sábado, 21 de fevereiro de 2009

Coração de servo...

Que texto maravilhoso acabei de ler!!! Uma carta de uma mãe e um pai de um adolescente que decidiu entregar a sua vida para servir a Cristo nos confins da terra! Uma família que abriu mão de seus próprios corações, para que o coração de Jesus reinasse em suas vidas!!! Que coisa tremenda!!! Sem dúvida: "Não existe maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus irmãos"... Vale à pena ler...
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*Relato sobre o chamado de um Revolution Teen:
A história de uma família e de uma igreja se convertendo à História do Reino


Sou uma pernambucana de 41 anos, casada, há quase dezoito anos, com um cearense chamado Isael. Temos três filhos: Danielle com 16 anos, Samuel com 15, e Aline com 13. Nossas famílias de origem, foram-se tornando, aos poucos, evangélicas – uma típica família de classe média, que gosta de freqüentar a igreja, passear com os filhos, festejar aniversário, estudar, e fazer e conservar amigos!
Isael é advogado, da Superintendência Jurídica do Banco do Nordeste, e eu, psicóloga clínica e professora da Universidade Federal do Ceará. Mas, aqui, nos apresentaremos com o que há de mais forte nos nossos corações: eu, como uma mãe narradora, que gosta de tecer cenas, falas e personagens de nossa vida, através dos fios do amor Divino que lhe dão sentido, e Isael, como um “repentista” que gosta de expressar, em versos e prosa, os detalhes e segredos de nossas cenas familiares e comunitárias!
Quando a história que se segue aconteceu, nós vivíamos um tempo comum de desenvolvimento conjugal, familiar, pessoal, profissional e ministerial: eu, cursando doutorado em psicologia clínica (sobre famílias migrantes), na Universidade de Brasília, e envolvida com a formação de um grupo de psicólogos evangélicos; Isael, gerenciando um setor de muita responsabilidade no Banco e envolvido, como presbítero, com a vida da Igreja Presbiteriana de Fortaleza; nossa filha mais velha começando a se preparar para o vestibular, e nossos filhos mais novos descobrindo vocações, oportunidades e novos amigos a cada dia!...
Após o primeiro dia da última conferência missionária de minha igreja, meu filho Samuel me disse: “Mãe, amanhã o pastor David vai falar sobre uma coisa que é tudo o que eu quero ser! Mãe, eu não quero ser um profissional importante, famoso ou rico... eu quero ser o que você vai ouvir amanhã!” Contei para o meu marido sobre o pedido do nosso filho e fomos à igreja no dia seguinte. Fiquei atenta... Com o que eu conhecia do Samuel e também de Deus, não dava para negar a revelação de propósitos eternos que estava acontecendo ali!
Eu me lembrei, então, do meu próprio chamado quando eu tinha 14 anos, a mesma idade do Samuel... quando eu escrevera: “Sabe, Pai... eu não percebi que Tu querias fazer de mim uma missionária agora... eu pensava que era pra quando eu tivesse mais velha... Foi uma surpresa quando me disseste que Tu querias me dar uma missão tão cedo... mas, foi maravilhoso também”! Naqueles primeiros anos de minha adolescência eu estava experimentando um avivamento, e dos mais autênticos: daqueles que envolve adoração, estudo da Palavra e obediência ao “ide”... mas eu não encontrei a rede de enviadores necessária para dar continência e sustentação ao meu chamado... Lembro da minha sede quando comecei a ler a Bíblia: em menos de um mês, eu tinha lido todo o Novo Testamento, marcando tantos versículos inesquecíveis, enquanto o próprio Deus marcava, para sempre, meu coração! E agora... Samuel tinha, em menos de quatro meses, em meio à oração e adoração, de dia e de noite, em seu quarto, lido a Bíblia inteira por duas vezes! Ele testemunhou várias vezes que essa Palavra o fortalecia de modo indescritível: ofertá-la aos que nunca a viram, colaborar para que existam Bíblias na língua de pessoas que estão desprovidas de tudo (e do que é mais fortalecedor: a Palavra de Deus), tornou-se o principal objetivo de sua vida.
