segunda-feira, 31 de maio de 2010

Reaprendendo o Amor...

Este Amor que ainda não sei viver bem. Esse Amor que ainda não compreendo. Esse Amor sacrificial, compassivo e verdadeiramente amoroso. Esse Amor que ainda me parece tão distante de ser vivido em toda sua profundidade. Mas esse Amor que quero muito aprender e viver... Que a Graça do Senhor me ensine e capacite a vivê-lo.

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Aprendendo a contar os nossos dias

por Ariovaldo Ramos [em: http://www.irmaos.com/artigos/?id=2349?]


Há alguns dias estive no aniversário de um grande amigo e ponderei sobre a sábia e enigmática frase de Moisés: "Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio." (Sl 90.12). Parece que esse conselho, do grande libertador, sempre nos vem à mente nessas ocasiões. Porém, apesar da beleza da fala do homem de Deus, permanece o desafio do tipo "decifra-me ou o devorarei": o que significa contar os dias da maneira proposta?

Não sei se alguém tem a resposta, mas eu gostaria de propor uma.

Jesus Cristo, certa feita, disse: - "E eu vos recomendo: das riquezas de origem iníqua fazei amigos." (Lc 16.9). Na ocasião, ele estava respondendo ao ataque de alguns fariseus, que estranhavam o fato de Jesus estar recebendo publicanos e pecadores. Por uma questão de justiça para com os fariseus é preciso que se diga que, em princípio, eles tinham razão: publicanos e pecadores não eram simples almas perdidas; eram membros do povo de Israel que traíram ao seu Deus e ao seu povo! Não tivessem os romanos privado os judeus de aplicarem a justiça, tais pessoas teriam sido apedrejadas. Para dar essa resposta, o Senhor lançou mão de quatro parábolas: a ovelha perdida, a dracma perdida, o filho perdido e o administrador infiel.

Na primeira, fala de um pastor que abandona, no campo, 99 ovelhas e vai atrás da que se perdeu. Uma loucura! Deixar seu aprisco à deriva de ladrões e animais selváticos e, mais, quando volta, vai festejar o achado. E as demais ovelhas? Uma loucura! Com essa parábola Jesus parece confirmar que ao receber publicanos e pecadores estava, aparentemente, fazendo uma loucura, mas Ele viera para isso mesmo: cometer uma ´loucura´ pela salvação dos homens.

Na segunda parábola Jesus explica o porquê da disposição à loucura, o valor do homem: embora para os fariseus o publicano e o pecador valor nenhum tivessem, Jesus os via de modo diferente. E como a senhora que, perdendo uma dracma, cerca de R$ 0,30, desarruma tudo concedendo a moeda um valor que de fato não possuía, assim, também, para Jesus o ser humano mais pecador é tão valioso que vale a pena desarrumar tudo para achar um, como fez a mulher que perdeu a dracma.

Na terceira parábola o Senhor, num primeiro momento, concorda com os fariseus, os publicanos e os pecadores são os filhos que, como o filho pródigo, por vontade própria, se apartaram do Pai amoroso. Porém os fariseus, representados pelo irmão mais velho, não conseguiram se sintonizar com o coração do Pai vez que, confiados em seus pretensos méritos próprios acabaram por desenvolver um senso de justiça própria, que os tornou incompassivos e judiciosos.

Por fim, por meio da parábola do administrador infiel Jesus acusa os fariseus de estarem mal administrando fortuna alheia, tanto a vida quanto o conhecimento lhes foi legado e este saber deveria ter-lhes desenvolvido o senso da impossibilidade, ou seja, a consciência de que, jamais, por si mesmos, conseguiriam viver segundo tão elevado padrão e que, o melhor que poderiam fazer era, a partir do que sabiam, diminuir a distância entre os pecadores e Deus pela compreensão, pelo amor, pela bondade, pelo ensino, fazendo amigos a partir de riqueza alheia, pois tanto a vida como a revelação pertencem a Deus. "Para que, quando aquelas (a vida e a sabedoria) vos faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos." (Lc 16.9).

Ao recomendar aos mestres da lei que usassem a vida e o conhecimento para fazer amigos para a eternidade, o Senhor respondeu nossa pergunta: - Como viver de modo a alcançar coração sábio? E a resposta de Jesus é: - Vivendo para fazer amigos, pessoas de quem nos aproximamos para aproximá-las de Deus e, para dEle, por elas, sermos aproximados.

Por quê?

Porque como disse o psicólogo suiço Hans Burky:- "O Reino de Deus é um reino de amigos." Porque amigo é esteio nas horas difíceis: "Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão." (Pv 17.17). Porque amigo é fonte de amadurecimento: "Como o ferro com o ferro se afia, assim o homem, ao seu amigo." (Pv 27.17). Porque amigos são para sempre. Embora, na ressurreição, nem nos casaremos, nem nos daremos em casamento; sendo, porém, como os anjos no céu (Mt 22.30), teremos amigos: aqueles amigos que nos receberão nos tabernáculos eternos! (Lc 16.9).


