quarta-feira, 31 de março de 2010

Comendo o Manjar Turco...


Não, hoje eu não quero falar de ninguém. Quero falar de MIM! Sou EU quem tem aceitado e comido o Manjar Turco que "a feiticeira" está oferecendo! Todos os dias.  

Sabe, cara, quanto tempo da minha vida eu tenho PERDIDO - atrás de Manjar Turco

"E dizia-lhes: na verdade, a seara é grande, mas os trabalhadores são poucos...” (Mt 9.37)

Mas, ainda sabendo disso, eu estou PARADA - comendo MANJAR TURCO! Sabe, cara, sim, eu estou fazendo "alguma coisa" - que tal "orando a Deus, buscando Santidade pra minha vida, aprendendo sobre a Verdade, conhecendo a Palavra", até mesmo escrevendo alguma coisa por aqui... e eu realmente acredito, sei que isso é importante! Na verdade, esse deve ser o PRIMEIRO passo - CONHECER Deus, ter relacionamento PESSOAL com Ele, ter a RENOVAÇÃO da sua mente! Não tem como você apresentar Deus, Sua Verdade, Seu Evangelho, Sua Salvação a alguém se você nem mesmo sabe quem Ele é e o que todas essas coisas são! Você precisa conhecê-Lo, de verdade, primeiro. Mas esse não é, não pode ser e não deve ser o ÚNICO passo! E eu sei que tudo o que eu tenho "feito" é inexplicavelmente pouco. Ainda há uma seara GRANDE - MUITO TRABALHO... e poucos trabalhadores! Mas eu ainda estou perdendo tempo comendo manjar turco na carruagem da feiticeira!

Sabe, quando eu paro e penso em quanto tempo eu tenho gastado com meus compromissos SECULARES, eu piro. Só tem 1, no máximo 2 dias na semana que eu não vou para a faculdade dar aula. Nos outros dias TODOS eu estou lá! Sem falar do tempo que gasto em casa preparando aulas e tendo idéias para fazer alguma coisa diferente e lalala... Mas, de verdade, EU NÃO TENHO GASTADO TEMPO TENDO IDÉIAS DE COMO EVANGELIZAR MINHA CIDADE! Eu não tenho FALADO DO EVANGELHO DE CRISTO para quaisquer pessoas que sejam ao meu redor! E sabe qual é a triste verdade? Eu tenho MEDO do que AS PESSOAS vão pensar! Eu tenho VERGONHA de falar sobre os pecados nas vidas delas, sobre a condenação delas e sobre o único Caminho, que é Jesus! Isso é horrível!

Eu não aguento mais comer Manjar Turco! E eu SEI que eu não devo comê-lo! Há MUITO trabalho para ser feito, e eu quero fazê-lo! Quero poder usar o tempo, as idéias, a energia e todos os dons que Deus tem me dado para ajudar outras pessoas a conhecê-Lo e a receber a Vida que somente Ele pode dar também! Às vezes eu não sei o que fazer, não sei nem como começar... mas eu sei que eu POSSO fazer alguma coisa - porque é o Espírito Santo quem fará através de mim, e não eu mesma com minhas próprias forças ou capacidades! Então, se Deus tem me chamado, se Ele tem mudado meus caminhos, me livrado do engano e das mentiras e me ensinado a Sua Verdade, e gravado-a no meu coração, então Ele também me tornará capaz de fazer algo, Ele também é que me usará para alcançar outras vidas!

Chega de desculpas! Eu POSSO reunir uns amigos para falarmos sobre a Verdade; eu posso ir com uma galera a uma praça e fazer um momento de adoração, de oração, de reflexão da Palavra ali; eu posso fazer algo para ajudar os necessitados; eu posso dar minha cara à tapa para que o Evangelho de Cristo seja anunciado!

Que Ele me perdoe por ter perdido tanto tempo, e me liberte de todo medo, de toda vergonha ou qualquer sentimento de comodismo! E que a Graça de meu Pai faça através de mim aquilo que eu não sei fazer!

Chega de Manjar Turco!

Somente a Ele seja a Glória! Em Cristo. Amém.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Em terra estrangeira... defendendo a nossa Pátria!


 
Eu estava lendo uma meditação de John Piper que falava sobre nossas condições enquanto forasteiros nesta terra, e dois versículos citados por ele neste texto me chamaram muito a atenção:

“Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem... Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus” (Mt. 5:11,12)

“Os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Rm. 8:18)

E, através dessas verdades bíblicas, o Espírito Santo me transportou às imagens daqueles filmes sobre guerras patrióticas, em que homens nobres e cheios de honra saem de suas casas, deixam suas famílias, suas terras e tudo o que lhes é valoroso a fim de lutar por um grande propósito: defender a sua nação e o seu povo! Eu amo esses filmes! Não é novidade que eles fazem parte dos meus preferidos. Sempre fico maravilhada ao pensar naqueles homens – jovens, adultos, velhos, algumas vezes até crianças que se dispõem a enfrentar uma guerra para defender a sua terra. Eles sabem o risco de uma guerra ou, no mínimo, imaginam. Sabem que irão sofrer lá, que será difícil, doloroso e que existe uma grande possibilidade de não voltarem vivos para seus lares e suas famílias. Eles sabem do perigo, conhecem os riscos e as dores que terão de enfrentar. Mas, mesmo assim, eles não pensam duas vezes e VÃO.

Cara, isso sempre mexe profundamente comigo. Coragem! Mas não é uma coragem qualquer – é uma coragem que é fruto da certeza de sua missão, de seu ideal e dos nobres propósitos que eles defendem. É isso o que acho lindo demais nessas histórias patrióticas! Sabe aquilo que Jesus falou sobre quem quer salvar a sua vida perdê-la-á, mas quem perder a sua vida pelo Seu Propósito irá ganhá-la? É isso. Esse é um grande exemplo de perder a sua vida de forma a ganhá-la.

Esses filmes todos me atraem demais. O Patriota, Coração Valente, O Senhor dos Anéis e similares. No filme “O Senhor dos Anéis”, existe uma personagem com a qual me identifico muito, ela sempre me vem à mente quando penso nessas histórias de heróis. É a Éowyn, a filha do Rei de Rohan. Existem muitas coisas que me atraem nessa personagem. Ela é tão linda, delicada, meiga, ela é a Princesa! Seus irmãos são guerreiros e seu pai também o é, eles vivem em batalhas para defender o reino. Mas chega um momento na história em que todo o exército de Rohan é convocado para uma última batalha, em defesa do reino de Gondor, e todos precisam abandonar o país. Todos os habitantes de Rohan deverão ir embora, a fim de se proteger, enquanto os guerreiros lutarão a última batalha em defesa do Reino. E é neste momento que o coração de Erwin me encanta. Seu pai manda que ela fique com as mulheres, idosos e crianças, mas ela quer mais do que isso... ela quer ir e lutar ao lado deles! Acho isso lindo! Ela quer lutar também, arriscar a sua vida para defender o seu Reino, porque salvar a sua vida mas deixar de defender sua causa maior é um preço muito alto a ser pago. Então, ela decide PERDER a sua vida. Ela era a Princesa, não precisava ir. Mas ela queria ir, porque mais valeria morrer pelo reino do que viver sem poder defendê-lo com todas as suas forças. Lindo!

E, ao ler os versículos acima citados, pensei a respeito de todos esses exemplos de homens (e mulher) que decidiram ir e lutar por suas pátrias. Lembrei do filme O Patriota, quando o personagem do Mel Gibson não quer deixar seu filho ir para a guerra, porque sabia que ele provavelmente morreria lá (como aconteceu!), mas seu filho não queria saber disso. Ele também sabia que poderia morrer, mas esse era um preço que valia à pena ser pago para lutar pela verdade e pela liberdade do seu povo. E seu pai sabia que isso era verdade. Então, pensei em todas aquelas mulheres que viam seus filhos e maridos saindo de casa para uma guerra na qual eles eram a minoria, da qual poderiam nunca mais voltar vivos, mas, ainda assim, elas os encorajavam e apoiavam e estimulavam a ir, pois sabiam que o resultado deste sacrifício era maior do que suas dores. Então, todos aqueles homens iam, fortalecidos pela ESPERANÇA do retorno ao seu lar, à sua terra, à sua pátria, depois que elas fossem completamente livres e plenas! Eles iam, motivados por um só sentimento: a esperança do retorno, e de tudo o que eles veriam ao voltar para casa, seus galardões – a satisfação de ver o fruto de seus trabalhos.

Lembrei também daqueles filmes de guerras americanas, quando os jovens soldados voltavam da guerra vitoriosos, e toda a cidade, e mesmo o país, se reunia para recebê-los com todas as honras, aplausos, e júbilo, com todas aquelas medalhas de honra ao mérito, todas as saudações pela vitória que eles haviam ajudado a alcançar. E, após todos os sofrimentos passados na guerra, aqueles jovens voltavam para receber seus galardões – e como eles eram grandes!

E assim imaginei a nós mesmos, cada um de nós, que somos estrangeiros, peregrinos, forasteiros neste mundo. Estamos em terra estranha, não somos daqui e nosso espírito sabe disso. Vivemos numa constante guerra – também sofremos perseguições e injúrias e dores, e, se não é assim, então devemos questionar se temos sido mesmo forasteiros, soldados em meio à guerra, ou se temos nos tornado habitantes e moradores e amigos do campo inimigo. Mas, cada um de nós que temos sido chamados ao exílio, ouvimos a voz de nosso Jesus nos dizendo: “Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus!”. E pensei em nossa volta para Casa... ah, como deveríamos nos lembrar de nossa Casa, e alimentar a esperança de nosso retorno a Ela! Aquele dia em que, como cada um destes guerreiros, iremos receber a Coroa que nos está prometida, aquele dia em que seremos recebidos por nosso Rei, e por cada um daqueles que também foram para a luta e a venceram! E pude ver os rostos de todos aqueles heróis sorrindo para nós, apertando nossas mãos e nos saudando porque estamos de volta ao Lar, recebendo-nos com alegria após nosso longo período de exílio aqui neste mundo.