Mas eu não imaginava a revolução que aquela conferência missionária seria para minha família e minha igreja! Chegamos em casa e, a partir daquele dia, o culto doméstico virou uma “terapia de família”! Lembro do dia em que eu trouxe, particularmente, uma fraqueza minha: “Samuel, eu sei que sou capaz de te amar e de comunicar o meu amor por você à distância; mas, filho, eu não sei se conseguirei sentir o seu amor, você não estando perto de mim”... Eu chorava muito... eu sabia que eu tinha mesmo aquele problema de não me sentir amada de vez em quando... Todos choraram e oraram por mim... e naqueles dias, vez por outra, Aline, minha filha mais nova, me perguntava: “mãe, você tá conseguindo se sentir amada?” Sim. Eu estava sendo tratada! E, confesso, foi muito bom, alguns dias depois, quando, já na Horizontes, Samuel me disse: “mãe, eu não sabia que amava tanto vocês!”... Na verdade, a “terapia intensiva” atingiu toda a nossa casa: estávamos sempre confessando nossas fraquezas e pedindo ajuda uns aos outros... Meu marido e eu passamos a estar muito mais juntos: era como um segundo parto, só que dessa vez doía nos dois... ou, eu poderia dizer, nos cinco! Nosso amor estava-se tornando mais profundo e mais extenso: era por isso que o coração parecia estar-se dilatando... Mas, a conjugação de forças neste parto não parou por aí: uma rede de enviadores começou a se formar envolvendo a nossa família extensa e outras pessoas de várias igrejas e lugares!
Deus já havia começado a trabalhar a conversão entre mim e minha mãe... mas nós nunca havíamos experimentado tamanha concordância como nestes últimos tempos! E isto tem envolvido toda a nossa família extensa! É como meu marido testemunhou recentemente: “Nunca nos sentimos tão família como estamos sendo hoje, e isso inclui, meus sogros, cunhados, irmãos...”.
Muitas de nossas cenas de vida têm sido desveladas... Lembro de terem me contado que a mãe de meu marido, uma mulher sertaneja, numa terra desconhecida do Ceará, há tanto tempo atrás, teve uma visão, uma rara visão para o local e tempo em que vivia: Seus filhos deveriam deixar os pais e irem a uma terra, para ela, muito distante, e, diante da escassez de dinheiro, transporte, comunicação, etc., era provável que ela jamais conhecesse a nova habitação dos filhos, ou mesmo, pudesse recebê-los de volta... O que faria uma mulher, naquelas condições, enviar seus filhos assim? Por que ela não os manteve consigo? Meus olhos repousaram sobre Isaías 37:5b: “filhos estão para nascer e não há forças para dá-los à luz”... D. Francisca morreu enquanto dava à luz o seu último filho: uma mulher que colocou todas as suas forças para não conter seus filhos, mas antes, fazê-los se projetarem para além dela mesma!
Isael, meu marido, em particular, sofreu muito nos dias do chamado de Samuel, associando a saída de nosso filho a uma perda semelhante à separação que acontece na morte... Sua história estava inspirada, até então, na perda de sua mãe, de sua terra natal, do clima de família que, por tão pouco tempo, ele havia experimentado no início de sua vida e, por isso, era como se ele visse, agora, todo o seu sonho de família desmoronar... Mas, seu coração, inicialmente bloqueado, foi sendo “puxado”, “re-puxado” até que uma nova concepção de amor e de família começou a emergir: uma família cujos laços de amor transcendem ao espaço e ao tempo! Tenho podido testemunhar a transformação de meu marido (freqüentemente expressa pelos seus repentes cheios de revelação), bem como do sentido de sua vida, de seu jeito de experimentar família e de seu modo de ser igreja no mundo!