Fonte: irmãos.com 

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Carta de Jonathan Edwards para seu filho - A Vida é Incerta

[Jonathan Edwards enviou esta carta em 1755 a seu filho Jonathan Edwards Jr, que tinha a idade de nove anos e estava com Gideon Hawley em uma viagem missionária entre os índios.]




Stockbridge, 27 de maio de 1755.

Querido filho,

Embora muito distante de nós, você não está distante de nossas mentes: Eu me preocupo muito com você, freqüentemente penso em você, e freqüentemente oro por você. Embora você esteja muito longe de nós, e de todos os seus familiares, contudo, é conforto para nós que o mesmo Deus que está aqui também está em Onohoquaha e que embora você esteja longe de nossa visão e de nossa assistência, você sempre está nas mãos de Deus, que é infinitamente gracioso; e nós podemos ir a Ele, e te submeter ao Seu cuidado e misericórdia . Cuide para que você não O esqueça ou negligencie. Tenha sempre a Deus perante seus olhos, e viva em Seu temor, e O busque a cada dia com toda a diligência: porque Ele, e somente Ele pode fazer você feliz ou miserável, conforme Lhe agrade; e sua vida e saúde, e a salvação eterna de sua alma e tudo nesta vida, e na que está por vir, depende de Sua vontade e desejo.

Na última semana que passou, na quinta-feira, David morreu; aquele que você conhecia e com quem brincava, e que vivia em nossa casa. Sua alma entrou no mundo eterno. Se ele estava preparado para a morte, nós não sabemos. Este é um aviso audível de Deus para que você se prepare para a morte. Você vê que ele sendo jovem morreu, tal qual aqueles que são velhos; David não era muito mais velho do que você. Lembre-se do que Cristo disse, que você deve nascer de novo, ou nunca verá o Reino de Deus. Nunca se dê ao descanso enquanto não tiver uma boa evidência de que você é convertido e tornou-se uma nova criatura.

Nós esperamos que Deus preserve sua vida e saúde, e que você retorne a Stockbridge novamente a salvo; mas sempre lembre-se de que esta vida é incerta; você não sabe se irá morrer em breve, portanto há a necessidade de estar sempre pronto. Nós ouvimos há pouco que seus irmãos e irmãs em Northhampton e em Newark estão bem. Seu idoso avô e sua avó, quando eu estava em Windsor, mandaram dizer que o amam. Todos nós aqui dizemos o mesmo.

Eu, seu terno e afetuoso pai,

Jonathan Edwards.

 
Fonte: Site Bom Caminho
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Nota minha: Jonathan Edwards (05/10/1703 - 22/03/1758) foi um dos maiores teólogos americanos, pastor congregacional e missionário entre os índios. Poderoso defensor da teologia calvinista e da herança puritana. Teve participação fundamental no Grande Despertamente ocorrido no século XVIII.

domingo, 23 de maio de 2010

Igreja: a Graça e o Poder da Identificação




“Ora, vós sois o corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo.” (I Co. 12:27)


Eis um grande presente que tenho recebido de Deus nas últimas semanas: a descoberta (ou redescoberta) do sentido e valor de Sua Igreja aqui na terra. E mais do que isso: a graça de poder me sentir parte dessa Igreja!


Através da internet, tenho tido a dádiva de conhecer tantas pessoas lindas. Grandes homens e mulheres de Deus, pessoas que desejam de todo coração viver para honrar e glorificar ao Senhor, pessoas que têm buscado conhecer a vontade do Pai e vivê-la integralmente, pessoas que têm sido instrumento de Deus para me fortalecer e estimular a continuar na luta. Muitas, graças a Deus! Esse tem sido um grande presente de Deus em minha vida mesmo! Nunca pensei que através da internet eu poderia ser tão edificada, e mesmo confrontada, e pudesse aprender tanto com pessoas que nunca vi ou conheci pessoalmente. Meus pais e minha irmã, inclusive, sempre me chamam a atenção pela valorização que acabo dando às coisas ou comunicações através da internet, sobre quanto isso é inseguro e perigoso. Entendo isso, mas a verdade é que é através desse meio que tenho recebido o bálsamo de Deus, e o Seu estímulo e força, em grande parte das minhas lutas.


