sempre desconcertante e não obedece aos nossos parâmetros.

Quanta gente, como Malco, é agraciada pelo Senhor Jesus, mesmo sendo indiferente! Talvez o leitor! E nunca reconheceu isto!

Conheci um homem não crente que teve problemas com uma pessoa que lidava com demônios. Esta pessoa procurou um feiticeiro para fazer mal ao homem. O feiticeiro disse: "Estou impedido de tocar nesta pessoa porque seu filho ora por ele todos os dias. Há uma sombra protetora sobre ele". Este homem foi impactado pelo testemunho do feiticeiro e se firmou de vez na fé. Os métodos de Deus não são convencionais. Além de graça, ele tem soberania: Faz o que quer, quando quer, usa quem quer e não deve nada a ninguém por isso.

E aí, Malco do século 21? Já decidiu o que fazer? Sugiro-lhe pensar no Salmo 116.12-14: "Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o nome do Senhor. Pagarei os meus votos ao Senhor, na presença de todo o seu povo". Passe para o lado do homem que conserta orelhas dos que estão contra ele.


sábado, 12 de fevereiro de 2011

Palavras sobre judaísmo...


Não palavras minhas, porque elas de nada valem, bem como minhas próprias opiniões a qualquer respeito.

Palavras da Bíblia - a Palavra de Deus!

Que cada um reflita direcionado pelo Espírito Santo!

A graça de Deus guie nossas vidas...

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Hebreus 8:6-13 diz:

"Mas, de fato, Jesus foi encarregado de um serviço sacerdotal que é superior ao dos sacerdotes. Pois a aliança que ele conseguiu é melhor porque ela se baseia em promessas de coisas melhores.


Pois, se a primeira aliança tivesse sido perfeita, não seria necessária uma nova aliança.


Mas Deus vê que o seu povo é culpado e diz:


"Está chegando o tempo, diz o Senhor, em que farei uma nova aliança com o povo de Israel e com o povo de Judá. Essa aliança não será como aquela que eu fiz com os antepassados deles, no dia em que os peguei pela mão e os tirei da terra do Egito. Não foram fiéis à aliança que fiz com eles, e por isso, diz o Senhor, eu os desprezei. [...]"*


E, quando Deus fala da nova aliança, é porque ele já tornou velha a primeira. E o que está ficando velho e gasto vai desaparecer logo."


*Segundo Jeremias 31:31-34
[Bíblia Sagrada versão Nova Tradução na Linguagem de Hoje]

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Amor além da Cruz...



“Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, porquanto vive sempre para interceder por eles” (Hebreus 7.25)


Ah! Quando acho que o amor de Deus por nós já me surpreendeu da forma mais intensa que poderia fazê-lo, a Palavra do meu Senhor vem e mostra-me o quanto esse amor é infinitamente maior.

Olhar para a cruz de Cristo, Seu sacrifício tamanho, Sua doação e sofrimento para que nós pudéssemos voltar a viver em comunhão com o Pai, para levar os homens de volta à Deus, e fazê-los Seus filhos, é algo tremendamente maravilhoso!

Todas as vezes em que penso nisso, olho para meu total desmerecimento, meus erros e falhas tão grandes, o pecado que há em minha vida, o tempo tão pequeno que dedico a meu Senhor em cada um de meus dias, e esse amor se torna cada vez mais incompreensível e absurdamente maior! É como tentar compreender o funcionamento do Universo em todas as suas galáxias e leis físicas, químicas e tudo mais que houver de complicado nessa vida – e ainda é muito mais complexo do que isso tudo!

Esse amor, revelado na cruz de Jesus, é a coisa mais indescritivelmente suprema e inexplicável que se possa imaginar!

No entanto, ao pensar que jamais poderia haver algo mais sublime e arrebatador do que isto, a Palavra de Deus vem com mais essa revelação:

“Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo” (I João 2.1)

E novamente:

“Pois foi Cristo Jesus quem morreu, ou melhor, quem foi ressuscitado e está à direita de Deus. E ele pede a Deus em favor de nós” (Romanos 8.34)

Não temos um Cristo que apenas veio à terra cumprir Sua missão e, feito isto, cruzou os braços, dizendo: “Pronto! Já fiz a minha parte. Agora é com vocês!”.

