domingo, 11 de outubro de 2009

O que tem acontecido: Modéstia e Evangelismo




Quero falar um pouco sobre Modéstia.

Bom, vocês sabem que este é um assunto bastante especial pra mim. E, na graça de Deus, pelo dom da Justiça que recebi em Cristo, quando aceitei Seu sacrifício pela minha redenção, tenho buscado viver a modéstia de forma cada vez melhor e mais próxima do padrão de Deus. Confesso que não é assim tão simples ou fácil, e às vezes acabamos caindo sim em erros banais, e fazendo concessões a coisas que já sabemos que não devemos fazer. Bem, isso acontece por aqui também. No entanto, nossa busca não pode parar - devemos nos arrepender, receber o perdão do SENHOR e continuar caminhando para níveis mais elevados de vida.

Sobre Modéstia, já há bastante tempo que tenho vivido uma situação muito interessante. Quando estou por aí, em locais públicos, tem se tornado muito comum pessoas estranhas, que não me conhecem, me perguntarem se eu sou evangélica! Isso não acontecia antes, quando modéstia não fazia parte do meu estilo de vida! Que eu me lembre, a única vez que uma pessoa estranha me perguntou se eu era evangélica foi uma vez que fui no supermercado com uma senhora que estava pedindo ajuda na rua e comprei algumas coisas pra ela, e ela perguntou se eu era evangélica. Mas, fora isso, acho que nunca! (Que o SENHOR me perdoe se estou esquecendo qualquer outro momento!).

Mas, atualmente, eu estou na parada de ônibus e uma senhora ou um senhor (sempre converso com pessoas de mais idade quando estou na parada! rsrs), depois de algumas palavras comigo, perguntam "Você é evangélica, né?". E eu sorrio e digo que sim. Estou dando aula pra uma turma nova e, depois de uns 2 ou 3 dias de aula, sempre vem um aluno (a) e diz: "Professora, a senhora só usa saias, né? A senhora é evangélica?". Ou então, estou comprando uma roupa em uma loja e a vendedora pára e me pergunta se sou evangélica. Enfim! Isso tem se tornado muito mais comum do que eu poderia supor!

E isso me faz pensar sobre uma questão muito importante: o nosso testemunho! A Palavra de Deus nos fala que nós somos o sal da terra e a luz do mundo! Nós devemos ser o diferencial nesta terra! Nós devemos ser "Santos"... e isso quer dizer que devemos ser SEPARADOS! Ser separado tem a ver com "estar fora de um determinado grupo", "não fazer parte de algo". E de que "grupo" será que deveríamos "estar fora" ou "não fazer parte", segundo a Palavra de Deus?

"Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou." (João 17:15-16)

Nós estamos no mundo, vivemos nele, mas NÃO SOMOS DELE. Não devemos viver como se fôssemos dele, precisamos viver SEPARADOS, Santificados! Foi isso o que Jesus nos chamou a fazer. Seguir os Seus passos quer dizer viver como Ele viveu, honrando a D'us com tudo o que somos.

"Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus" (I Coríntios 10:31)

Nossa vida, enquanto seguidores de Cristo precisa revelar isso, revelar quem somos - seguidores de Cristo. E isso não é comum ao mundo! Nossas vidas não podem ser comuns, porque a Palavra mesmo nos diz:

"Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, o mundo vos odeia." (João 15:19)

O mundo ama aquilo que é seu. E o que é do mundo, com o mundo se parece. Porém nós não somos mais do mundo, nós fomos comprados por Cristo, fomos SEPARADOS do mundo por Ele e PARA Ele! Agora pertencemos a Jesus! Então, como podemos continuar parecidos com o mundo, ao invés de nos tornarmos parecidos com o nosso Senhor? Como as pessoas podem olhar para nós e não ver em nós a Imagem e Semelhança do nosso Criador se, quando fomos criados, fomos feitos assim e, em Jesus, foi-nos restituída nossa filiação a Deus?

Nós recebemos o Espírito Santo de Deus, o mesmo que habitava em Jesus, para que fôssemos capacitados a nos tornar como Jesus, a viver como Ele e a honrarmos a Deus como Ele o fez! Em Jesus, nós somos capacitados a viver toda a plenitude do que Deus nos propõe em Sua Palavra, a qual foi-nos dada para abençoar a todos os homens. Se a seguirmos, seremos abençoados e também abençoaremos os outros, seremos verdadeiros instrumentos de Deus para anunciar as Boas Novas aos povos e levá-los ao conhecimento de Cristo. Então, será que temos sido esse instrumento mesmo?