E uma das principais influências positivas que tenho recebido no Senhor através da internet tem vindo de uma galera meio doida que mora lá no Rio de Janeiro, mais especificamente em Volta Redonda! =P É a galera mais doida que eu já conheci, começando do pastor! Aliás, sempre falo dele aqui, famoso “Jeff Fromholz”! rs... O cara é doido, mas é o cara que mais admiro como líder e homem de Deus aqui no Brasil. Uma das principais referências pra minha vida cristã. Se você estiver acostumado com uma pregação cristã bem contida, tradicional e cheia de regras “religiosas”, provavelmente vai se chocar ao ouvir a pregação do Jeff. No entanto, admiro a coragem que ele tem em defender a verdade – doa a quem doer. Isso é muito bonito e encorajador, especialmente numa realidade tão relativista como temos vivido. Precisamos de pessoas que defendam a Verdade e a ensinem com fidelidade. E isso faz com que eu tenha uma admiração muito grande pelo Jeff e pela galera da “180°” (o nome da igreja deles).

 
Já acompanho o que Deus tem feito no meio dessa galera há bastante tempo, principalmente através do site do GB (Geração Benjamim) e do blog de dois rapazes da 180°, o Crescendo e Compreendendo, do Lucas e do João Vitor. E, nas últimas duas semanas, tenho tido a oportunidade, pra não dizer a felicidade, de estar tendo um contato maior com eles. Tenho tido a oportunidade de acompanhar alguns cultos e pregações da 180° por celular, ligando pra um dos meninos de lá (o Lucas – valeu Lucas!! :D). Tem sido uma coisa muito doida, só Deus mesmo pra dar essas idéias malucas pra gente né!! hehehe... Mas é o Senhor nos mostrando que não existe distância para a comunhão de Seu Corpo. Esses têm sido momentos incríveis, algo tremendo mesmo na minha vida, principalmente no que diz respeito a duas coisas: a compreensão de que somos o CORPO DE CRISTO neste mundo e a identificação que tenho podido ter com cada membro desse Corpo.

 
Cada vez que tenho a chance de estar participando de um culto ou um momento de ensino, ainda que por celular, junto com aquela galera reunida buscando a Deus juntos, sinto a enorme felicidade de conhecer essa pequena parte do Corpo de Cristo, e de estar caminhando junto dela. Interessante é pensar que a igreja deles é SUPER pequena, segundo o Lucas, tem uns 20 membros, apenas umas 5 ou 6 famílias. E fico pensando nisso cada vez que to ouvindo um culto deles, tentando imaginá-los juntos lá. Mas, o mais lindo disso é pensar que, ainda que sejam tão poucos se comparados às imensas igrejas que vemos em todo canto hoje, eles são a IGREJA DE CRISTO – e que diferença essas poucas pessoas, e essa igreja tão pequena, faz e ainda irá fazer na história dessa terra – porque eles são parte da Noiva aqui nessa nação! Cara, eu piro pensando nisso! Pensando em como o Senhor escolhe as coisas pequenas, e age através delas, uma igreja sem pompa, sem uma imensidão de pessoas, mas uma igreja Verdadeira: a real Igreja de Jesus. Lindo! Fico encantada de pensar em cada uma daquelas pessoas, referências pra mim, caminhando dia após dia, em suas vidas “normais” neste mundo, e lutando pelo Evangelho! Como é maravilhoso encontrar membros do Corpo de nosso Senhor, reconhecer essa identidade neles e poder conviver com eles e regozijar nisso!


Outra coisa que tenho aprendido nessas experiências: eles são pessoas de verdade!! hehehe... Parece meio brincadeira falar isso, mas como é bom descobrir isso em nossos irmãos, especialmente naqueles que temos como referências pras nossas vidas. Descobrir que eles são pessoas como nós, feitos do mesmo material que nós, que tem as mesmas lutas que temos, que também caem, também têm dificuldades, também sofrem em sua jornada como Cristãos nesse mundo... que eles não são perfeitos! De verdade, isso tem trazido um certo alívio pra minha vida de alguma forma, porque posso olhar pra essas pessoas às quais admiro tanto e ver que não são elas que estão fazendo nada – mas é o Senhor! Que não são as nossas forças, as nossas capacidades, nossas virtudes ou dons que fazem de nós qualquer coisa boa que possamos ser – é Deus, é a Sua Graça sem fim! É somente nEle que podemos ser tudo o que somos de bom nesse mundo. E, ao ver as falhas e dificuldades dessas pessoas que tanto considero, posso ter a esperança de que, ainda com todas as minhas falhas, com todas minhas lutas e quedas, o Senhor também pode chamar a mim e usar a mim – pela Sua Graça e pelo Seu Poder! É na nossa fraqueza que o Poder e a Perfeição dEle se manifestam. Que bom saber que nós somos feitos do mesmo material, que somos uma só coisa, que somos todos tão parecidos, que enfrentamos as mesmas batalhas, que não sou só eu que me sinto fraca, sem forças e sem coragem de vez em quando, mas que o Senhor permanece conosco, e que Ele não desiste de nós em função de todas essas coisas.