O sacrifício na cruz já seria, e é, algo impagável e infinitamente mais do que o homem poderia merecer ou pensar em receber! Mas Cristo não para aí. Ele cumpre Sua missão aqui neste mundo, mas continua lutando por nós à direita do Pai!

Que coisa mais fantástica! Cristo, após já ter feito tanto por nós neste mundo, ainda se propõe e dispõe a continuar fazendo ainda mais junto ao Pai!

Essa é a beleza extraordinária do Cristianismo, que o difere de TODAS as demais religiões existentes no mundo: há um Deus Todo-Poderoso que AMA um ser humano Todo-Caído! Algo inconcebível acontece: uma relação de AMOR de um Deus Santo para com os homens pecadores! Enquanto nas demais religiões o homem é quem precisa subir aos céus, se elevar à altura de Deus, no Cristianismo, Deus é quem desce e se diminui à condição humana para alcançar o homem! Que coisa mais maravilhosa!

Deus se fez CARNE, se fez SALVADOR, se fez PAI e, ainda por cima, se faz continuamente ADVOGADO e INTERCESSOR nosso, até que o tempo de todas as coisas se cumpra!

Nenhuma palavra seria capaz de expressar o significado disso, de tamanho AMOR! Assim como minha mente e coração, acredito, até que estejam face a face com meu Salvador e Senhor e Pai, jamais compreenderão a vastidão disso. “Deus me amou, e continua a me amar”.

Fale-me de algo que seja mais excelente do que isto... e então abrirei mão do que você me pedir.


Esta tão fraca e sem merecimento pecadora, resgatada por esta graça, misericórdia, bondade e amor tão grandes, com uma gratidão que não lhe cabe no peito e que não se exprime de qualquer forma existente...

Me.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A verdadeira felicidade...


"Felizes são aqueles
que não sei deixam levar
pelos conselhos dos maus,
que não seguem o exemplo
dos que não querem saber de Deus
e que não se juntam com os que zombam
de tudo o que é sagrado!
Pelo contrário, o prazer deles
está na lei do SENHOR,
e nessa lei meditam dia e noite.

Essas pessoas são como árvores
que crescem na beira de um riacho;
elas dão frutas no tempo certo,
e as suas folhas não murcham.
Assim também tudo o que
essas pessoas fazem dá certo."

(Salmo 1: 1-3)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Culto, o que é isso?


Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 23.1.11

Domingo passado, o assunto foi “Igreja, o que é isso?”. Hoje, é “Culto, o que é isso?”. No outro domingo, “Seguir a Jesus, o que é isso?”.


Culto é mais que cantar, orar e ouvir a Palavra. Além dos atos, é a expressão da razão de ser da igreja. Amo evangelismo e missões, mas creio que a missão da igreja é a adoração. Ela existe em função de Deus (adoração) e não em função dos homens (proclamação). No céu não haverá perdidos a evangelizar, mas haverá igreja. Porque haverá Deus. Ele nos escolheu antes da criação, para vivermos com ele: “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor” (Ef 1.4). Ao cultuar, a igreja mostra porque existe. Para adorar a Deus, para viver com ele, para ouvi-lo. Por isso, o louvor, a oração e a Palavra.

Antes do “Ide” (Mc 16.15) houve um “vinde” (Mc 6.7). A igreja é chamada para estar com Jesus e só deve ir ao mundo depois de viver com ele. Comovida por ele, ela evangeliza e faz missões. Quem ama a Jesus compartilha Jesus. “O amor de Cristo nos constrange” (2Co 5.14).

O culto não é para nós. É para Deus. As pessoas avaliam o culto pelo que sentiram. É o culto antropocêntrico. O culto deve ser avaliado de outra maneira: terá agradado a Deus? O cultuador fez, pensou e disse o que Deus queria? Agradar a Deus é o alvo do culto. Este deve ser teocêntrico.