O que as pessoas pensam quando olham para nós? Será que nós refletimos a Pessoa de Cristo? Será que temos nos tornado semelhantes a Ele, de glória em glória? Será que nossas palavras, atitudes e tudo o mais têm revelado quem somos? Ou as pessoas se espantam ao saber que somos cristãos? Ou isso é quase inacreditável, porque nossa vida em nada (ou quase nada) difere da vida de pessoas não-cristãs?

Não, sem dúvida não são as manifestações externas (palavras, atitudes, aparência) que nos fazem verdadeiros cristãos! Absolutamente! Porém, se o Espírito Santo tem operado mudanças e renovações em sua alma (mente e coração), naturalmente isso irá gerar transformações externas. Não há como seu interior estar sendo transformado de glória em glória e nada acontecer com o que você tem externalizado, nada acontecer com o que as pessoas estão experimentando ao estar com você! Uma mudança externa não significa uma mudança interior, mas uma mudança interior (verdadeira) sempre virá acompanhada de mudanças exteriores. É automático!

E eu tenho podido perceber isso no que diz respeito a modéstia. Não, eu não acredito que o fato de nos vestirmos assim ou assado nos faz mais cristãos, mas o fato de estarmos dispostos a seguir o Senhor em todas as áreas da nossa vida, isso sim faz a diferença e deixa marcas! De qualquer forma, tenho entendido a importância de refletirmos o SENHOR em tudo o que somos e fazemos, em vivermos de tal forma que as pessoas possam ver algo de diferente em nós.

Aí entra o evangelismo! Nossa maior arma de evangelização é a nossa VIDA! De que adianta falarmos da Bíblia e termos uma enorme capacidade de persuasão se, com a nossa vida, contradizemos tudo o que pregamos? Se nossa vida não reflete o que nossas palavras propõem? Não adianta! Você, além de não evangelizar, ainda será contra-testemunho! Você acabará afastando as pessoas de Deus!

Confesso que, juntando modéstia e evangelismo, vivi uma experiência não muito boa há pouco tempo. Pessoas muito próximas a mim, católicas, vieram questionar minha maneira de vestir, porque eu estava "me vestindo mal" e porque minha aparência não estava "adequada" (para meu trabalho, por exemplo). Elas comentaram que, se eu queria parecer "mais crente" com minha maneira de vestir, se eu queria convencê-las daquilo desse jeito, não estava adiantando de nada, porque isso só as estava afastando mais.

Aquilo me chocou completamente!!! Eu fui orar e buscar em Deus o que havia de verdade em todas aquelas afirmações, e se havia algo que eu deveria mudar (na verdade, eu sabia que havia, já eu estava sendo fonte de contra-testemunho de alguma forma). Mas o Senhor me revelou que, como eu já sabia, eu não estava errada em querer viver a modéstia, e buscar altos padrões pra isso em minha vida como forma de honrá-lo e proteger meus irmãos, e que eu não estava querendo usar isso como uma fonte de "afirmação da minha fé diante dos outros". Não, isso era mentira, cilada de Satanás pra enganar a minha alma. Porém, havia uma verdade naquilo - algo estava mesmo errado! E eu não entendia o que era. Até que fui ler a Bíblia e me deparei com o seguinte texto:

"Porque, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível. Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus; para os que vivem sob o regime da lei, como se eu mesmo assim vivesse, para ganhar os que vivem debaixo da lei, embora eu não esteja debaixo da lei. Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para ganhar os que vivem fora do regime da lei. Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns. Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele." (I Coríntios 9:19-23)

Então entendi que o que eu estava fazendo (buscando viver a modéstia segundo a vontade de Deus) não estava errado, mas a forma como eu estava buscando fazer isso estava em parte errada. Porque eu estava tão preocupada em viver o mandamento, que acabei me esquecendo o que estava ao meu redor. Estava tão preocupada com a modéstia, que esqueci as pessoas que conviviam comigo, aquelas que não entendiam o que eu estava entendendo, e a forma como essa mudança brusca poderia afetá-las. E realmente afetou. As pessoas passaram a se sentir excluídas desse "novo estilo de vida", como se o que elas pensassem não tivesse a menor importância, porque eu tinha decidido seguir um caminho diferente. Elas sentiam como se eu as tivesse desprezando, e o grande problema é que meu comportamento realmente as estava fazendo sentirem assim, ainda que esse não fosse o meu objetivo, ou que eu sequer imaginasse isso.

E precisei me arrepender por isso, ainda que a minha busca não fosse errada, ainda que meu propósito não fosse o de fazê-las sentir sem importância, ainda que eu sequer imaginasse que aquilo poderia estar acontecendo, o fato é que havia algo em meu comportamento que estava prejudicando a aceitação ao Evangelho, havia algo que não estava sendo testemunho, mas contra-testemunho. E esse algo era a falta de amor.