E termino esta reflexão com as palavras de Paulo em sua carta aos Hebreus:

“Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus...” (Hebreus 12:1-2)

Lembremo-nos desta tão grande nuvem de testemunhas que estarão a nos esperar em nossa Pátria Celestial após nossa guerra ter sido vencida, e, acima de tudo, olhemos firmemente para nosso Rei que estará a esperar-nos para nos presentear com os galardões e a Coroa que Ele mesmo já tem preparado para nós! E, com Ele, viveremos eternamente, em Sua Glória!

Continuemos lutando por nossa Pátria, e que Toda honra seja dada a nosso Rei, hoje e eternamente! Amém! 

Simplicidade... e Verdade!

Ah. Ah, eu não sei. Às vezes as palavras parecem tão repetidas, parece que estamos falando todo tempo da mesma coisa, parece que, como Salomão disse em Eclesiastes, não há nada novo debaixo do céu. Bom, quem sabe ele não estava mesmo certo? Acho mesmo que sim. E me perdoem se estou me tornando repetitiva e se vocês gostavam mais quando eu falava sobre corte, romance, príncipe e princesa ou coisas do tipo, mas, sabe, durante este um ano e alguns meses do blog, uma coisa eu tenho aprendido: eu não devo falar o que EU quero, nem o que as pessoas querem ouvir (ou ler). Eu devo falar aquilo que o SENHOR tem falado. Quantas vezes eu deixei de fazer isso. Quantas vezes eu falei sobre o que eu queria, o que achava mais “interessante”... e me arrependi! Porque o Espírito Santo testifica a nosso espírito de que estamos sendo desobedientes à Voz do Pastor, e isso faz de nós rebeldes. Então, ainda que repetitiva, é sobre o que o meu Senhor me tem falado que eu quero falar.

 
E aqui estamos novamente falando sobre a realidade daquilo que chamamos de “Igreja de Cristo” neste nosso mundo e nesta nossa geração. Acho que domingo é um dia no qual dificilmente eu poderia escrever sobre outra coisa, já que é o dia em que, normalmente, vou a alguma igreja. E, então, tudo vem à tona novamente.

 
E hoje eu cheguei da igreja, mais vazia do que eu gostaria de estar ao sair de uma “igreja cristã”, e vim para meu quarto. Como agradeço a Deus pelo meu quarto! E comecei a ouvir uma mensagem em áudio do pr. Jeff Fromholz, e a mensagem começou com uma música. Puxa, há quanto tempo eu não ouvia um verdadeiro LOUVOR como este. Era uma música tão simples, apenas um violão e, talvez, uma guitarra (nem tenho certeza se tinha guitarra), uma letra pequena, cantada com um sotaque americano que acabava pronunciando as palavras de uma forma meio errada, uma voz comum, sem aqueles truques de quem fez 50 anos de aula de canto ou coral... e meu Deus quebrou o meu coração através de uma coisa: SIMPLICIDADE!

 
E é sobre isso que quero falar. SIMPLICIDADE. Ah, como tenho sentido falta disso! Eras, acho mesmo que não tenho como expressar o quanto tenho sentido falta disso! E lá vem as minhas confissões mais uma vez! Sabe, não quero parecer reclamona, ou que eu tenha o hábito de ficar murmurando, até porque isso não é uma murmuração, mas é a tristeza de um coração que tem visto o nosso Deus ficando de fora daquilo que chamamos de Sua Casa para dar lugar aos homens e suas “necessidades”, é a tristeza de um coração que tem visto tantas pessoas sendo enganadas (inclusive muitos líderes) e ensinadas a acreditar em coisas que estão tão distantes da Verdade de Jesus. E, se falo dessa tristeza, é na esperança de que isso possa ser usado por Deus para despertar-nos, para acordar nossa geração, para fazer qualquer coisa que seja a fim de ver algo mudando. É na esperança de fazer alguma coisa, ao invés de ficar parada “reclamando”.

 
E eu tenho sentido falta desta SIMPLICIDADE. Sabe, a simplicidade de Jesus! Uma pessoa que não precisava gritar, alterar sua voz, fazer voz de choro, usar palavras poéticas ou apelos emocionais, alguém que simplesmente falava. A simplicidade de alguém que sabe que é Deus quem opera e não as suas palavras. A simplicidade de alguém que sabe que a verdadeira conversão não acontece em função da pressão psicológica que você fez nas pessoas que estavam lhe ouvindo, através de seus gritos e exageros, mas através da ação do Espírito Santo e da demonstração de Poder que vem através da pregação do verdadeiro Evangelho. A simplicidade de alguém que não precisava ficar “brigando com demônios” e gesticulando, apontando o dedo para eles, para que eles o “obedecessem”, mas que sabia que era a autoridade dada por Deus quem os afastaria, simplesmente.

 
Como estou cansada dos shows musicais de todos os cultos evangélicos! Ahh.. como eu gostaria de parar um pouco de ouvir toda a barulhada da bateria, todas as exibições dos solos nos teclados, baixos ou super guitarras, todas as super vozes combinadas em corais, dizendo pra você levantar as mãos, e pregando uma “liberdade” que se resume em movimentos do seu corpo... sim, estou cansada. Cansada de ver todo mundo levantando quando todos levantam, sentando quando todos sentam, batendo palma quando todos batem e dizendo Amém quando todos dizem, mas sem nunca ver alguém ajoelhando-se para orar ou realmente compreendendo o que está fazendo naquele lugar.

 
Gostaria de voltar a ouvir verdadeiros Louvores. Aqueles que não precisam ser grandes e espetaculares, que não precisam ser feitos por maestros, super-músicos ou super-cantores, mas que precisam ser sinceros, cheios de Verdade e, acima de tudo, ser uma expressão de sua VIDA. Apenas um violão, apenas umas poucas palavras, apenas uma voz... porque não é sobre isso que se está tratando – não é sobre a MÚSICA, é sobre nossas VIDAS! Sabe, não precisar cantar em pé porque estão todos de pé,mas poder curvar minha cabeça sentada ou, quem sabe, ajoelhada, e dizer aquelas palavras para Aquele para quem elas são. Não cantar para homens, não olhar para homens, nem para mim mesma, mas voltar-me para Deus... em SIMPLICIDADE.

 
Ahh... sim, como sinto falta disso! De um pouco de silêncio, de uma parada para realmente avaliar os meus propósitos, minhas motivações, os objetivos da minha vida, de uma ORAÇÃO cantada, ao invés de uma MÚSICA que nunca chega a ser uma oração. Sinto falta dos semblantes concentrados, sérios por levarem a sério aquilo que está sendo falado, por entenderem sobre a Santidade do Lugar onde estamos pretendendo entrar: o SANTO dos SANTOS, ao invés dos sorrisos marotos inacabáveis que sempre acompanham palavras sobre você, suas necessidades e as bênçãos que VOCÊ vai alcançar naquela noite.

 
E, além disso tudo, sinto falta de ouvir a Verdade. Mais do que isso, de ver que esta Verdade tem sido levada a sério, tem sido compreendida, em toda a sua Simplicidade, mas também em toda a sua Plenitude, Seriedade e Santidade. As Sagradas Escrituras sendo tratadas como SAGRADAS, e não como meros textos dos quais podemos tirar “alguma lição para as nossas vidas”. Não é isso que elas são! Elas não tem “alguma lição bonitinha para nosso dia”, elas tem TODAS AS RESPOSTAS que precisamos para as nossas vidas! Elas são a manifestação física, visual que Deus nos deixou para aprendermos sobre Ele e Sua VERDADE!


Simplicidade... e Verdade – são minha esperança. Parar o barulho, parar a “festa” em tempo inoportuno, e silenciar, voltar a ser simples e a viver a Verdade.

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Ah, Pai, tem misericórdia de nós por termos nos afastado tanto da Tua Verdade, e da Tua simplicidade! Nos perdoa por querermos ser agradados ou por querermos agradar aos outros ao invés de agradar a Ti! Nos perdoa por nos conformar, Senhor,por nos acostumarmos a ver e conviver com tudo que tem sido feito dentro da Tua Igreja! Nos perdoa por vermos a Noiva de Teu Filho sendo maculada, manchada, suja e enganada e por não fazermos nada a respeito disso! Nos perdoa por ficarmos parados! E, Senhor, pela Tua infinita Graça e Poder, eu te peço, não nos deixa permanecer assim! Não nos deixa continuar cegos, surdos, insensíveis ao Teu Coração! Tu nos escolhestes antes mesmo da criação do mundo, e nos chamastes para sermos Teus Filhos e Teus servos, não deixa que a obra em nós fique sem ser concluída, e não nos deixa voltar atrás ou ficar parados! Não nos deixa, Pai! Mas cria em nós um coração como o Teu, coloca em nós os desejos do Teu Coração, os pensamentos da Tua Mente, as Palavras da Tua Boca, e grava em nossas vidas a Tua Verdade! Tu és o Tesouro de nossas vidas! Não nos deixa atrair pelos falsos tesouros deste mundo, por suas ilusões e enganos, mas traz à nossa mente, em todo o tempo, nossas verdadeiras identidades como Teus Filhos, Teus Embaixadores, Noiva de Cristo, Peregrinos e Estrangeiros neste mundo! Não deixa que nos sintamos confortáveis neste mundo, mas faz com que, a cada dia, em cada momento de nossos dias, sintamos saudades da nossa Pátria, da Terra de onde saímos e para onde esperamos retornar! Tu és a nossa Coroa! Tu és tudo aquilo que realmente importa! Livra-nos de nós mesmos, e fortalece-nos, com o Teu Espírito Santo, e Tua Graça, para cumprir tudo que tens sonhado para nossas vidas, e para lutar o Bom Combate com força, Fé e perseverança até o fim! Obrigada, Senhor, porque és tão bom a ponto de nos fazer compreender nossa pequenez, nossos pecados, o quanto temos nos tornado amigos deste mundo, e por nos dar arrependimento! Tu és tão maravilhoso e benigno conosco, Pai! Obrigada por nos escolher e nos dar Fé para recebermos a Jesus como o Senhor de nossas vidas, nosso Salvador, e porque nEle fomos lavados de toda nossa impureza, de toda a nossa sujeira e, assim, pudemos nos aproximar de Ti, em toda a Tua Santidade! Nenhuma palavra seria suficiente para expressar o quanto és Bom, o quanto és Grande e Perfeito, Deus! Não há ninguém que mereça receber honra e glória e majestade além de Ti! Usa-nos, em toda a nossa pequenez, para glorificar ao Teu Nome nesta terra! Eis-nos, aqui, Senhor! Em nome de nosso Salvador, Jesus Cristo. Amém.

terça-feira, 23 de março de 2010

Ssshhh!!! Estou tentando ouvir Deus (by Jeff Fromholz)



"Nos últimos dias eu estava pensando muito nessa idéia de “experimentar a presença de Deus”. Tenho gasto anos tentando descobrir isso, e mais ainda, como trazer ela para o povo de Deus. Para mim, tudo começa e termina ali. Se nós verdadeiramente pudessemos entrar na sua presença e gastar tempo com Ele, como nossas vidas pessoais seriam diferentes. E se nós pudessemos trazer a sua presença para os lugares onde estamos, imagine os resultados. Eu confessoo que talvez tudo isso estivesse ligado com a minha idéia romântica de “avivamento”. Sei lá. Mas o desejo é forte. E o que despertou isso de novo em mim foi que eu estava estudando as maneiras que Deus tem se revelado ao seu povo durante a história. E nisso eu me encontrei diante de Elias.