Alguns pensam que quanto mais barulhento, mais espiritual o culto é. Pessoalmente, acho alto volume apenas mau gosto. Prefiro ser desafiado, pensar se estou agradando a Deus, se há algo por mudar em minha vida. Há quem goste de agito, sem reflexão. A questão é que não somos referenciais. Nem temos como saber o que Deus achou do culto. Mas devemos lembrar que a dimensão humana do culto é o quanto ele nos transforma. Muitos cultos não enfatizam a santidade de Deus e suas exigências, mas sim o que os crentes vão receber. O foco é o homem, e não Deus. Será que é este o culto que Deus deseja, à luz do ensino bíblico?

Se a dimensão humana do culto é nossa transformação, podemos firmar alguns princípios que nos ajudam a ver o quanto o culto serviu à vontade de Deus para a igreja e para o mundo. Houve mudança de vida ou apenas emoções? A cruz foi proclamada? Cristo foi anunciado? Houve abandono de pecado? Houve consagração de vidas? Houve conversões? As pessoas estão amadurecendo? Se isto não acontece, há apenas alarido.

Culto é mais que ajuntamento e mais que forró. É ouvir Deus, falar com Deus e ser transformado. Não é entretenimento. É algo sério: entrar em adoração ao Deus Santo! Quão sério é o culto!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Com honestidade...



Ana Jácomo

De vez em quando, a água, por natureza cristalina, de lindas praias existentes na região dos afetos fica turva por detritos emocionais acumulados, nossos e alheios. Às vezes, é possível percebê-los e até identificá-los na superfície. Outras, não. Só o que dá pra perceber é a transparência prejudicada. O desconforto que nem mesmo a massagem das ondas consegue desmanchar. A espontaneidade que desaprendeu a fluir. Um aperto meio doído na garganta dos instantes compartilhados.

Os tais detritos, entre outras coisas, podem ser resíduos de achismos traiçoeiros, olhares estreitados, tristezas arqueológicas, cacos de carências, bobagens fermentadas, perdões mal costurados, medos cabíveis e outros que não cabem. Podem ser também resíduos de coisas inimagináveis, criadas durante trechos de silêncio ruidoso pela falta daquele raro diálogo que não se restringe ao andar da cabeça. Aquele que tem espaço para começar no coração. Aquele que é lugar onde ninguém precisa se defender de ninguém para oferecer proteção a si mesmo. Aquele que quando não acontece às vezes se transforma em dois monólogos esquisitíssimos, feitos de equívocos e sentimentos embolados pelas mãos da confusão.

A verdade é que, embora quiséssemos, não encontramos uns com os outros ao longo da extensa orla da existência só para compartilhar banhos aprazíveis em mar de águas claras, clima ameno, riso farto, coco gelado ou uma cerveja boa. A ideia é ótima, e deve ser desfrutada tanto quanto seja possível, mas não é só essa. Os encontros, sobretudo aqueles que acontecem com potencial pra trazer à tona os seres amorosos que, por essência, já somos, evidenciam nossas belezas sem reservas, mas podem também turvar as águas de quando em quando. Uma hora costuma acontecer, coisas nossas, coisas alheias. Geralmente, chamamos isso de problema, mas um nome também adequado é oportunidade.

Quando acontece, a gente às vezes fica tão assustado que tenta se convencer por a mais b que os detritos são só do outro e as belezas são só nossas. Outras vezes, pode se afastar correndo da beira da praia e deixar o outro se virar sozinho com os resíduos todos, os dele e os nossos. Outras também, inábeis, estabanados, como costumam ser as pessoas que estão começando a aprender a amar, podemos só conseguir revolver os detritos e espalhá-los ainda mais, no afã de resgatar de qualquer jeito a transparência comprometida.

Talvez nesses momentos o gesto mais promissor e generoso possível seja, com toda a calma que soubermos, começar a sair do monólogo esquisito para dialogar a partir do coração. Talvez seja arriscar descobrirmos juntos o que está turvando a água antes que ela se torne mais poluída. E, se o sentimento compartilhado realmente for bacana e precioso para as duas vidas, quem sabe pedir uma para a outra com honestidade: “não desiste de mim.”

 

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Armadilhas...



