segunda-feira, 29 de março de 2010

Em terra estrangeira... defendendo a nossa Pátria!


 
Eu estava lendo uma meditação de John Piper que falava sobre nossas condições enquanto forasteiros nesta terra, e dois versículos citados por ele neste texto me chamaram muito a atenção:

“Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem... Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus” (Mt. 5:11,12)

“Os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Rm. 8:18)

E, através dessas verdades bíblicas, o Espírito Santo me transportou às imagens daqueles filmes sobre guerras patrióticas, em que homens nobres e cheios de honra saem de suas casas, deixam suas famílias, suas terras e tudo o que lhes é valoroso a fim de lutar por um grande propósito: defender a sua nação e o seu povo! Eu amo esses filmes! Não é novidade que eles fazem parte dos meus preferidos. Sempre fico maravilhada ao pensar naqueles homens – jovens, adultos, velhos, algumas vezes até crianças que se dispõem a enfrentar uma guerra para defender a sua terra. Eles sabem o risco de uma guerra ou, no mínimo, imaginam. Sabem que irão sofrer lá, que será difícil, doloroso e que existe uma grande possibilidade de não voltarem vivos para seus lares e suas famílias. Eles sabem do perigo, conhecem os riscos e as dores que terão de enfrentar. Mas, mesmo assim, eles não pensam duas vezes e VÃO.

Cara, isso sempre mexe profundamente comigo. Coragem! Mas não é uma coragem qualquer – é uma coragem que é fruto da certeza de sua missão, de seu ideal e dos nobres propósitos que eles defendem. É isso o que acho lindo demais nessas histórias patrióticas! Sabe aquilo que Jesus falou sobre quem quer salvar a sua vida perdê-la-á, mas quem perder a sua vida pelo Seu Propósito irá ganhá-la? É isso. Esse é um grande exemplo de perder a sua vida de forma a ganhá-la.

Esses filmes todos me atraem demais. O Patriota, Coração Valente, O Senhor dos Anéis e similares. No filme “O Senhor dos Anéis”, existe uma personagem com a qual me identifico muito, ela sempre me vem à mente quando penso nessas histórias de heróis. É a Éowyn, a filha do Rei de Rohan. Existem muitas coisas que me atraem nessa personagem. Ela é tão linda, delicada, meiga, ela é a Princesa! Seus irmãos são guerreiros e seu pai também o é, eles vivem em batalhas para defender o reino. Mas chega um momento na história em que todo o exército de Rohan é convocado para uma última batalha, em defesa do reino de Gondor, e todos precisam abandonar o país. Todos os habitantes de Rohan deverão ir embora, a fim de se proteger, enquanto os guerreiros lutarão a última batalha em defesa do Reino. E é neste momento que o coração de Erwin me encanta. Seu pai manda que ela fique com as mulheres, idosos e crianças, mas ela quer mais do que isso... ela quer ir e lutar ao lado deles! Acho isso lindo! Ela quer lutar também, arriscar a sua vida para defender o seu Reino, porque salvar a sua vida mas deixar de defender sua causa maior é um preço muito alto a ser pago. Então, ela decide PERDER a sua vida. Ela era a Princesa, não precisava ir. Mas ela queria ir, porque mais valeria morrer pelo reino do que viver sem poder defendê-lo com todas as suas forças. Lindo!

E, ao ler os versículos acima citados, pensei a respeito de todos esses exemplos de homens (e mulher) que decidiram ir e lutar por suas pátrias. Lembrei do filme O Patriota, quando o personagem do Mel Gibson não quer deixar seu filho ir para a guerra, porque sabia que ele provavelmente morreria lá (como aconteceu!), mas seu filho não queria saber disso. Ele também sabia que poderia morrer, mas esse era um preço que valia à pena ser pago para lutar pela verdade e pela liberdade do seu povo. E seu pai sabia que isso era verdade. Então, pensei em todas aquelas mulheres que viam seus filhos e maridos saindo de casa para uma guerra na qual eles eram a minoria, da qual poderiam nunca mais voltar vivos, mas, ainda assim, elas os encorajavam e apoiavam e estimulavam a ir, pois sabiam que o resultado deste sacrifício era maior do que suas dores. Então, todos aqueles homens iam, fortalecidos pela ESPERANÇA do retorno ao seu lar, à sua terra, à sua pátria, depois que elas fossem completamente livres e plenas! Eles iam, motivados por um só sentimento: a esperança do retorno, e de tudo o que eles veriam ao voltar para casa, seus galardões – a satisfação de ver o fruto de seus trabalhos.

Lembrei também daqueles filmes de guerras americanas, quando os jovens soldados voltavam da guerra vitoriosos, e toda a cidade, e mesmo o país, se reunia para recebê-los com todas as honras, aplausos, e júbilo, com todas aquelas medalhas de honra ao mérito, todas as saudações pela vitória que eles haviam ajudado a alcançar. E, após todos os sofrimentos passados na guerra, aqueles jovens voltavam para receber seus galardões – e como eles eram grandes!

E assim imaginei a nós mesmos, cada um de nós, que somos estrangeiros, peregrinos, forasteiros neste mundo. Estamos em terra estranha, não somos daqui e nosso espírito sabe disso. Vivemos numa constante guerra – também sofremos perseguições e injúrias e dores, e, se não é assim, então devemos questionar se temos sido mesmo forasteiros, soldados em meio à guerra, ou se temos nos tornado habitantes e moradores e amigos do campo inimigo. Mas, cada um de nós que temos sido chamados ao exílio, ouvimos a voz de nosso Jesus nos dizendo: “Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus!”. E pensei em nossa volta para Casa... ah, como deveríamos nos lembrar de nossa Casa, e alimentar a esperança de nosso retorno a Ela! Aquele dia em que, como cada um destes guerreiros, iremos receber a Coroa que nos está prometida, aquele dia em que seremos recebidos por nosso Rei, e por cada um daqueles que também foram para a luta e a venceram! E pude ver os rostos de todos aqueles heróis sorrindo para nós, apertando nossas mãos e nos saudando porque estamos de volta ao Lar, recebendo-nos com alegria após nosso longo período de exílio aqui neste mundo.

E termino esta reflexão com as palavras de Paulo em sua carta aos Hebreus:

“Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus...” (Hebreus 12:1-2)

Lembremo-nos desta tão grande nuvem de testemunhas que estarão a nos esperar em nossa Pátria Celestial após nossa guerra ter sido vencida, e, acima de tudo, olhemos firmemente para nosso Rei que estará a esperar-nos para nos presentear com os galardões e a Coroa que Ele mesmo já tem preparado para nós! E, com Ele, viveremos eternamente, em Sua Glória!

Continuemos lutando por nossa Pátria, e que Toda honra seja dada a nosso Rei, hoje e eternamente! Amém! 

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