Na história achamos Elias fugindo, querendo morrer e finalmente escondido numa caverna. Daí Deus pergunta a ele o que ele está fazendo ali, e Elias desabafa e no fim Deus o manda de sair da caverna e esperar. Nesse momento Elias desencorajado e deprimido está pensando, “Beleza, até que enfim, Ele vai me matar”. O doido é que se paramos para pensar Elias pediu a morte, mas nunca morreu e nós que não pedimos para morrer, morremos. Irônico. Mas, para o desapontamento de Elias, isso não era o que Deus ia fazer. Deus queria se revelar a ele, e fortalecer ele.

 
Então, temos Elias na montanha diante de Deus e vem um vento forte. Não era um vento forte tipo que bagunça seu cabelo, mas um em que pedras começaram se soltar da montanha. Cara, é isso que eu tenho sonhado quando penso numa galera junto clamando por Deus. E com certeza, era também o que Elias imaginava. Isso tinha que ser Deus. Mas não era. Deus não estava na tempestade. Depois veio um terremoto, isto tem que ser Deus, era meio óbvio. Mas, não era. Deus não estava no terremoto. Então veio o fogo. E todos de nós sabemos que o fogo é Ele. “Fogo consumidor”??? Mas não era. Deus não estava no fogo. Pensando bem, que decepção. Todas essas experiências e nada. Era tudo que a gente imagina que seria Deus. Era tudo que Pentecoste um dia seria, um vento forte, um lugar sacudido e línguas de fogo. Mas não era a presença de Deus. Finalmente, veio uma voz sussurrando. E Elias puxou a capa para cobrir o rosto, saiu e ficou na entrada da caverna.


É isso que me pegou. Deus não estava em nada que nós teríamos esperado. Por anos eu tenho tentado descobrir como experimentar a presença de Deus e fazer os outros experimentarem também. Tenho passado por fases de louvor misturado com Rock, “um som mais relevante”. Tenho tentado luzes apagadas ou com somente algumas coloridas ligadas. Tenho tentado passar clipes com projetores. Tudo que levou a galera ter uma certa experiência emocional. E é isso que eu erradamente pensava ser Deus, um sentimento, uma experiência emocional. Mas não era. É difícil admitir que o “vento forte” que derrubava pessoas, ou o chão tremendo devido o som alto, ou os clipes de Jesus sendo crucificado que levou pessoas a chorar não era Deus. Podiam ser coisas que apontava a Deus, talvez, mas não era Deus. Ao longo do tempo, vendo a falta de fruto, eu tenho que admitir que Deus não estava no meio e continua não estando, estamos somente mexendo com sentimentos. Um “encontro” constante. Todo mundo chorando por três dias para somente se desviar depois. Não é isso que eu estou atrás. Quero algo que gere mudança, que dê bons frutos. Eu quero mais do que eu chamo com carinho de “masturbação espiritual”, uma experiência que parece ser tão real que somente depois de um tempo você percebe que a coisa não era real.


Nós, por anos, conseguimos reunir muitas pessoas com a mesma intenção de encontrar com Deus, mas eu temo que tudo que fizemos tentando criar essa experiência fez nada mais do que impedir ela. Se Deus estava querendo falar, teria sido naquela voz como um vento suave. Mas naquela bagunça que fizemos, acho que parecemos mais com os adoradores de Baal, do que adoradores de Deus temendo a morte. Naquele barulho, como a gente ia ouvir?


Talvez seja a idade, não sei, mas estou chegando ao ponto na minha caminhada que eu detesto as próprias coisas que eu acreditei e até estimulei. Não que eu não gosto de um som pesado, gosto, mas não no meu tempo com Deus e certamente não na igreja. O que vemos é que através desse mover de “igrejas com propósitos” fazendo os cultos mais acessíveis aos incrédulos, e tentando segurar nossa galera bitolada em televisão e internet é que a igreja se tornou um lugar de entretenimento. O louvor não é para Deus. Perdoe-me se você é um líder de louvor, mas eu te desafio diante de Deus de falar que quando você está ensaiando durante a semana e na hora que você sobe no palco que você não está nem aí com o povo. A verdade é que nós cantamos para o povo. Nós criamos cânticos agradáveis aos seus ouvidos. Nós pregamos mensagens que tem menos conteúdo Bíblico cada semana. A coisa não pode ser mais rasa. Os pastores usam seus púlpitos para fazer uma galera viver longe de Deus, dar risadas e se sentir bem. Nós os convencemos que todos os seus sonhos terrenos são a vontade de Deus. Somos nada mais do que torcedores de palco, puxa sacos profissionais, políticos. Evitamos falar coisas doloridas ou ofensivas por medo que o povo não volte. Somos os Freddie Mercuries da geração, “Let me entertain you” (deixe me entreter você). É tudo sobre isso, entretenimento. Só que Deus não está no entretenimento. Ele não está nas piadas ou nas mensagens “pop-psicologia”. Ele não está nos vídeo clipes. Ele não está nas danças que falam “Olhem para mim. Olham como eu estou vestido como um anjo”. Deus está em Deus e isso se resume numa voz sussurrando.

 
Confesso que tenho uma grande dificuldade em visitar muitas igrejas hoje. Nunca vi produções tão bem preparadas e feitas. São impressionantes mesmo. Mas algo está obviamente faltando, só que parece que não é tão óbvio quando olho para todo mundo sorrindo nos seus lugares e contente. Mas bate em mim um sentimento forte que eu tenho medo de um dia não controlar e pular num banco fazendo minha melhor impressão de Maria Madelena gritando, “O que vocês fizeram com meu Jesus? Onde vocês o colocaram?” Cara, eu não sei como as pessoas agüentam sem pirar. Será que todos de nós realmente estamos enganados ao ponto de pensar que o vento, terremoto e fogo é Ele? Ou será que é mais conveniente nem questionar?


Nada mais eu quero do que sentir Deus nos lugares onde os seus seguidores estão reunidos. Mas, duvido que vou. Enquanto o foco estiver no homem e agradando ele com o culto, temo que Deus vá ficar longe. E a minha experiência até hoje tem provado isso. Os lugares mais cheios e mais barulhentos são os lugares que as minhas emoções mais pulam, mas meu espírito murcha, e meu coração pesa.

 
Nós temos que chegar um ponto em que não queremos mais trocar experiências sentimentais pela coisa real. Eu quero Deus e eu quero experimentar ele. Eu quero ouvir a sua voz. Mas, eu não posso enquanto você está fazendo todo esse barulho. Eu não posso enquanto você está colocando “eu” no centro da programação querendo saber do que eu pensei da musica ou da dança ou da mensagem. Eu quero saber do que Deus pensou da música, da dança e da mensagem.

 
Somente quando os que ficam na frente pararem de distrair o povo do que é realmente importante e acalmar a poeira, que poderemos sentar quietos na sua presença e talvez, talvez, ouvir a sua voz. Ssshhhhhh. Eu quero ouvir Ele."
 
 

domingo, 21 de março de 2010

"Tenho Fome" - Uma realidade que facilmente esquecemos...

"Hoje foi como uma facada em meu peito aqui em Angola.

Contratamos há umas 2 semanas uma senhora muito sorridente que veio procurar emprego. Como temos agora 300 crianças a nossa cozinheira já não teria mais condições de cuidar de tudo sozinha. Por isso contratamos a tal senhora sorridente chamada Anastácia.

Os olhos brilharam quando aceitamos os serviços dela. Todos os dias vimos sempre Anastácia sorrindo. Às vezes, vencendo a timidez, dava uma forte gargalhada. Esta sempre foi a marca de Anastácia.

Hoje, na hora do almoço, comecei a perguntar sobre a família dela. Rimos quando ela disse que tinha 9 filhos. Perguntei sobre o marido e ela disse que ele não pode trabalhar porque tem estilhaços de minas explosivas em todo o seu corpo. Perguntei se algum filho trabalhava e ela disse que nenhum conseguia emprego. Fiquei instigado e fiz a pergunta que, devido a resposta, me calou por alguns minutos.

Eu perguntei: O que vocês geralmente comem?

Ela não entendeu a pergunta.

Novamente perguntei: O que vocês geralmente comem?

Ela respondeu ainda sorrindo: Geralmente nós não comemos... Hoje mesmo 3 de meus filhos vieram cedo na escola para perguntar se hoje seria mais um dia que passariam sem comer.

O silêncio tomou conta da sala onde todos os voluntários do Mão na Massa que estavam almoçando arroz, feijão e strogonoff de carne. A Weilla começou a chorar. Seguramos as lágrimas. A gargalhada da mulher foi interrompida pelo seu choro que nunca pensei ver.