Ana Jácomo

Vamos combinar que muitas vezes não há mistério algum, vilão algum, nenhuma influência sobrenatural, questão de sorte. A gente sabe que se tocar naquele fio desencapado é choque garantido, como da última vez, mas a gente toca. A gente sabe que certos adubos são infalíveis para fazer a nossa dor crescer, mas a gente aduba. A gente sabe os tons emocionais que desarmonizam a pintura da tela de cada dia, mas a gente escolhe exatamente esses para pintar, mesmo dispondo de outros tantos na nossa caixa de lápis de cor. A gente sabe a medida do tempero e a desmedida, como sabe o sabor resultante de cada uma. Por histórico, a gente sabe a resposta muito antes de refazer a pergunta, mas a gente refaz.

Vamos combinar que muitas vezes não há nada de tão imprevisível, de tão inimaginável, muito menos entrelinhas, muito menos mau-olhado. A gente sabe, por memória das andanças, para onde a estrada de certos gestos nos leva, mas a gente segue. A gente sabe no que dá mexer em casa de marimbondo, mas a gente mexe. A gente sabe que não vai receber o que espera, mas a gente oferta sempre pela penúltima vez. A gente sabe que algumas praias são traiçoeiras, que não sabemos sequer nadar direito, que o afogamento é a coisa mais provável de todas, mas a gente mergulha. A gente sabe que a realidade, por mais dura que seja, precisa ser encarada com os olhos mais abertos do mundo, mas a gente inventa todo jeito que pode para desviar o olhar.

Vamos combinar que muitas vezes não há segredo algum, inimigo algum, interrogação alguma, nenhuma entidade obsessora além da nossa autosabotagem. A gente sabe que esticar a corda costuma encolher o coração, mas a gente estica. A gente sabe que nos trechos de inverno é necessário se agasalhar, mas a gente se expõe à friagem. A gente sabe que não pode mudar ninguém, que só podemos promover mudanças na nossa própria vida, mas a gente age como se esquecesse completamente dessa percepção tão sincera. A gente lembra os lugares de dor mais aguda onde já esteve e como foi difícil sair deles, mas, diante de circunstâncias de cheiro familiar, a gente teima em não aceitar o óbvio, em não se render ao fluxo, em não respeitar o próprio cansaço.

Eu pensava em todas essas armadilhas enquanto caminhava na Lagoa, um dia de céu de cara amarrada, um tiquinho de sol muito lá longe, tudo bem parecido comigo naquela manhã. Eu me perguntei por que quando mais precisamos de nós mesmos, geralmente mais nos faltamos. Que estranha escolha é essa que faz a gente alimentar os abismos quando mais precisa valorizar as próprias asas. Como conseguimos gostar tanto dos outros e tão pouco de nós. Eu me perguntei quando, depois de tanto tempo na escola, eu realmente conseguirei aprender, na prática, que o amor começa em casa. Por que, tantas vezes, quando estou mais perto de mim, mais eu me afasto. Eu me perguntei se viver precisa, de fato, ser tão trabalhoso assim ou se é a gente que complica, e muito. Como conseguimos ser tão vulneráveis, ao mesmo tempo que tão fortes. Somos humanos, é claro, mas ser humano é ser divino também.

Eu não tenho muitas respostas e as que tenho são impermanentes, como os invernos, os dias de céu de cara amarrada, os lugares de dor, os abismos todos, o bom uso das asas, os fios desencapados, as medidas e as desmedidas. Tudo passa, o que queremos e o que não queremos que passe, a tristeza e o alívio coabitam no espaço desta certeza. Eu não tenho muitas respostas. O que eu tenho é fé. A lembrança de que as perguntas mudam. Um modo de acreditar que os tiquinhos de sol possam sorrir o suficiente para desarmar a sisudez nublada de alguns céus. E uma vontade bonita, toda minha, de crescer.


[Super indicação para refletir a vida... Cheiro de flor quando ri, blog da Ana Jácomo]

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Missões não é desejável, é vital!


E isso não diz respeito apenas às igrejas, mas a cada um de nós, cristãos. Em nossas vidas individuais, missões não é algo desejável, é algo necessário! Necessário porque precisamos olhar para além de nós mesmos, porque temos uma essência egoísta e egocêntrica, porque nossos corações têm desígnios maus e enganosos e, assim, sempre procuram nos colocar no centro do universo. Com que facilidade nos tornamos nossos próprios deuses! E, assim, nos afastamos da essência da vida cristã: servir e não ser servidos!