Identificação. Tenho podido, mais uma vez, me identificar como parte desse Corpo maravilhoso de nosso Senhor que está distribuído em toda a terra. Me identificar com suas batalhas, dores e provações, bem como com seus sonhos e anseios. E, nisso, tenho visto e compreendido uma verdade: a Unidade do corpo. O mesmo Espírito que habitou em Jesus, habita em CADA UM de nós que temos recebido a graça e a salvação de Deus, em Cristo.


“Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre TODOS, age por meio de TODOS e ESTÁ EM TODOS.” (Efésios 4:4-6)


Nisso, podemos olhar uns aos outros e entender que todos fazemos parte de uma só coisa. E, assim, vivemos a Unidade sobre a qual Jesus orou ao Pai em João 17. Como é bom poder me alegrar com meus irmãos, ainda que nunca os tenha visto. Aliás, como é bom pensar neles e compreendê-los como meus IRMÃOS. Tenho experimentado a realidade dessa palavra. Sim, nós somos IRMÃOS. E como é bom poder orar por eles, pedir a Deus por suas dificuldades, pela renovação de sua fé, e, dessa forma, poder lutar ao lado deles. Isso é ser IGREJA. E é assim que devemos viver.


“Para que não haja divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros. De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam.” (I Co. 12:25-26)


E isso se estende a todos nós, a cada um de vocês, meus irmãos e irmãs em Cristo que tem estado por aqui, lutando o Bom Combate junto comigo através do blog, da internet e tudo mais.


Peço a Deus a graça de poder viver isso aqui também, em minha cidade, encontrar aqui os Filhos de Deus, meus irmãos, e estabelecer com eles essa aliança em amor e em igual cuidado uns aos outros. Confesso que isso me faz muita falta. Mas sei que o Senhor está no controle e que Ele nos colocará juntos aqui também, e eu aprenderei mais sobre servir ao corpo através do cuidado com meus irmãos aqui de perto. Quanto preciso aprender sobre essa vivência de Igreja, de serviço aos outros, de paciência com as falhas dos outros e diferenças entre nós, de amor incondicional. Infelizmente, talvez vocês saibam, tenho estado durante um tempo bem prolongado, uns 6 meses a 1 ano, sem congregar em uma igreja – e, assim, sem ter essa comunhão pessoal e constante com meus irmãos em Cristo. E através disso quantos enganos acabaram penetrando meu coração: o orgulho, o individualismo, o julgamento, o ego, a vaidade e tantas outras coisas. Olhando pra todos esses frutos, percebo a importância imensa de IGREJA: estarmos juntos como Corpo de Cristo, juntos como irmãos, como companheiros de luta, fortalecendo-nos uns aos outros, aprendendo uns com os outros, com suas virtudes e também com seus defeitos... e isso é algo que espero muito voltar a viver!


Enquanto isso, apenas agradeço a cada um de vocês, meus irmãos em Cristo, que tenho tido a oportunidade de conviver e de ter como exemplos e como fontes de fortalecimento através da internet. Como é bom saber que estamos lutando o Bom Combate juntos! Saber que somos falhos, cheios de defeitos, pecadores, mas que estamos no Senhor, e é aí que está a nossa força! Que grande bênção vocês são em minha vida!

 
E fica meu abraço especial aos meus “manos” de Volta Redonda! Amo-os em Cristo! Daqui há 60 dias to chegando aí com vocês pra comungarmos de todas as promessas de nosso Senhor juntos! Que grande tempo será!!! Glorifico a Deus por tudo que tenho aprendido com vocês! Valeu, Guerreiros!!! :D


Com muito amor e muita felicidade em descobrir-me e descobri-los Corpo de Jesus...

Me! ;)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Sobre Águias III: Como uma Águia virou Galinha

Bom, depois das duas primeiras partes introdutórias, falando sobre algumas características interessantes das Águias, vamos para o que realmente importa. Pra mim, essa é a porção que mais ministra a nós, que nos ajuda a reconhecer nossa identidade em Cristo e o quanto essa identidade tem sido roubada de nós enquanto vivemos nesse mundo, o quanto temos sido enganados e acreditado em mentiras sobre quem somos e o que estamos fazendo aqui. Que, através desse texto, possamos parar e pensar se temos sido peregrinos, estrangeiros na terra, ou se resolvemos viver como moradoras definitivos daqui. Relembre de onde você é, onde você deve viver, para que você foi criado, independente de como ou onde você foi ou tem sido criado. Que renasça em nós as Águias que somos.

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3. Como uma águia virou galinha

"Durante o tempo de crescimento no ninho podem ocorrer acidentes. Uma rocha se desprende carregando tudo consigo, ninho e filhotes. Pois assim, certa feita, infelizmente, ocorreu. E aqui começa nossa história.