Ela disse que ia fazer 3 dias que eles não comiam absolutamente nada!

Meu mundo desmoronou mais uma vez aqui em Angola.

Quando começo a me acostumar com a situação, o Senhor sempre permite que eu conheça mais uma historia de miséria de perto. O que pudemos fazer é oferecer um jantar hoje e fazer uma compra para suprir esta família, por este mês.

Em nome de Jesus vamos aumentar o salário dela e creio que esta família vai ver que Deus não se esqueceu deles. Vamos dar bastante amor para eles e creio que conhecerão o cuidado de Jesus e sua infinita graça.

Tire suas próprias conclusões desta história e analise como tem sido sua gratidão por tudo que você tem.

Nos ajude a sustentar mais esta família.

Agora fico até com medo de perguntar para nossos vizinhos e nossas crianças: “O que você comeu hoje?” Porque geralmente ouço a resposta: AINDA NÃO COMI NADA!


Caíque Oliveira"


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Caíque Oliveira é o coordenador do projeto Tenho Fome, cujo objetivo é ajudar a reconstruir a Angola e oferecer ajuda a 1000 crianças angolanas, através da construção de uma escola mantida por missionários, principalmente brasileiros. O projeto Tenho Fome é uma iniciativa da Organização Cultural Nissi, ou Ministério Jeová Nissi, com sede em Campinas/SP. Todos nós podemos ajudar! Todos nós podemos fazer alguma coisa! Ore por estas pessoas, por esta iniciativa e por este ministério. Contribua financeiramente para ajudar a diminuir a miséria destas pessoas. Compre os materiais do ministério. Converse com seus familiares, com sua igreja, líderes e amigos e divulgue este projeto. Faça uma mobilização com seus amigos, uma "vaquinha" e envie para o ministério. Faça aquilo que o Senhor colocar em seu coração.


Ajude a reconstruir a vida de crianças que sonham!!
Banco do Brasil ¨¨Agência 3553-X ¨¨Conta Corrente 20.948-1


"Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim" (Isaías 6:8)

quinta-feira, 18 de março de 2010

O falso evangelho "Paz e Amor" e as Distorções do Sofrimento II



Meu pai teve uma infância bastante humilde. Meu avô não tinha estudos, e sempre trabalhou em coisas muito simples, como construção ou como sapateiro. Minha avó sempre repete que ele nunca ganhou mais do que um salário mínimo. E ela nunca trabalhou, apenas ficava em casa cuidando dos filhos e administrando os custos. E meu pai sempre me contou as histórias sobre este tempo da sua vida.

Meus avós tiveram apenas dois filhos, ambos homens. Mas, além deles, tenho ainda duas tias, que eram filhas de familiares da minha avó que não tinham condições de criá-las e minha avó recebeu-as como suas filhas. E elas não foram as únicas que foram recebidas por meus avós. E todos eles sempre foram sustentados com um único salário mínimo.

Não lembro bem a partir de quando, mas acredito que desde a infância, pré-adolescência e, principalmente, durante a adolescência e juventude, eu e meu pai desenvolvemos um hábito que marcou minha história: deitarmos numa rede, ouvindo aquelas músicas bem antigas, e conversarmos. E era nesses momentos que meu pai me contava as suas histórias.

Eram histórias de um menino que viveu em uma família pobre, sem condições de sequer ter mais de uma camisa pra ir ao colégio. Ele me contava como usava um mesmo uniforme do colégio por anos, como era ter que usar uma blusa furada debaixo do braço por tão velha que era, ou como era ter um caderno formado por várias folhas de papel almaço furadas e amarradas com um fio. Sim, parecem lembranças doloridas, mas havia muito mais do que isso. Havia também as histórias das brincadeiras nas ruas, com todos os moleques da vizinhança, de como todos eram amigos, como aprontavam juntos e inventavam seus próprios brinquedos e brincadeiras – e o quanto isso era divertido. Havia as histórias dos banhos de chuva, ou das vezes que uma simples poça de água já dava um banho cheio de diversão. Ah, e as histórias das viagens para o interior? Essa era uma das partes que eu mais gostava – quando ele e seus primos iam pra um interior, com algum tio, pra uma casa bem humilde, sem energia e sem conforto, mas que aproveitavam cada momento juntos. A única história que concorre com essa é a de como meu avô, com toda a sua simplicidade, com toda a falta de dinheiro, sempre chegava da rua com um pastelão para os meninos – e como era grande a festa sempre que isso acontecia! Eram histórias de uma infância feliz, ainda que com muitas limitações financeiras.

Ah, não sei se todos podem imaginar o quanto essas histórias simbolizam em minha vida. Quantas vezes, ao ouvi-las, não precisei engolir as lágrimas, enquanto meu coração se despedaçava por dentro ao pensar no que tem acontecido com as crianças de nossos dias. Como eu abriria mão das horas passadas em frente ao computador, durante minha adolescência e juventude, por uma viagem ao interior, sem conforto nenhum, somente para estar junto de pessoas queridas e curtir suas companhias. Como é horrível pensar em quais as lembranças e as histórias que as crianças de nossos tempos terão para contar. Quantos brinquedos tinha, quantos esportes aprendeu, com quantos anos aprendeu a mexer no computador, e como os seus pais precisavam trabalhar o dia inteiro para oferecer-lhes tudo isso. Como elas foram proibidas de serem crianças.

Minha infância ainda foi muito legal, ainda conseguir vivê-la numa época menos ruim do que a que vemos hoje. Ainda fugi de casa pra brincar da rua, e brinquei muito na rua com meus vizinhos, andando de patins, brincando dos muitos “pira-alguma-coisa”, entrando nas construções dos outros para “investigar o local”, pegando flor dos jardins dos outros, fofocando com as amiguinhas, indo pra casa delas brincar de boneca e muitas outras coisas. Sinceramente, sinto falta do meu tempo de infância. Eu conhecia todas as pessoas que moravam na minha rua. E acho que passava pelo menos 50% do meu tempo nas casas delas. Hoje, infelizmente, ninguém mais sai das suas casas, a não ser dentro de seus carros com película, e o único contato que temos uns com os outros é através de um aceno por trás do vidro dos carros.

Fico pensando como estará o mundo quando os meus filhos nascerem. E, desde muito cedo, me determinei que farei o que puder para que eles sejam CRIANÇAS, tanto quanto eles puderem. Que eles correrão nas ruas, descalços, pulando nas poças de água, caindo e ralando o joelho, tomando banho de chuva, brincando com as crianças da vizinhança, inventando seus brinquedos e brincadeiras, gritando, chorando, e rindo muito. Que eles terão histórias pra contar.

Sabe, muitas vezes, sozinha em meu quarto, eu e Deus, quando ainda era uma adolescente, eu chorei dizendo a Deus como eu trocaria minha vida confortável de classe média, mas tão cheia de limites impostos por uma sociedade fria, pelo custo que o dinheiro nos cobra, cheio de “deveres” e com tão poucos “direitos” de ser gente, como eu trocaria esse estilo de vida tão “confortável” por uma vida como a que meu pai teve. Saber curtir cada pequeno detalhe, saber valorizar as coisas pequenas, como um pastelão, um amigo de rua, uma chuva, ao invés de me preocupar tanto com roupas novas, novos programas de bate-papo na internet ou coisas do tipo. Lembro-me bem de quantas vezes, com lágrimas, disse a Deus do quanto eu gostaria de saber como é viver a simplicidade e a humildade de quem não tem dinheiro, ou vive com tão pouco. Nós tendemos a nos tornar tão egoístas, mesquinhos, individualistas neste nosso mundo sem nenhuma necessidade. Mas meu coração sabia que, ainda que todos dissessem que o que importava era o “meu mundinho”, havia mais mundo além dele.

Por isso fico triste ao ver o que as pessoas fizeram com seus “objetivos de vida”. Nem mesmo sei se a maioria delas realmente tem um “objetivo de vida”. É mais fácil somente reproduzir a vida que todo mundo tem. Procurar os seus interesses, estar “feliz”, “viver bem”, ter uma vida “confortável”. “É isso o que importa!”. Mesmo? Será mesmo que é “isso o que importa”? Não, eu não acho! Acho que a vida é muito mais do que isso e, de verdade, quem vive sempre no seu mundinho “Paz e Amor” geralmente entende muito pouco de um mundo no qual tantos vivem tão cheios de sofrimentos, lutas diárias, dores, limitações, mas que, ainda assim, através de todos esses sofrimentos, aprendem a valorizar o que realmente importa. Aprendem que não é o dinheiro que determina o valor da vida, na verdade, este valor sequer pode ser comprado pelo dinheiro!

Tenho uma tia que é freqüentemente condenada por várias pessoas da família, em função de não trabalhar e de sua família viver de uma forma um pouco humilde, e de ter 4 filhos. Como as pessoas gostam de falar mal dela e da sua família. “Porque as crianças nem tem brinquedos!!!”; “Porque as crianças não tem uma roupa nova pra vestir!!!”; “Porque as crianças tem que estudar em escolas públicas!!!”; lálálálálá... Mas como eu amo aquelas crianças! Como fico feliz ao vê-las, porque, muito diferente da maioria das crianças de famílias “cheias do dinheiro” que eu conheço, aquelas crianças tem VIDA. Elas são FELIZES! Isso é algo muito lindo nelas!!! Elas estão sempre rindo, SEMPRE! Todas se reúnem para brincar juntas, e nunca falta uma brincadeira, um sorriso, um barulho dentro daquela casa! É uma casa simples, de alvenaria, sem nem pintura na frente, sem nem mesmo um muro. Mas é uma casa que tem VIDA. Eu amo muito minha tia e, ainda que ela tenha seus problemas, realmente a admiro, da mesma forma que seu marido, porque uma coisa eles são de verdade: PAIS. Acho tão lindo como meu eles, toda semana, levam as crianças à locadora para locar vários filmes para eles assistirem juntos no fim de semana; como eles sempre se programam pra levá-las pra passear em uma praça, num parquinho simples e sem muito “requinte”, ou como minha tia sempre dá um jeito de fazer um bolo ou uma pizza pra eles, ou como meu tio consegue preparar brinquedos pra eles com algum pedaço de madeira ou uma casinha a partir de uma janela velha. Fico muito feliz ao ver a forma como eles se curtem, como confiam um no outro, como eles se conhecem. Eu ainda não encontrei nenhuma criança de família cheia de dinheiro que seja tão feliz, espontânea, cheia de vida como esses meus primos. E existe mais um aspecto lindo neles: eles são crianças puras! É lindo ver a inocência que existe neles, ao invés do individualismo das crianças que são ensinadas apenas a pedir e a fazer cena quando não ganham o presente que querem.