Nós precisamos de missões. Ler sobre missões, ouvir sobre missões, dedicar nossas mentes e corações a meditar sobre isso. Porque precisamos, dia a dia, entender que há algo MUITO maior do que nós e nossas necessidades pessoais – há um mundo que necessita de Deus, e um Deus que chama por nós.

Não digo isso como quem não precisa ouvir essas palavras, mas como alguém que acaba de ser convencida sobre sua própria necessidade em sair do centro.

Agora há pouco, peguei o último exemplar da revista MCM POVOS, da qual tenho assinatura. Ele já chegou há um tempão, mas ainda estava no saco, lacrado e encostado na estante do meu quarto. Mas hoje resolvi abrir e lê-lo. Li apenas uns 3 textos e que impacto isso já teve em minha vida!

Fui constrangida a ver meu próprio egoísmo, a facilidade com que coloco minhas necessidades, minha felicidade, minha satisfação pessoal como centro da vida, antes mesmo até do que o próprio Evangelho. Não, isso não acontece de uma forma óbvia, mas muito sutil, afinal temos um Deus bom e que se importa com nossas vidas. Porém, é tão fácil ultrapassar a fronteira entre uma “felicidade” com a qual Deus se importa e uma paz que é o resultado de uma vida com Ele, e uma felicidade que se torna nosso foco e objetivo primeiro – NOSSO bem-estar.

E é por isso que digo que missões não é algo apenas desejável em nossas vidas cristãs individuais, mas algo vital. Porque é quando tiramos nossos olhos, por um pequeno momento que seja, de nós mesmos, de nosso pequeno mundinho e nossos problemas tão ínfimos, mas que nos parecem tão gigantescos quando nossos olhos estão em nós. Desviamos nossos olhos para um MUNDO INTEIRO – um Mundo que precisa de Deus!

Passamos a ver que a vida não é só “romantismo” e “coisas engraçadinhas”, mas algo muito sério, e muito grande. Não estamos participando de uma brincadeira de “ser legais”, estamos fazendo parte da história que o Senhor está escrevendo nesse mundo. E, nessa história, somos chamados a ser protagonistas.

Ler sobre a Arábia Saudita, Sri Lanka, Varanasi e seus povos mulçumanos, hindus, budistas, etc, e quanto esses povos precisam de nosso Salvador Jesus Cristo, torna nossos “grandes problemas”, aquelas nossas “birras de criança”, em coisas tão pequenas. Nos lembra de que essa vida passará, e com ela todas as suas propostas e bens – ficará o que foi semeado para a eternidade. Nos lembra da Grandeza de Deus, e de nossa pequenez. A grandeza do Evangelho, da Salvação que Jesus veio trazer a este mundo, e de quão bobas são nossas lutas contra Deus em busca de “satisfação”. Nos lembra de que é o Evangelho que deve conduzir as nossas vidas, e não nossas vidas usarem o Evangelho a seu próprio serviço.

Somos servos e não senhores. E é por isso que precisamos de missões em nossas vidas. Ler sobre as necessidades tão grandes dos povos ao redor deste mundo, e sobre os grandiosos feitos de Deus no meio destes povos, me faz ver a Igreja Primitiva ainda real, viva e ativa! Me faz ver que Deus realmente é o mesmo ontem, hoje e eternamente – e que Ele ainda está agindo hoje, como sempre o fez. Me faz ver como minhas pequenas lutas são mínimas diante de tudo isso. Me faz ver a Bondade, a Misericórdia, a Justiça, a Santidade e a Soberania de um Deus Vivo e cujas mãos conduzem a história da humanidade.

Que seus olhos possam ser alcançados por todas estas visões também.

 
“Que preciosos para mim, ó Deus, são os teus pensamentos! E como é grande a soma deles! Se os contasse, excedem os grãos de areia; contaria, contaria, sem jamais chegar ao fim.” (Salmo 139:17-18)