Numa tarde sonolenta de verão, voltava um criador de cabras, do alto de uma planura verde, na floresta atlântica do norte do estado do Rio de Janeiro. Ao pé da montanha por onde passava, encontrou, de repente, um ninho de águias todo estraçalhado. Semicoberta de gravetos, uma jovem águia, ferida na cabeça. Parecia morta, toda ensanguentada. Era uma águia rara, a águia-harpia brasileira, ameaçada de extinção.

Recolheu-a com cuidado e pensou:

 - Vou levá-la ao meu vizinho que é um amante de pássaros. Gosta de empalhar gaviões, garças, patos selvagens e veados. Talvez ele queira empalhar este filhote de águia!

E assim fez, pois o caminho passava junto à casa do empalhador. Este acolheu alegremente o criador de cabras. Ficou admirado por se tratar de uma águia-harpia, rara naquela região. Encheu-se de pena dela. Também ele supôs que estivesse morta. Colocou-a ternamente debaixo de uma cesta.

Amanhã vou empalhá-la, matutou resignadamente consigo mesmo. Embora pequena, vai ser uma ave soberba depois de empalhada, enchendo de grandeza qualquer sala!

No dia seguinte, teve grata surpresa. Ao retirar o cesto, percebeu que a águia se mexia levemente. As garras, ainda novas, estavam fechadas. Havia feridas em várias partes do corpo. A águia estava cega.

Novamente sentiu pena da jovem águia. Por misericórdia quase quis sacrificá-la. Pensando com seus botões, encontrava até razões para isso: "Elas matam muitos animais pequenos, especialmente preguiças e macacos. Desequilibram o sistema ecológico circundante, pois cada casal de águias-harpia precisa de um território exclusivo de caça de cinquenta quilômetros quadrados, com incursões num raio de mais de trezentos quilômetros".

[...]

Pensava em tudo isso como justificativa do atentado que, piedosamente, queria cometer. [...] Recordou-se também da ética ecológica que reza: "bom é tudo o que conserva e promove a vida, mau é tudo o que diminui e elimina a vida". Até uma frase bíblica veio-lhe à mente: "escolha a vida e viverá".

Por todos esses argumentos convenceu-se de que não deveria sacrificar a águia. Decidiu preservá-la. Começou, então, a tratá-la com carinho.

Ela, porém, pouco reagia. Não procurava comida nem andava. Como era colocada, assim ficava. Sem luz e sem sol, a águia não é águia.

Todo dia o empalhador partia-lhe pedaços de carne e a alimentava com dificuldade. Depois de um ano começou a perceber que os seus sentidos despertavam para a vida. Primeiro os ouvidos reagiam felizes ao ruído dos passos, quando lhe traziam carne. Esticava a cauda, geralmente em forma de cunha, e abria as asas alegremente.

[...]

Depois começou a mover-se por si mesma. Andava pela sala e pelo jardim.  Postava-se sobre um tronco mais alto. Por fim, recuperou sua própria voz, o kau-kau típico da águia.

Mas, continuava cega. Os olhos são tudo para uma águia. Seu olhar penetrante vê oito vezes mais que o olho humano. A retina é em parte monocular, orientada para coisas de perto, e em parte binocular, dirigida para as coisas de longe. Vê e controla tudo porque consegue girar a cabeça em 180 graus. Discerne o focinho de um coelho que espia da toca ou uma gazela no meio dos arbustos a mais de 1.600 metros de distância. Então arremete como uma flecha.

[...]

Por fim, o empalhador decidiu colocá-la junto às galinhas. Uma águia não é uma galinha. Mas a galinha pode provocá-la para viver, para locomover-se e, quem sabe, para despertar em si a imagem das alturas e buscar, um dia, o sol. Quem sabe... os olhos poderão renascer?...

Mas há também o risco de a águia esquecer o céu e o vasto horizonte do sol e acomodar-se aos limites estreitos do terreiro de galinhas. Poderá comportar-se como galinha. Será que vai virar galinha?

E foi assim que a jovem águia continuou a ser criada com a galinhas. Durante dois anos circulava, cega, entre elas. Andava com dificuldade, pois suas garras não foram feitas para andar. Ciscava aqui e ali como fazem as galinhas, mas sem poder ver.

Eis que, um belo dia, o empalhador se deu conta de um milagre. A águia via. Sim, via e já distinguia os alimentos. Seus olhos eram enormes. Na verdade, eles são tão grandes como os olhos humanos, embora uma águia pese 28 vezes menos do que um ser humano normal.

Enfim, a águia estava curada e perfeita! Depois de três anos de paciente cuidado, ela recuperara seu corpo de águia. Contudo à força de viver com galinhas, virara, também ela, uma galinha. Vivia com as galinhas, ciscava com as galinhas, dormia no poleiro com as galinhas. O empalhador, ocupado em seu ofício de empalhar aves, já se acostumara com a águia-galinha entre as demais galinhas. Esqueceu-se dela."