Eu sou filho do Deus Altíssimo
O meu nome é Isael,
Mas agora estou lhes falando
Como pai de Samuel,
Que está indo pra missões
Porque agora suas ocupações
São com os proclamas lá do céu!

É lutando contra os sentimentos
De quem não quer se desgarrar
Que estou liberando Samuelzinho
Pra outros vôos ele alçar;
Iniciando a preparação
Para um dia na tradução
Da Bíblia Sagrada, trabalhar.

Esse chamado especial
De meu filho adolescente
Para missão transcultural
Assim, tão de repente,
Abalou minha estrutura
Porque, nesta literatura,
Sou um pai muito carente...

O meu filho é muito jovem,
Mas seu coração é grandioso!
Carrega dentro de si
Um desejo ardoroso
De levar alguém a Cristo,
E eu sei que também nisto
Será um homem vitorioso!

(...)

Sabemos que Deus quer tomar as nossas vidas como “ligas” para fazer alianças de amor, e Ele tem começado isso entre nós, através de nossas conversões uns aos outros. Assim, quando minha filha caçula, Aline, naqueles dias, tal como o Samuel, revelou seu desejo de ir, eu não estava conseguindo perceber o chamado dela... e também, conversando, chegamos à conclusão que ela não estava revelando seu coração a mim; então, eu, por minha vez, não a conhecia o suficiente... Eu sabia que tinha três filhos e que precisava ter forças para dá-los à luz, ainda que isto pudesse significar dois, ou até três partos, muito próximos um do outro! Assim, fiz o que pude: me muni da oração e do compartilhar, como inspiração para nossos encontros, para que Deus vertesse nossos corações ao Seu grande coração, convertendo “o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais” (Ml. 4:6).
Temos desejado viver abençoada e abençoadoramente, e compreendemos que a conversão entre nós mesmos é o princípio disso! Assim, temos experimentado uma nova dimensão em nossa vocação de casal e de família: a de quem ama por conversão e a de quem vive uma história que vai além da nossa história particular! Fazemos parte da história do amor de Deus pelo mundo todo!
Particularmente, eu guardava uma certa tristeza pelo fato de não ter encontrado a rede de enviadores em meu chamado adolescente... Mas, agora, vendo meus pais (agora mais unidos do que nunca!), antes tão “preservadores” da família junta, ajudando a estender o laço de amor de nossa família (através de seus recursos financeiros, oração e posicionamento diante de outros), me faz quebrantada diante dAquele que faz o amor ver muito além do que estamos acostumados! O “círculo” (familiar) não se desfez (nunca se desfará!), mas ele se abriu, se estendeu – e é justamente por isso que nunca se desfará: porque não é “preservando-o”, mas, abrindo-o à História do Reino, que se torna possível eternizá-lo!
Mamãe diz que tem “uma dívida” com missões: ela também experimentou um chamado adolescente. Juntas, temos entendido que Deus está vocacionando, de alguma forma, os seus dez netos! No momento em que narro esta nossa história, um dos meus irmãos e toda a sua casa, têm vivido as preparações para o envio da filha Ramille ao Revolution Teen. Como tem sido bom encontrar-me com minha família em um lugar sem medos... É... “o perfeito amor lança fora todo o medo” (I João 4:18)! Por isso, para quem está vivendo de perto estas coisas, não há dúvidas que é Deus – o Amor – Quem está fazendo isso!