Sim! Ainda que buscando as coisas certas, minha forma de fazê-lo estava sendo influenciada por falta de amor. Porque eu havia deixado de olhar ao redor e me preocupar com os resultados que minhas ações estavam gerando nos outros, e como eu poderia dizer que os amava se minhas ações não mostravam isso? Então entendi que para viver segundo a vontade de Deus, mais do que vontade de obedecê-Lo, precisamos de muita SABEDORIA para fazê-lo. E é o que tenho pedido a Deus. O simples fato de ter mudado minha forma de vestir ou de me apresentar externamente estava gerando divisão entre eu e as pessoas que eu amava e que me amavam também, porque parecia que eu não queria mais saber da opinião de ninguém sobre nada. E isso não era verdade!

Então, buscando essa sabedoria em Deus, descobri que algumas vezes precisamos fazer o que Paulo fez. Fazer-nos fracos para com os fracos, como que sem lei para os que estão sem lei, ou debaixo da lei para os que estão debaixo da lei, ainda que não sejamos fracos, sem lei ou debaixo da lei. Algumas vezes precisamos fazer algumas pequenas concessões, sempre tendo o cuidado de não abrir mão da Vontade de Deus para satisfazer homens, com sabedoria. Concessões que abram o caminho para a nossa pregação, que preparem o coração dos homens para receber a Verdade, que nos ajudem a nos achegarmos a eles.

Foi o que tentei fazer. Não abro mão de viver a modéstia, e também não vou baixar meus padrões porque os outros não concordam com eles. Porém, posso atender a algumas de suas opiniões, solicitar suas sugestões, fazê-los participar das minhas escolhas, e tentar sempre que possível conciliar as duas coisas. Por exemplo, reclamaram que eu não comprava roupas novas, que ia trabalhar desarrumada, "com a mesma cara que eu acordava", que tinha que me arrumar porque eu era "professora", etc, etc, etc. Então, o que eu poderia fazer a respeito? Separei um dinheiro para fazer compras, pedi a ajuda dessas pessoas na escolha das roupas, saímos juntos para comprá-las, passei a usar um pouco de pó compacto pra ir trabalhar, enfim. Eu, pessoalmente, não me importo se as pessoas acham minha aparência adequada ou não, o que há de importante em mim está muito além disso e quero que as pessoas entendam isso (o que geralmente ocorre). Se eu fosse escolher unicamente por mim, não teria gasto todo esse dinheiro com roupas, me preocupando com minha aparência, teria comprado livros, dvds de estudo, etc. Porém, ainda que essa não fosse a minha prioridade, era uma forma de abençoar as vidas dessas pessoas. Era uma forma de testemunhar o amor de Deus a elas.

E deu frutos! Isso nos aproximou novamente, através desses pequenos atos concedi uma certa liberdade de opinião a elas de novo e isso, sem dúvida, deve alcançar os corações delas muito mais do que uma simples roupa.

Portanto, modéstia é muito mais do que a roupa que vestimos. Eu me preocupo muito com as roupas que visto, muito mesmo, porque isso também espelha a Presença de Deus em mim e, por isso, deve ser algo importante pra mim. Porém, não posso esquecer do resto, não posso esquecer de cuidar de meus irmãos em todos os outros aspectos, e não posso esquecer de, por todas as formas, ser cooperadora do Evangelho.

Não podemos abrir mão de nossos padrões para agradar a homens. A Palavra é clara quanto a isso. Mas devemos sempre, em tudo que decidirmos ou fizermos, amarmos a Deus sobre todas as coisas, e ao nosso próximo como a nós mesmos.

O Amor, associado ao testemunho, é o melhor evangelismo que podemos fazer.

Que nosso Deus os abençoe em todo o tempo!

Paz!

2 comentários:

Robson Lima disse...

Oi!

Bom, quanto ao seu post dentro do meu post, n se preocupe, é pra esse tipo de coisa que o blogger.com exite. Viva a falta de limite de caracteres! =)

Sim, vc captou bem o que eu quis dizer, ou parte ao menos (nem eu entendi algumas coisas que eu escrevi, eu n estava mto "no lugar" quando escrevi aquilo tudo - alias, vc foi a unica até agora q n achou o txt engraçado, suponho q isso seja bom. Acho q vc já percebeu q bater na tecla da individualidade contra a massa é uma das minhas constantes. E sim, tb espero voltar àquele assunto em breve.

Amanhã comento com calma, mas adianto q gostei mto, e me deu o q pensar...
a Paz!

Leandro disse...

Gostei do post, Aline!

Resume bem os dois tipos de comunicação. Você estava certa na comunicação tópica (a modéstia é DEVER de uma moça de Deus), porém estava errada na relacional, enviando mensagens truncadas da sua "identidade".

Continue buscando a modéstia em seu coração! Bênçãos!