As distorções do sofrimento. Enquanto todos estão por aí dizendo “Tá amarrado” quando alguma luta aparece em sua vida, porque “o que importa é estar vivendo bem”, eu confesso pedir a Deus, algumas vezes, que me permita sofrer mais, por amor a Ele, para que eu possa entender como vivem tantos destes que sofrem todos os dias, sem ter o que comer, sem ter uma família, uma casa para onde voltar, tantas destas crianças que estão nas ruas se humilhando e pedindo esmola, tantos dos pais que se sentem impotentes e fracassados por não terem um emprego, tantas das mães que não podem fazer nada ao ver seus filhos chorando pedindo comida. Sinceramente, eu me sinto tão pouco cristã, tão pouco seguidora de Cristo, por conseguir comer todos os dias, exageradamente, quando nem fome eu tenho, sem pensar em quantos estão morrendo de fome, por conseguir dormir todos os dias na minha cama super confortável, com meu ar condicionado delicioso e meus lençóis e edredons, sem pensar nos tantos que estão dormindo na rua, debaixo de chuva, sem uma coberta contra o frio, sem saber o que é ter a segurança de um lar. E eu peço que Deus me dê a dádiva de partilhar um pouco desse sofrimento, que Ele não permita que eu me acostume ao ver uma criança suja pedindo uma moeda na rua, que Ele não deixe que eu ache isso tudo normal. Que Ele não permita que eu me perca em meu egoísmo, egocentrismo que só pensa em meu próprio conforto. E que, por favor, Ele não me deixe convencer por todos esses falsos pastores que tem estimulado os fiéis a desejar ardentemente um carro novo, uma super casa e, o mais novo, a serem os mais jovens milionários do ano! Ah, que meu Deus não permita que isso aconteça com o meu coração! Mas que Ele me ensine a dar mais, a abrir mão dos desejos mesquinhos de ter uma roupa nova, ao invés de dar R$20,00 pra uma família que não tem o que comer. Que Ele me livre do meu próprio egoísmo.

Sim, eu realmente gostaria de viver essa experiência de não ter nada, ou de viver com o pouco. Porque eu tenho certeza de que as chances de eu aprender a confiar em Deus, na Sua Provisão, na Sua Mão que não deixa que nada nos falte, agora enquanto tenho tudo à minha disposição, em função do dinheiro que me é disponível todo mês, são muito menores e mais difíceis de se tornarem profundamente reais do que se eu dependesse completamente dEle em todos os sentidos todos os dias.

Essa é a herança que eu quero deixar para meus filhos, de que não é a quantidade de dinheiro, a marca da roupa ou a quantidade de brinquedos que faz alguém feliz, ou que faz a vida de alguém um sucesso. É a sinceridade e a força com que você se preocupa com os outros, mais do que com você mesmo. Eu quero sim que eles vivam bem, mas, se for pra faltar alguma coisa, prefiro que falte o dinheiro do que o sentimento de amor e solidariedade para com o próximo. Quero que eles aprendam a desejar o dar de si ao outro. Quero que eles aprendam que suas vidas não foram dadas por Deus para que eles vivam por si mesmos, mas para que eles vivam por Deus e pelo outro. Quero que eles desenvolvam a vontade e a necessidade de compartilhar daquilo que eles tem, ainda que seja pouco. Que eles tenham um pouco mais de força para lutar contra as doutrinas egoístas e mesquinhas deste mundo e, infelizmente, de tantas das igrejas por aí espalhadas.

Sim, se Deus quiser me dar muito dinheiro, amém. Mas não pra mim, não pra ganhar o título de “pessoa próspera”, não pra ter o carro mais novo do ano, não pra ter uma casa com 10 quartos, ainda que só morem 4 pessoas nela. Não pra mim, mas para os outros, para aqueles que nada tem, para os lutadores dessa vida. Mas, se Deus não quiser me dar muito dinheiro, e, ao invés disso, quiser me mandar para uma comunidade bem pobre, onde passarei necessidades, onde sofrerei a dor de não ter o que comer ou o que vestir, onde as coisas serão difíceis, amém também. Me sentirei muito honrada ao poder viver minimamente como viveram os profetas ou os apóstolos, ao poder sofrer o mínimo que seja para levar o Seu Amor.

Que a Graça de Deus nos livre de nossos próprios egoísmos e abra nossos olhos, mentes e corações para aprender a amar menos a nós mesmos, e a amar mais aos outros. Em nome de Jesus.

Somente a Ele seja a Glória.

quarta-feira, 17 de março de 2010

O falso evangelho "Paz e Amor" e as Distorções do Sofrimento

Ultimamente algo em meu coração, que eu realmente acredito que seja o Espírito Santo de Deus, tem me incomodado a respeito de tudo o que se prega como sendo o "Evangelho de Cristo" atualmente. Eu já falei sobre isso várias vezes, mas acho mesmo que nunca será suficiente todo o falar para terminar de descrever o incômodo que meu coração (e espírito) tem, continuamente, experimentado.

Confesso que, algumas vezes, nem sei mais o que pensar, como interpretar ou como "digerir" tudo o que tenho visto, consecutivamente, em cada igreja onde vou, em cada música ou, simplesmente, em cada comportamento ou "teorias de vida" de inúmeras pessoas que se chamam de "cristãs".

Sabe aquela passagem bíblica que diz que aqueles que vivem em Cristo são "peregrinos neste mundo", que eles "não são deste mundo", "não fazem parte dele"? Então. Nos últimos tempos tenho visto isso se tornar tão real dentro do meu coração. Mas esse é assunto para uma próxima postagem.

Hoje gostaria de refletir um pouco sobre uma doutrina estranha à Palavra de Deus, e ao Evangelho que Jesus pregou, mas que tem enchido os púlpitos de igrejas no mundo todo: o falso "evangelho" da "Paz e Amor", ou, para usar termos mais populares, a doutrina da "Prosperidade".

Quem nunca ouviu as frases: "Deus criou o homem para que ele seja Feliz!", ou "Tudo o que Deus quer é que você seja Feliz!", ou (mais popular) "Deus quer te abençoar, quer te fazer prosperar e ter paz, alegria, tranquilidade e muito dinheiro!!!"? Bom, acho muito difícil MESMO que, hoje em dia, alguém nunca tenha escutado uma frase como essas (especialmente dentro das igrejas!).

Mas, você já parou pra pensar a respeito disso? Por acaso alguém por aí já leu alguma passagem em que Jesus está falando para os seus seguidores: "Siga-me, amado, que assim você terá uma vida cheia de paz, alegria, muito conforto, segurança e nenhum conflito em sua vida - ah, e três casas, dois carros importados e um helicóptero também!"? Alguém já parou para perguntar ONDE ESTÁ ESCRITO QUE O OBJETIVO MAIOR DE DEUS É DAR CONFORTO AO HOMEM AQUI NA TERRA? ONDE ESTÁ ESCRITO QUE TUDO O QUE DEUS QUER É "NOS FAZER FELIZES" E NOS DAR UMA "VIDA BOA"?

De verdade, Deus realmente tem promessas para nós que falam nitidamente de paz, alegria, ausência de dor e sofrimento, segurança, conforto e prosperidade, mas NÃO AQUI NESSA TERRA. NÃO NESTE TEMPO PRESENTE. Não é que Deus não nos dê "Paz e Amor" aqui na terra, mas dizer que esse é O PRINCIPAL PROPÓSITO DE DEUS PARA NOSSAS VIDAS? Aí já é demais! Aí já é colocar Deus a serviço dos homens, e não OS HOMENS A SERVIÇO DE DEUS! De onde as pessoas tem tirado a idéia de que o Deus Todo Poderoso (ainda que nosso Pai, que quer o melhor para nós) é o "Gênio da Lâmpada Mágica" que está a nosso serviço, nosso "quebra-galho" para resolver todos os nossos problemas? Não é ELE que está a NOSSO SERVIÇO, somos NÓS (homens pecadores resgatados unicamente por Sua soberana Graça e Misericórdia) que estamos a serviço DELE! ELE É O CENTRO E NÃO NÓS!

No entanto, todos nós temos sido obrigados a engolir, domingo após domingo, pra não dizer dia após dia, a idéia de que nós estamos indo a Deus para que Ele RESOLVA OS NOSSOS PROBLEMAS!!!! Que absurdo!!! Nós estamos indo a Deus (ou os Seus verdadeiros Filhos estão indo a Ele) porque NÃO HÁ VIDA FORA DELE! PORQUE SOMENTE ELE É DIGNO DE TODA HONRA, GLÓRIA E MAJESTADE! PORQUE ELE É DEUS! Não tem a ver conosco - tem a ver com ELE!

"Então, perguntou Jesus aos doze: Porventura, quereis também vós outros retirar-vos? Respondeu Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus" (João 6:67-69)

Nos tem sido ensinado que o que importa é o nosso bem-estar, o nosso conforto, nossa "vida boa" - que é ISSO que Jesus veio nos trazer, que esse é o propósito de Deus para nós. No entanto, basta abrirmos nossas Bíblias para vermos que não foi assim que os discípulos e apóstolos de Jesus viveram! Não foi isso que Jesus pregou, mas Ele disse:

"Bem-aventurado os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
 Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós" (Mateus 5:10-12)

"Eis que vos envio como ovelhas para o meio de lobos [...]. E acautelai-vos dos homens; porque vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas [...]. Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo" (Mateus 10:16,17,22)

"O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo, acima do seu senhor. Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo, como o seu senhor. Se chamaram Belzebu ao dono da casa, quanto mais aos seus domésticos?" (Mateus 10:24-25)

"Não penseis que vim trazer PAZ à terra; NÃO VIM TRAZER PAZ, mas ESPADA. Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra. Assim, os inimigos do homem serão os da sua própria casa. Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim; e quem não toma a SUA CRUZ e vem após mim não é digno de mim. QUEM ACHA A SUA VIDA, PERDÊ-LA-Á; QUEM, TODAVIA, PERDE A SUA VIDA POR MINHA CAUSA ACHÁ-LA-Á" (Mateus 10:34-39 - ênfase minha!)