Sabemos que é um tempo especial de preparo para os nossos filhos e Deus tem-nos mostrado novos parceiros na responsabilidade de educá-los para a vocação a qual estão sendo chamados. Temos consciência de nosso papel de pais. Nos 15 anos de nossa filha mais velha (que também tem mantido a consciência do chamado ao mesmo tempo em que se prepara para ingressar no curso de medicina) firmamos o voto de “oferecermos as nossas vidas para escutar a Deus e escutar a ela, para obedecer a Deus e ajudá-la a obedecer-Lhe também, entregando-nos à vocação de sermos seus pais – discernindo a vontade de Deus para sua história... e à vocação de sermos seus irmãos – discernindo o seu lugar na história do Reino de Deus aqui na terra”. As mesmas palavras declaramos ao nosso filho Samuel em seu envio. Agora, no entanto, estamos muito mais conscientes de que Deus usa parceiros na educação deles: é assim que vemos o Revolution Teen! Samuel tem experimentado, em quatro meses, uma dimensão de vida muito mais ampla e afinada à vocação a que foi chamado, e onde seus talentos (com línguas, computação, literatura, etc.) têm podido ser multiplicados para a glória de Deus! Ele tem tido oportunidade de conhecer professores internacionais e de compartilhar sua visão e motivação em seminários, televisão, rádio, igrejas, universidades, etc., despertando e sendo despertado no chamado de fazer o nome de Jesus conhecido em toda o mundo, descobrindo e discernindo uma vida de adolescente, família e igreja com propósitos eternos!
Junto aos nossos novos parceiros na educação dos filhos, encontramos um caminho na vocação da Aline também: que ela investisse durante um ano no estudo dos módulos do Curso de Missões Transculturais à Distância (CEMTD), buscando, a cada dia, a confirmação de seu chamado para o Projeto Revolution Teen, através do esforço de conhecer mais e também do compromisso de viver a conversão de nossas vontades e entendimentos ao plano de Deus!
Acompanhando Aline tenho aprendido muito sobre Deus e Seus métodos personificados de chamado! Samuel teve uma experiência rápida, de menos de quatro meses... Neste tempo, ele leu vários livros, fez vários módulos do CEMTD, pregou e apresentou algumas vezes na igreja o que estava aprendendo sobre missões transculturais, bem como aquilo que lhe estava emergindo como projeto de vida para os seus próximos anos: Deus deu a ele uma experiência pública em seu chamado... Já Aline, há oito meses, registra secretamente em um caderno suas idéias, leituras, aprendizados e propósitos, desenvolvendo, através de reflexões e conversas, suas convicções, sonhos, percepções da vontade de Deus, e sentimentos diante de nós, de sua igreja e das mudanças que temos experimentado...
Temos, também, entrado em contato com vários adolescentes e famílias cristãs que têm sido tocados por esse chamado. Temos aprendido a importância da rede de mantenedores, da família de enviadores, da sinergia da igreja para o “parto” de novos enviados! Temos entendido melhor também alguns elementos do contexto onde “não há forças para dá-los à luz” (Is. 37:5b) – por exemplo: algumas vezes, a relação adulto-adolescente acontece como um ciclo vicioso e paralisante, onde pais esperam que seus filhos expressem segurança e determinação para que possam aprová-los, enquanto estes esperam pela aprovação dos pais para que possam tomar iniciativas! Sabemos que as certezas de um adolescente não se sustentam numa mesma estrutura de pensamento que as certezas de um adulto... mas, muitos de nós temos exigido esse modo de expressão, levando nossos filhos à confusão e ao desânimo diante de algo que eles não podem explicar pelo nosso velho modelo lógico-matemático de causa-efeito! Escutando-os, porém, encontramos uma forma singular de expressão de convicção, a qual se sustenta em uma diferente “visão” de mundo: “vossos filhos e vossas filhas profetizarão... vossos jovens terão visões” (Joel 2:28b)!
Neste espírito, o pastor Marcos Braga, da minha igreja, tem-nos lembrado algumas histórias de jovens e crianças chamados por Deus, como a de Josias que, aos oito anos de idade, reinou sobre a nação de Israel, num período de crise, e foi usado para restaurá-la. Discernindo estas coisas, meu pastor nos deixou o seguinte alerta: “quando Deus começa a agir em jovens, assim, é porque coisas tremendas Deus quer fazer”!