[Leonardo Boff - retirado do livro "A águia e a galinha - uma metáfora da condição humana", páginas 52-59]

[Continua...]

*Retirados alguns trechos do texto original.
*Ênfases minhas.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Pausa para uma música... =P

Ahhh.. uma de minhas músicas favoritas! Tão linda! É a que estou cantando nesta noite... ;)

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Tudo Posso
Celina Borges
Composição: Celina Borges

Posso, tudo posso Naquele que me fortalece
Nada e ninguém no mundo vai me fazer desistir
Quero, tudo quero, sem medo entregar meus projetos
Deixar-me guiar nos caminhos que Deus desejou pra mim e ali estar

Vou perseguir tudo aquilo que Deus já escolheu pra mim
Vou persistir, e mesmo nas marcas daquela dor
Do que ficou, vou me lembrar
E realizar o sonho mais lindo que Deus sonhou
Em meu lugar estar na espera de um novo que vai chegar
Vou persistir, continuar a esperar e crer

E mesmo quando a visão se turva e o coração só chora
Mas na alma, há certeza da vitória!


Eu vou sofrendo, mas seguindo enquanto tantos não entendem
Vou cantando minha história, profetizando
Que eu posso, tudo posso... em Jesus!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Sobre Águias II: Como se enamoram e se acasalam as águias

Ahhh... essa parte é tão linda!!! xD Sou meio suspeita pra falar né? Falando de águias e de romance ao mesmo tempo!!! rsrs.. Uma inspiração pra vocês! ;) Espero que gostem. Fiquem na Paz.

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"O casal de águias entretém uma relação de fidelidade por toda a vida. Juntos caçam, juntos montam o ninho, juntos incubam os ovos e juntos buscam alimento para os filhotes. Como entre os humanos, o casal de águias não copula apenas para multiplicar a espécie ou em certos períodos do ano por ocasião do cio. Surpreendentemente, copula com frequência. Na fase de enamoramento, até oito vezes ao dia. Depois de acasalados, se amam em qualquer época do ano, como expressão de companheirismo amoroso.

O enamoramento tem símbolos de grande força. O macho, voando mais alto, se precipita como uma flexa por sobre a fêmea que voa muitos metros abaixo. Ao aproximarem-se, a águia-fêmea se volta sobre o dorso. Fica de peito para cima, expandindo as asas e estendendo as garras na direção da águia-macho. E dá-se então o festival do encontro. A águia-macho, vindo como uma flecha, de súbito paira no ar. Abre as asas e entrelaça suas garras com as garras da águia-fêmea. Assim ficam, ora voando à maneira de bicicleta, ora para frente, ora para os lados, ora deixando-se cair, embevecidos pela paixão, até quase tocarem o solo. Só então se separam e voam em forma de guirlanda, ascendendo para um novo abraço de garras e de volutas no espaço.

Depois se acasalam. Antes, porém, dá-se uma disputa feroz entre dois machos rivais. São lutas renhidas e sangrentas. Podem durar horas. Garras, bicos, asas: eis as armas usadas um contra o outro. Às vezes se entrelaçam no ar, a cem metros de altura. Esvoaçam penas por todos os lados. Despencam enrolados um no outro até perto do chão. E aí se largam. Ganham novamente altura e, revezando ataques mútuos, retomam a disputa. Às vezes rolam no chão, numa nuvem de pó e de penas, num estardalhaço sanguinário. Até que um macho, precipitando-se com fúria e violência sobre o outro, consegue atingí-lo profundamente. A luta termina quando um se dá por vencido e ganha os longes do céu, fugindo.

Conquistada a noiva, a águia-macho ganha como troféu o seu território demarcado. E lá vive o casal voando e caçando por muitos e muitos anos, felizes até que a morte os separe."

(Leonardo Boff - retirado do livro "A águia e a galinha - uma metáfora da condição humana", páginas 50-52)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Sobre Águias I: Uma história sobre nós...



Já comentei algumas vezes aqui no blog sobre o quanto me identifico com as águias. Eu AMO águias! É incrível como fico encantada com suas características, seu porte, suas histórias. Pra mim, as águias são uma metáfora sobre nossa condição enquanto Cristãos. Não tenho total, mas uma quase certeza de que essa identificação com esses pássaros tão imponentes começou com uma música do Padre Zezinho chamada Águia Pequena. Já a escrevi aqui no blog, mas em posts futuros voltarei a escrever. Parece que ela foi escrita pra mim. Fala tanto a meu respeito, meus sonhos, onde estão meus olhos e o que espero pra minha vida. Fala sobre o chamado de Deus pra minha vida. E acho que foi em função dela, e depois de outras e outras músicas e textos sobre águias e outros pássaros, que criei um interesse tão grande por esses animais.