"E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: TEM COMPAIXÃO DE TI, Senhor: isso de modo algum te acontecerá. Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, SATANÁS! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus e sim DAS DOS HOMENS. Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, A SI MESMO SE NEGUE, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, QUEM QUISER SALVAR A SUA VIDA PERDÊ-LA-Á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á. Pois que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?" (Mateus 16:22-26 - ênfase minha!)

"[Pela fé] Mulheres receberam, pela ressurreição, os seus mortos. Alguns foram torturados, NÃO ACEITANDO SEU RESGATE, PARA OBTEREM SUPERIOR RESSURREIÇÃO; outros, por sua vez, passaram pela prova de escárnios e açoites, sim, até de algemas e prisões. Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, NECESSITADOS, AFLIGIDOS, MALTRATADOS (>>>HOMENS DOS QUAIS O MUNDO NÃO ERA DIGNO<<<), errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra. Ora, todos estes que obtiveram BOM TESTEMUNHO por sua fé NÃO OBTIVERAM, contudo, a concretização da promessa, por haver Deus provido coisa superior a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados" (Hebreus 11:35-40 - ênfase minha!)

"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo AMARIA o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, O MUNDO VOS ODEIA. Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, TAMBÉM PERSEGUIRÃO A VÓS OUTROS; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa." (João 15:18-20 - ênfase minha!)

Cara, ainda que estes fossem os únicos versículos ou relatos bíblicos de homens chamados por Deus, ou de palavras do próprio Jesus, que diz e mostra que a vida que nos é proposta aqui nesta terra não é uma vida cheia de conforto, mas uma vida de perseguição pela causa de Cristo, uma vida em que devemos MORRER para que possamos VIVER, uma vida em que seremos odiados por vivermos em um mundo ao qual não pertencemos, uma batalha de cujas recompensas não usufruiremos AQUI NESTE MUNDO, mas no porvir, quando o Reino de nosso Messias for restabelecido, ainda que não houvessem outras inúmeras passagens bíblicas que afirmassem isso, apenas essas seriam suficientes para entendermos isso claramente!

Se nós tentarmos ganhar ou guardar a nossa vida, nós a perderemos! Mas se entregarmos, se perdermos a nossa vida por amor e pela causa de Jesus, somente assim nós poderemos ganhá-la de verdade!

Sinceramente, tem se tornado muito difícil pra mim frequentar cultos evangélicos (pra não falar das outras igrejas), porque não aguento mais os líderes repetindo 20 vezes durante o culto: "Eu não sei qual o seu problema nesta noite, não sei qual a sua necessidade, o que você está precisando, mas saiba de uma coisa: DEUS ESTÁ NESTE LUGAR!". Eras, de verdade, não aguento mais ouvir isso! Não aguento mais a forma como os líderes, os próprios pastores, têm transformado a igreja em um hospital, um consultório de psicologia ou uma sessão de auto-ajuda, onde tudo tem a ver com solucionar os problemas DOS HOMENS, e em última opção com LOUVAR E ADORAR AO ÚNICO DIGNO, AO SANTO DOS SANTOS, AO ETERNO DEUS, A JESUS CRISTO, NOSSO SALVADOR! O que foi que aconteceu? Acho mesmo que este é mais um sinal de que a volta de Cristo se aproxima, da apostasia sobre a qual Apocalipse fala.

Eu tenho ouvido tanta coisa nas igrejas por onde tenho passado. Tanto "Incenso estranho" sendo oferecido no altar do Senhor. Um dia desses uma pastora estava ministrando para mulheres e (pra variar) falando sobre "prosperidade", e fez um lindo comentário dizendo como Deus queria "abençoar as nossas vidas nas mínimas coisas", que certa vez uma "profetiza" profetizou sobre a vida dela de que ela receberia uma "unção de ganhar presentes"! (:O) E, animadamente, ela disse que tinha RECEBIDO aquela palavra e que realmente aquilo tinha se tornado uma verdade na vida dela, e que agora, por onde quer que ela passava, alguém dava um presente pra ela!!! E terminou o comentário perguntando "quem queria receber aquela unção também"!!! Eu só vi um monte de mulher pulando da cadeira e gritando um "AMÉM!!! EU RECEBO!!" bem alto!!! Eu também tive vontade de pular da cadeira, mas pra ir embora na mesma hora ou pra dar uma de Jeremias e abrir a boca (que o Senhor me dê essa unção de Jeremias!).

De verdade, eu fico pensando se Deus já tem abençoado tanto essa mulher que Ele não tenha nenhuma "unção" mais relevante pra vida dessa mulher do que a de "ganhar presentes"! Misericórdia! Onde nós vamos chegar? Que tal a unção do jovem rico de "vender todos os seus bens e os dar aos pobres"??? Essa não tenho visto muitas pessoas recebendo hoje em dia!

Não podemos continuar fingindo que nada disso está acontecendo. Não podemos continuar aceitando qualquer doutrina como sendo Verdades de Jesus, somente porque elas são pregadas em "igrejas evangélicas". Não podemos mais engolir qualquer coisa, só porque ela é boa de ouvir. Não foi esse Evangelho que Jesus veio pregar! Não foram assim que viveram os pais da fé, os cristãos da Igreja Primitiva, aqueles que tem nos ensinado, através das Escrituras, qual a Verdade! Eles não viviam para SI MESMOS. Não era AS SUAS VIDAS o que importava! Mas eles viviam PARA O REINO, e era somente a GLÓRIA DE DEUS o que importava!

Chega de igrejas que se dizem cristãs mas servem aos HOMENS, e não a DEUS. Que agradam aos HOMENS, e não a DEUS. Que pregam verdades que "não cogitam das coisas de DEUS, mas das coisas dos HOMENS".

Que possamos entender que nossa recompensa não é deste mundo! Porque nós mesmos não somos deste mundo. Nosso reino, nossa coroa, nosso galardão está no porvir, guardado em Jesus, e será manifestado um dia, mas este tempo ainda não é agora. Se as igrejas gastassem mais tempo nos ajudando a compreender estas verdades, se pudessemos contar com verdadeiros PASTORES, que nos ajudam a viver nossas identidades de "peregrinos nesta terra" e amontoadores de tesouros na ETERNIDADE, como seria mais fácil combater o bom-combate, terminar a carreira que nos é proposta e receber a coroa. Se passassemos mais tempo sendo preparados para a GUERRA, ensinados a manejar a ESPADA que Jesus disse que veio trazer ao mundo, para lutarmos contra os principados e potestades, ao invés de sermos treinados para viver como crianças mimadas, que só se preocupam consigo mesmas e com suas vidas confortáveis, estáveis e cheias de segurança NO MUNDO, a Grande Comissão que nos foi proposta poderia ser melhor cumprida.

Que o Senhor tenha misericórdia desta geração, de cada um de nós que temos sido chamados pelo Seu Espírito Santo, e que a Sua Graça não nos permita permanecer no engano, mas nos livre das ciladas de Satanás, de suas mentiras que tem distorcido tanto as Verdades de Deus!

SOLI DEO GLORIA!
SOMENTE A DEUS SEJA A GLÓRIA!
AMÉM.


segunda-feira, 8 de março de 2010

Um Desafio às Mulheres - por John Piper


"Eva não foi criada a partir da cabeça de Adão, para liderá-lo, nem de seus pés, para ser pisada por ele, mas sob seu braço, para ser protegida por ele, e de perto de seu coração, para ser amada" (Matthew Henry)



Um Desafio às Mulheres


 
1. Que tudo da sua vida — em qualquer esfera — seja devotado à glória de Deus.

2. Que as promessas de Cristo sejam confiadas tão plenamente que paz, alegria e força encham sua alma a ponto de transbordar.

3. Que essa plenitude de Deus abunde em atos diários de amor, de forma que as pessoas possam ver suas boas obras e glorificar ao seu Pai no céu.

4. Que vocês sejam mulheres do Livro, que amem, estudem e obedeçam a Bíblia em cada área do seu ensino. Que a meditação sobre a verdade bíblica possa ser a fonte de esperança e fé. E que vocês continuem a crescer em entendimento através de todos os capítulos de sua vida, nunca pensando que o estudo e o crescimento são apenas para os outros.

5. Que vocês sejam mulheres de oração, de forma que a Palavra de Deus se abra para vocês; e o poder da fé e santidade desça sobre vocês; e sua influência espiritual crescerá no lar, na igreja e no mundo.

6. Que vocês sejam mulheres que tenham uma profunda compreensão da graça soberana de Deus fortalecendo todo esse processo espiritual, que sejam pensadoras profundas sobre as doutrinas da graça, e amantes e crentes profundos dessas coisas.

7. Que vocês sejam totalmente comprometidas ao ministério, seja qual for o seu papel específico, que não desperdicem o seu tempo em revistas de senhoras ou hobbies inúteis, assim como seus maridos não deveriam desperdiçar o tempo deles em esportes excessivos ou coisas sem propósito na garagem. Que você redima o tempo para Cristo e seu reino.

8. Que vocês, se solteiras, explorem seu solteirismo para a plena devoção a Cristo e não sejam paralisadas pelo desejo de se casar.

9. Que vocês, se casadas, apóiem a liderança do seu marido de maneira criativa, inteligente e sincera, tão profundamente como uma obediência a Cristo permitir; que vocês o encorajem em seu papel designado por Deus como o cabeça; que vocês o influenciem espiritualmente primariamente através da sua tranqüilidade destemida, santidade e oração.

10. Que vocês, se tiverem filhos, aceitem a responsabilidade com o seu marido (ou sozinhas, se necessário) de criar os filhos que esperam no triunfo de Deus, compartilhando com ele o ensino e a disciplina das crianças, e dando aos filhos aquele toque e cuidado protetor especial que vocês são unicamente capacitados para dar.

11. Que vocês não assumam que o emprego secular é um desafio maior ou um melhor uso da sua vida que as oportunidades incontáveis de serviço e testemunho no lar, na vizinhança, comunidade, igreja e no mundo. Que não proponham somente a pergunta: Carreira vs. Mãe em tempo integral? Mas que perguntem tão seriamente: Carreira em tempo integral vs. Liberdade para o ministério? Que vocês perguntem: O que seria maior para o Reino — ser empregado de alguém que lhe diga o que você deve fazer para seu negócio prosperar, ou ser um agente livre de Deus, sonhando o seu próprio sonho sobre como seu tempo, seu lar e sua criatividade poderiam fazer o negócio de Deus prosperar? E que em tudo isso você faz suas escolhas não sobre a base de tendências seculares ou expectativas de estilo de vida, mas sobre a base do que fortalecerá a sua família e promoverá a causa de Cristo.

12. Que vocês parem e (com seus maridos, se forem casadas) planejem as várias formas da sua vida ministerial em capítulos. Os capítulos são divididos por várias coisas — idade, força, solteirismo, casamento, escolha de emprego, crianças no lar, crianças na escola, netos, aposentadoria, etc. Nenhum capítulo é tudo alegria. A vida finita é uma série de permutas. Encontrar a vontade de Deus, e viver para a glória de Cristo plenamente em cada capítulo é o que faz dele um sucesso, não se ele se parece com o capítulo de outra pessoa ou se tem nele o que o capítulo cinco terá.

13. Que vocês desenvolvam uma mentalidade e um estilo de vida guerreiro; que nunca se esqueçam que a vida é breve, que milhões de pessoas estão entre o céu e o inferno todos os dias, que o amor ao dinheiro é suicídio espiritual, que os objetivos de mobilidade ascendente (roupas chiques, carros, casas, férias, comidas, hobbies) são um substituto pobre para os objetivos de viver para Cristo com toda a sua força, e maximizar sua alegria no ministério ao ajudar pessoas.

14. Que em todos os seus relacionamentos com os homens vocês procurem a direção do Espírito Santo ao aplicar a visão bíblica da masculinidade e feminilidade; que vocês desenvolvam um estilo e comportamento que faça justiça ao papel único que Deus deu aos homens para serem responsáveis pela liderança graciosa com relação às mulheres — uma liderança que envolve elementos de proteção, cuidado e iniciativa. Que vocês pensem criativamente e com sensibilidade cultural (assim como ele deve fazer) ao moldar o estilo e ajustar o tom de sua interação com os homens.

15. Que vocês vejam a direção bíblica para o que é apropriado e inapropriado para os homens e mulheres em relação uns para com os outros, não como restrições arbitrárias sobre a liberdade, mas como prescrições sábias e graciosas de como descobrir a verdadeira liberdade do ideal de complementaridade de Deus. Que vocês não mensurem sua potencialidade pelas poucas funções restringidas, mas pelas incontáveis oferecidas.



[Por John Piper. © Desiring God. Website: desiringGod.org
Tradução: Felipe Sabino, Monergismo
Postado em Voltemos ao Evangelho ]

terça-feira, 2 de março de 2010

Escravos do Pecado e Salvos pela Graça - O que isso quer dizer?

Shalom!

Já há algum tempo o Espírito Santo tem ministrado em meu coração a respeito destas duas verdades bíblicas.

1) Todos os homens são, por natureza, pecadores, escravos do pecado, pois, a partir da queda de Adão, o pecado alcançou todos os homens. O pecado faz separação entre o homem e Deus, e só pode ser perdoado/justificado mediante sacrificio de sangue.

2) Nós somos salvos somente pela GRAÇA. Não por atitudes boas, não por obras ou comportamentos, não por qualquer coisa que possamos fazer. Somente pela GRAÇA.

Muito bem. Já tem algumas semanas que estou lendo a Bíblia, especialmente o Novo Testamento, para tentar compreender toda a verdade que existe por trás disso. Agora, eu estava escrevendo outro post, para o Mulheres Virtuosas, mas abri a Bíblia em Efésios 2, e me deparei com um texto que fala exatamente sobre nossa condição caída de homens e nossa salvação pela Graça de Deus. Vamos ver o que Paulo fala:


"E (Deus) vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, em que, noutro tempo, andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência; entre os quais todos nós também, antes, andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.
Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus.
Porque pela graça sois salvos, por meio da ; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie." (Efésios 2: 1-9)


 Pois bem. É claro que essa não é a única passagem bíblica que nos fala sobre a condição caída dos homens antes de receberem a salvação em Cristo, bem como não é a única que fala que nossa salvação não depende de nossas obras, mas da Graça de Deus. Meu objetivo não é tratar de todo esse assunto apenas neste post, pois, pra mim mesma, ainda existem muitas e muitas questões sendo trabalhadas e esclarecidas. Meu objetivo é começar a tratar deste assunto, e questionar algumas doutrinas que temos recebido de forma passiva dentro das "igrejas modernas". Como já mencionei em posts anteriores, o Senhor tem aberto meus olhos pra perceber em quantos enganos eu caí e acreditei durante toda a minha vida, em todas as áreas, nos quais eu baseava minha vida e minha fé. Desde quando o Espírito Santo de Deus começou a me mostrar estas coisas, tenho mesmo pedido a Deus que me dê discernimento e sabedoria pra reconhecer áreas em que eu ainda possa estar acreditando em mentiras e, portanto, tenho me colocado a disposição pra questionar minhas doutrinas e realmente saber, à Luz da Palavra, se elas são a Verdade do Pai. Assim, precisei começar a questionar um pouco sobre estes assuntos também - questionar meu entendimento e aquilo que eu acreditava ser a verdade. É um pouco sobre isso que quero falar.

1) Escravos do pecado

Paulo começa este capítulo da carta aos Efésios falando sobre a condição em que ele mesmo, e os irmãos de Éfeso, estavam antes de receberem a Graça de Deus. Ele fala sobre como eles estavam "mortos em ofensas e pecados", que antes eles andavam "segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência", e completa afirmando que TODOS ELES também andavam segundo os "filhos da desobediência", fazendo a vontade da carne, e que eles eram POR NATUREZA, filhos da ira, como os outros também.

Aqui, Paulo mostra que todos os homens estavam mesmo separados de Deus. Ele diz que TODOS andavam segundo a carne, guiados pelo "príncipe das potestades", o "espírito de desobediência", e eram "filhos da ira". Não há exceções. Todos nós éramos assim também.

A partir daí, Paulo irá falar sobre como eles foram salvos.

Então, faço a primeira pergunta: "Será possível para um homem que tem uma NATUREZA pecaminosa, controlado por satanás (o príncipe das potestades), que vive segundo a carne, guiados pelo espírito da desobediência, MORTO em ofensas e pecados, ver Jesus, compreender Seu sacrifício, recebê-Lo como Filho de Deus, crer em Seu Evangelho e conhecer e proclamar a Verdade do Reino de Deus, NESTA CONDIÇÃO EM QUE ELE SE ENCONTRA?"


"Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Romanos 3:23)


Por que eu faço esta pergunta? Porque é essa a doutrina que é pregada pela grande massa cristã! Você está MORTO no pecado, na desobediência, escravo de satanás, totalmente separado de Deus, mas o que nos é pregado é que, MESMO ASSIM, sua salvação só ocorrerá se você DECIDIR, por si mesmo, por uma iniciativa totalmente SUA, aceitar o Evangelho de Jesus, a Sua Verdade e entregar sua vida a Ele!


"Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus." (2 Coríntios 4:3,4)


"Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é poder de Deus." (1 Coríntios 1:18)


Estes versículos falam sobre a forma com que os incrédulos, os que "se perdem", os que "perecem" recebem o evangelho. O evangelho está encoberto a eles, satanás os cega, os impede de ver a verdade, para que a luz do evangelho de Cristo não resplandeça a eles, o evangelho lhes é loucura!

Vamos parar para pensar um pouco sobre tudo o que o Evangelho de Cristo prega... Muitos que se dizem CRISTÃOS também acham MUITA COISA do que Jesus pregou, ou do que o Seu evangelho prega, uma LOUCURA! Nós não precisamos sair de nossas igrejas pra encontrar pessoas que dizem que muitos ensinamentos bíblicos são ultrapassados e não são mais válidos pras nossas vidas e nossa sociedade. Eles se dizem "Cristãos", muitos vivem dentro das igrejas mais do que em suas próprias casas, mas, ainda assim, eles não conseguem compreender muitas verdades do Evangelho. O Evangelho lhes parece loucura (e me digam se, no mundo em que vivemos, viver o Evangelho não parece a maior loucura mesmo?). Imaginem, se isso acontece com pessoas que estão "dentro das igrejas", o que nos faz pensar que uma pessoa que está perdida em seus pecados, presa e cega por satanás, serva da carne e da desobediência, iria aceitar, por vontade própria, as verdades do Evangelho? Como isso poderia ser possível? O que poderia haver em alguém que é escravo de satanás, cuja visão foi tirada por ele, que não PODE ver a luz, que está totalmente SEPARADO de Deus, destituído da Sua glória, para que essa pessoa, de repente, conseguisse ver e compreender o Sacrifício de Jesus?

Sinceramente, eu nunca tinha pensado nisso. Nunca! Eu jamais poderia parar e questionar essa doutrina de que "as pessoas tem apenas que decidir por Cristo"! Mas COMO? O fato é que a Palavra de Deus nos diz que isso não é possível! Não existe nada no homem caído que possa levá-lo a entender a Verdade de Deus! Ele é dominado pelo príncipe das potestades, pelo príncipe deste mundo! Como ele poderia ver?