E um dos textos, ao lado de Águia Pequena, que me fez apaixonar ainda mais pela história das águias foi o livro "A águia e a galinha - Uma metáfora da condição humana", de Leonardo Boff. O livro tem algumas questões bem questionáveis, pois faz uma mistura bem perigosa de religiões, mas conta uma história linda sobre uma águia que foi criada como galinha, e o quanto isso representa a condição humana (diria eu: especialmente a condição Cristã!). E, ao escrever o último post, estive procurando uma imagem pra postar e encontrei essa linda imagem de uma águia voando nos ares. Que imagem linda! Não é difícil encontrar imagens lindas de águias, mas essa ministrou ao meu coração de maneira muito particular. Deve ser o ar de liberdade que ela transmite. Por isso vou colocá-la de novo aqui. Ela já foi até pro meu perfil do orkut! =P Amei mesmo essa foto! Assim, a foto, mais a música do Jorge Vercilo falando sobre pássaros e sobre liberdade, me levou de volta à história da Águia e da Galinha, e é sobre essa história que gostaria de falar nos próximos posts.

Quero falar sobre as águias, e convidá-los a refletir sobre cada característica dessas aves e o quanto isso tem a ver conosco. Tem cada informação incrível. Por isso compartilho-as com vocês. Que cada informação seja fonte do agir de Deus em suas vidas, como foram e tem sido na minha, ensinando-nos a despertar a Águia que está em nós. Vou dividir o texto em alguns posts, pra não ficar grande demais. E hoje vou escrever uma parte introdutória, com algumas peculiaridades a respeito das águias. Aí vai.

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"As águias fazem ninhos no alto das montanhas, em fendas bem abrigadas. Ou nos topos mais elevados de árvores da floresta, lá onde ninguém pode chegar. Esses ninhos são usados muitas e muitas vezes. Ano após ano, a águia volta para botar aí dois ou três ovos. E os ninhos são sempre acrescidos com novos galhos e folhas verdes. Não raro, têm dimensões consideráveis: um metro de altura, três de comprimento e dois de largura. A base é feita de galhos grossos, forrada de folhas macias, às vezes com folhas de eucaliptos para perfurmar a casa e afugentar insetos. As águias são cuidadosas na construção de seu hábitat.

1. Como vivem as águias

A águia-fêmea choca somente dois ovos. A águia-macho é coadjuvante nesta tarefa familiar de incubação, que dura de 43 a 45 dias. [...] Quando filhote, a águia se alimenta do que lhe é trazido já semidigerido no papo dos pais. Aos poucos vão trazendo presas maiores, picadas em pedaços. Por fim, entregam-lhe um coelho inteiro para que sozinha o despedace e coma.

Com a idade de 75-80 dias, a águia-filhote já está adulta, do tamanho dos pais. Está madura para voar com independência. Já tem olhos de lince, o bico encurvado, a língua dura e forte como pedra. Já lhe cresceram todas as penas, especialmente as das pernas. [...] Agora está pronta para ganhar o azul do céu, sobrevoar as montanhas mais altas, enfrentar ventos e tempestades.

Uns dias antes de voar, pode-se ver a águia-filhote acercando-se das bordas do ninho. Espia para o abismo, pois lá embaixo, no chão, estão os animais que vai caçar. Ou para o profundo dos céus, para a infinita liberdade, onde seus pais estão circulando, ao sabor dos ventos. Se os olhos estão fixados no chão, é nas alturas que tem o coração."

(Leonardo Boff - retirado do livro "A águia e a galinha - uma metáfora da condição humana", páginas 47-50)

*Ênfases minhas.

domingo, 2 de maio de 2010

"Eles gritam e conseguem me assustar..."

Nunca mais tinha escrito aqui, não é? :)

É que os tempos por aqui estão meio estranhos. Diferentes. Ouvindo tantas coisas grandes de Deus. Mas também ouvindo tantos contras de tantas pessoas ao meu redor. Incrível como essas coisas acontecem - parece que quanto mais o Senhor te dá para fazer, mais e mais pressões contra você passa a receber. Acho que é assim mesmo, não é? Como as palavras de Tozer, do último post "O Ministério da Noite", têm sido compreendidas por mim ultimamente.

Tenho tantas decisões pra tomar neste semestre que está acabando, para o semestre que está por vir. Incrível que tudo o que Deus pôs em meu coração, na transição do ano passado para este, tem se confirmado no meu coração agora. Mas... há um preço muito alto a pagar: ir contra TODO MUNDO.

Tem uma frase do texto do Tozer, Ministério da Noite, que diz assim:

"Para fazer em você a suprema obra de Sua graça, Ele vai tirar do seu coração tudo que você mais ama. Tudo aquilo em que você confia ir-se-á de você. Cinzas amontoadas jazerão onde os seus tesouros mais preciosos costumavam estar."