Quando Paulo fala sobre os que perecem, os que se perdem ou os incrédulos, sobre quem ele está falando? Será que todos nós não fomos, algum dia, incrédulos, deste grupo dos que pereciam ou se perdiam? Será que nós também não vivemos como os filhos da desobediência, como Paulo fala nas palavras aos efésios? Sim! Todos nós vivíamos assim antes de recebermos a Graça de Deus! TODOS NÓS!

E, então, ao pensar em todas essas coisas, eu sempre relembro da minha conversão, do dia em que entreguei minha vida a Cristo! Vou contar um pouco da história:

Eu cresci em uma família católica praticante. Nós viviamos na igreja, estávamos lá todos os domingos, participávamos de todos os grupos, eu passei por todos os "sacramentos" católicos (batismo, primeira comunhão, crisma), além de estar sempre envolvida com grupos de jovens e todo tipo de trabalho. Meus pais e irmãos também sempre foram assim. Nós éramos considerados uma família de referência dentro da nossa igreja e no meio dos amigos. Minha família sempre foi católica dedicada. Num determinado momento, acho que quando uma tia minha virou protestante, nós passamos a ter algum contato com a igreja evangélica. Eu sempre gostei muito, eu abria minha vida a Deus e isso sempre foi "importante" pra mim. Eu era tocada nos cultos, chorava, orava pelas pessoas, gostava de estar ali. Mas eu ainda não tinha entregado minha vida ao Senhor! Eu não sabia disso, mas essa era a verdade. Não quanto a "me tornar evangélica" ou não, mas quanto a deixar Jesus REINAR e controlar minha vida. Eu não queria abrir mão de "certas coisas" para Deus, e achava mesmo que isso não era necessário. Ainda que meus olhos parecessem estar abertos, eles estavam fechados. Foi quando participei de um encontro de jovens. Eu fui pro encontro muito por curiosidade, porque todos falavam dele. Era um encontro pra pessoas que não conheciam o Senhor e precisavam ter suas vidas curadas e restauradas, mas eu definitivamente não achava que me enquadrava nessa descrição! Eu fui pra lá pra conhecer pessoas, pra saber o que acontecia lá, mas havia algo claro em meu coração - eu pensava: "Poxa, quantas pessoas que precisam ter suas vidas mudadas e conhecer a Deus! Ainda bem que eu já tenho uma vida excelente e já conheço o Senhor". E, durante os primeiros dias, palestras e tudo mais, eu sempre pensava "Isso não é pra mim. Minha vida já está muito boa!". Eu estava enganada, mas minha cegueira era tão grande que eu não podia perceber isso. De fato, eu tinha uma ótima família, era uma ótima pessoa, boa filha, boa aluna, vivia na igreja, não era de festa e namoros, enfim, parecia uma moça ideal. Mas faltava algo - o conhecimento real de Deus e de Seu propósito pra minha vida! Eu não fui praquele encontro BUSCANDO encontrar Deus, ser restaurada por Ele, achando que eu precisava conhecê-Lo melhor ou algo assim. Eu não estava PROCURANDO por isso! Muitas pessoas, antes, já haviam me falado que eu precisava abrir mão de algumas coisas, de alguns pecados, para servir a Deus, mas eu achava que não precisava daquilo, eu NÃO QUERIA fazer aquilo, e não me faltaram oportunidades pra perceber que eu estava errada, porque eu vivia em igrejas, inclusive evangélicas. Mas, no segundo dia daquele encontro, sem que ninguém precisasse fazer uma longa pregação, num momento de oração em que estava somente eu e o Espírito Santo, sem nenhuma palavra de ninguém, EU ENTENDI A VERDADE. Eu não pedi que aquilo acontecesse, não tinha entendido que eu realmente precisava de Deus, não havia nada de diferente em mim naquele dia, nenhum propósito grandioso de firmar uma aliança com Deus e mudar de vida - porque eu nem achava que precisava mudar de vida. Mas, sem que eu pedisse, sem que eu pudesse imaginar, Deus mesmo abriu os meus olhos e me fez ver que havia muito mais dEle pra minha vida, e Ele me CHAMOU! Não fui eu! Não foram as minhas forças! Se fosse pela minha decisão, minha escolha, minha VONTADE de mudar, eu não teria mudado! Eu tinha dito não a esta mudança outras vezes. Mas foi o Senhor, o Espírito Santo de Deus, que agiu em meu coração no silêncio daquela oração, e MUDOU TOTALMENTE A MINHA VIDA! Daquele dia em diante NADA MAIS FOI O MESMO NA MINHA VIDA! NADA! Ali, eu entendi a Verdade! Ali, eu conheci verdadeiramente ao Senhor! E as coisas velhas realmente passaram, e tudo se fez novo! Foi o meu novo nascimento! Depois daquele dia, eu não me tornei "evangélica" logo. Permaneci na igreja católica com meus pais e irmãos, esperando o tempo em que Deus iria trabalhar na minha família, o tempo certo para quebrar esse laço com eles. Mas, ainda que eu não tivesse firmado um compromisso com uma IGREJA, eu havia firmado um compromisso com DEUS, e todas as pessoas perceberam como que minha vida havia mudado! Eu passei uns 3 a 4 anos até deixar de ir à igreja com meus pais - ainda que permanecer lá me fosse muito penoso, após o conhecimento da Verdade - e passar a congregar em uma igreja evangélica. Mas minha aliança havia sido firmada com o Pai, em Cristo, e isso mudou tudo.

Uma coisa interessante é que, neste mesmo encontro que eu estava participando, minha irmã também estava!! Nós fizemos o encontro juntas! Choramos juntas muitas vezes. Mas minha irmã saiu de lá praticamente igual. Houve aquela emoção inicial logo depois, mas passou. Meus pais já haviam participado do encontro similar, mas para casais. Gostaram muito, trabalhavam  sempre nos encontros, levavam convidados, mas nada havia mudado também. Meu irmão participou do mesmo encontro alguns anos depois, num momento em que ele parecia estar entendendo a Verdade, mas o encontro passou, e tudo passou junto com ele (apesar das inúmeras lágrimas derramadas!). E eu sempre fico pensando: "O que houve para que tivesse sido diferente comigo?". Eu paro e fico tentando encontrar algo em mim que possa justificar isso, mas simplesmente NÃO HÁ! Eu não tinha nada de diferente do que minha irmã, meus pais ou meus irmãos! Nós haviamos sido criados todos da mesma forma, dentro da igreja, participando de movimentos cristãos, todos eles são boas pessoas, com bons corações, então, POR QUE EU? Por que eu entendi coisas que até hoje eles não entendem? Por que os propósitos de Deus, Sua Palavra, Sua Verdade, o Sacrifício de Jesus se tornou tão vital, tão essencial e imprescindível em minha vida, enquanto pra eles parece ser uma coisa tão mais simples, uma "área da vida"? POR QUE?

2) A Infinita GRAÇA de Deus

A verdade é que não havia nada em mim que pudesse escolher ou acreditar ou entender a "loucura do evangelho"! Não mesmo! Eu nem mesmo queria isso, quando outras pessoas tentaram me mostrar. Não fui eu! Não foi nada em mim, nenhuma capacidade MINHA, nenhuma qualidade MINHA, nada que fosse melhor em mim do que nos outros. Foi simplesmente a GRAÇA DE DEUS!


"Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie."

 
“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os que conheceu de antemão, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou”. (Romanos 8:28-30)
 
 
A fé que me era necessária para não mais permanecer cega pelo príncipe deste mundo, para poder ver resplandecer a luz de Cristo, para não mais andar segundo a carne, para não mais ser filha da desobediência, essa fé não provém de obras, para que ninguém se glorie. Em nada eu posso me gloriar, nem da fé que me foi preciso para minha conversão, nem de tudo o que tenho aprendido até aqui, porque nada disso vem de MIM! Tudo isso é DOM DE DEUS! É a sua GRAÇA em minha vida! A Graça que mandou Jesus como sacrifício de perdão e justificação a meus pecados, mas que também abriu meus olhos, quando eu sequer poderia imaginar a dimensão do que Seu Evangelho significava, quando eu não pedi, não busquei, não procurei, quando eu nem mesmo poderia fazer isso. A Sua benignidade, Sua misericórdia sem fim me chamou, me justificou e, um dia, irá me glorificar com Yeshua, Seu Primogênito, meu Noivo, Senhor e Salvador! É por isso que somente DEUS merece honra e glória e poder e majestade - porque TODAS AS COISAS procedem dEle, são por Ele e para Ele, inclusive a !
 
 
"Toda árvore boa dá bons frutos; toda árvore má dá maus frutos. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má, bons frutos." (Mateus 7:17-18)
 
 
Uma árvore má não pode dar bons frutos! Um homem morto em ofensas e pecados não pode gerar de si mesmo. E é exatamente aí que nós conhecemos a INFINITA GRAÇA de Deus por nós! Porque NENHUM DE NÓS merecia a Salvação. TODOS éramos pecadores e estavamos destituídos da glória de Deus. Mas Ele ESCOLHEU NOS AMAR e, somente por Graça, sem nenhum merecimento, nos tirou das mãos de Satanás, nos libertou da escravidão do pecado e abriu nossos olhos para ver! E hoje nós vemos e conhecemos ao Messias Yeshua, Jesus Cristo, e recebemos Sua Verdade e Seu Evangelho em nossos corações.
 
 
Eu creio que, em breve, estarei escrevendo mais a esse respeito. Mas, por este momento, gostaria que pensassemos um pouco sobre as doutrinas em que acreditamos, sobre o que somos, quais as nossas reais capacidades enquanto estamos destituídos da glória de Deus, enquanto vivemos como escravos do pecado, enquanto estamos mortos em nossas ofensas e pecados. E pensemos também sobre a INCOMPARÁVEL GRAÇA DE DEUS, e o que ela significa, e a imensidão de sua dimensão para conosco. Porque nossas mentes humanas sequer podem imaginar a vastidão da misericórdia e benignidade deste Deus Santo para com cada um de nós, que antes éramos caídos e totalmente sujos diante dEle.
 
 
Soli Deo Gloria.
 
Somente a Deus seja a Glória!
 
Que a Graça do Pai continue a guiar-nos e a abrir nossos olhos para Suas Verdades!
 
Shalom!