Como tenho visto isso acontecer na minha vida. E, ainda sabendo que é através disso que Deus se fará o Único tesouro de meu coração, e que, no tempo certo, tudo o que ficou para trás será restaurado e multiplicado, como foi com Jó, ainda assim dói muito. Principalmente quando o seu tesouro são PESSOAS. Principalmente quando você AMA essas pessoas.

Não sei se é assim com todas as mulheres, mas de fato, para nós, tudo gira em torno de uma coisa: PESSOAS. E comigo isso é muito verdade. Sempre foi assim. Sempre fui tão dependente delas. E acho que é por isso que é exatamente isso o que Deus tem me tirado. Mas como isso dói! Dói especialmente porque é a partir das pessoas que nós mais amamos que vem as maiores provações para o chamado de Deus - é de lá que vem a pressão que te puxa na direção contrária à que o Senhor tem mandado você ir.

Mas é aí que aprendemos, e que aprendo, sobre FÉ. Ter CERTEZA em coisas que você não pode ver. Ter uma CONVICÇÃO profunda em coisas que não possuem nenhuma lógica, em promessas que parecem loucas demais pra se cumprirem. FÉ. Os justos VIVERÃO pela Fé. E sem FÉ ninguém verá a Deus. É verdade. Sem FÉ ninguém chega até onde Ele quer enviar.

Como eu preciso de mais Fé. Fé pra confiar que ainda que meus olhos só vejam as cinzas dos tesouros do meu coração, ainda que pareça que todos eles serão consumidos e que nenhum sobrará, que abrir mão deles está totalmente errado e é um preço que não precisa ou deve ser pago, ainda assim os pensamentos de Deus são maiores que os nossos, e que Ele é quem sabe os pensamentos que tem sobre nós: pensamentos de paz e não de mal para nos dar o fim que desejamos. Fé para CONFIAR, sem restrições, mesmo em meio à escuridão da noite, quando não consigo ver nada à minha frente.

E digo isso não como quem já alcançou, mas como alguém que realmente precisa muito disso. Coragem pra dizer NÃO, ainda que esse não pareça a coisa mais louca a fazer na vida. Coragem pra VIVER PELA FÉ. Depender unica e exclusivamente de CRISTO e de Sua GRAÇA. "Minha GRAÇA te basta".

Nestes dias, muitas vozes têm se feito presentes ao redor, gritando tão veementemente contra a "loucura do Evangelho", que confesso que elas têm conseguido me assustar. E lembrei de uma música. Não costumo ouvir música secular, mas lembrei de uma música que conheci há alguns anos, e que na época era tão verdade na minha busca por viver as loucas promessas de Cristo. E nesses momentos, aquelas palavras se tornaram tão oportunas. Pensei várias vezes se deveria postar essa música aqui, afinal, ela fala de tantas dificuldades. Pensei se não deveria falar sobre TER MAIS FÉ, ao invés de falar sobre as pressões. Mas acho que as duas coisas são importantes. Lembrarmos que todos nós temos dificuldades, todos enfrentamos pressões diárias ao nosso redor, e todos nós nos mantemos de pé pela Graça de Deus, e precisamos de mais e mais Fé para lembrar que não somos deste mundo. Então, resolvi postar a música. Não para dizer que já não tenho fé. Não! Não desistirei! Sei que nasci para voar e, como diz a música, "Quem provou da liberdade não terminará preso às próprias grades... Um dia eu vou voar!".


Graças sejam dadas a nosso Senhor, Pai e Salvador, em cujo Amor podemos confiar e descansar. Ele que nos dá as forças que precisamos pra esperar pelo dia, pra permanecer de pé e continuar na luta. Somente por Ele vivemos!

Com amor, contando com suas orações...

Aline...

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"Eu, pássaro perdido
Que avoou sem medo
Quando era menino
Sério, eu chego a me lembrar
e logo chega o mundo
Pra intimidar

Eles gritam e conseguem me assustar
Eu me sinto gaivota sobre o mar
Que afundou as asas nas manchas de óleo ao mergulhar
E agora não consegue mais voar
Um dia eu vou voar...

Sei, sei tudo que posso
Mas vem essa lei
e impõe o ócio
Quem tem um olho é rei
Se eu desafiar, incomodarei

Vez em quando bate um vento por aqui
Abro as minhas asas pra tentar subir
Mas com tanto tempo preso a essas grades, me esqueci
E agora tenho medo de cair

Venha das alturas me salvar
No maciço da Tijuca pousará
Onde as nuvens se debruçam
E eu não canso de esperar
Sua liberdade me libertará

Abra as suas asas
Vai sem medo, vai
Vai ganhar o céu!

Quem provou da liberdade
não terminará
Preso as próprias grades
Um dia eu vou voar...

Eu já vivi no ar
Vem me ver voar
Vem me ver voar..."

(Asas Cortadas - Jota Maranhão e Jorge Vercilo)