Certamente não é natural ver um adolescente, antes tão envolvido na música – tanto que até arrefeceu o interesse pelas coisas de Deus – dizendo, agora, que “venderia seu piano para servi-lO onde Ele quiser” (Filipe, 14 anos)! Ou uma menina, que tendo sonhado com uma festa de 15 anos, como as que suas irmãs tiveram, dizer que a “renunciaria para ir para o Revolution Teen” (Ramille, 14 anos)! Ou ainda, uma outra adolescente que criou uma forma de jejum missionário inédita, visando buscar a conversão de seus pais ao seu chamado, ao mesmo tempo em que usa suas possibilidades para abençoar missões: “Eu jejuo pelo menos duas vezes na semana... eu jejuo de manhã no colégio e, pra ser melhor ainda, o dinheiro que eu compraria comida, vai pra o meu cofrinho do Revolution Teen!!!” (Eloíza, 14 anos).
Sim! São muitos e muitos os testemunhos de adolescentes e jovens que temos tido a oportunidade de ouvir: “Um grande desejo que está fluindo no meu coração é o de chegar pra Deus e dizer que cumpri a missão e o privilégio que Ele me deu” (Aline, 13 anos). “Eu estou entendendo que o Senhor está me chamando, pois Ele vem confirmando para mim através da Bíblia em Isaías 42, Gênesis 12:1-3, Isaías 45, Romanos 15:21” (Juliana, 13 anos). “Na vida nós fazemos muitos planos, mas é Deus quem dá a palavra final. Que Deus faça a vontade dEle na minha vida. Meu coração está disposto para a vontade dEle” (Bruno, 16 anos). “Eu vou esperar... o que Deus quiser fazer, eu estou disposto, mas eu tenho muita vontade de ensinar a Palavra dEle para outras pessoas” (Hemerson, 14 anos). “...Eu me separei um pouco das pessoas e fui pedir a Deus que Ele me mostrasse algo na Sua Palavra; aí, quando eu terminei de orar, eu fui abrir a Bíblia, e Deus me mostrou alguns textos que foram: Jr. 22:20-23; Mc. 6:45-52; Hc. 2:1-4” (Carol, 16 anos). “Deus quer, primeiro de tudo, de mim, um coração obediente; segundo, que eu aprenda a confiar nEle; terceiro, que eu entenda que o meu tempo não é o tempo de Deus; quarto, que o meu futuro pertence a Ele; e quinto, que eu seja missionária: disso eu não tenho dúvida!” (Renatinha, 14anos).
Por isso, está claro que nós não somos “uma família exceção”! Tão-somente, nós e tantos outros, temos sido alcançados pelo velho princípio bíblico: o chamado de servir no Reino de Deus, caminhando através de atos de conversão, providos pelo próprio Espírito Santo, a fim de, em toda a terra, tornar conhecido o Grande Reconciliador entre Deus e os homens!
Neste processo, a oração passou a ser em nossas vidas, não somente um instrumento de bênção, mas um vínculo indispensável entre nós. Certo dia, eu compartilhei com Samuel: “Filho, sinto tanta falta dos nossos papos de madrugada... Sabe, filho, agora, fico falando com Deus... e, às vezes, eu digo pra Ele: Deus, diz pra o Samuel isso e isso!” E Samuel respondeu: “E Ele fala mesmo, mãe!”... É! Acho que eu poderia descrever a minha experiência como mãe de Revolution Teen assim: antes eu me sentia “a cuidadora número um” na vida de meus filhos, e Deus, Ele era Alguém que “complementava” os meus cuidados! Agora, Deus é o Verdadeiro Cuidador... e eu, eu sou alguém para quem Deus pergunta sempre: “você tá conseguindo se sentir amada?” E eu digo: “Pai, eu não sabia que amava tanto Você!”
Recentemente, conheci a história do Hernando, um jovem de uma pequena cidade do interior do Ceará (Acaraú), que, há cerca de três anos, crescia dentro de si o desejo de tornar-se um “Revolution Teen”! Um dia, não suportando mais ficar quieto, pegou o dinheiro que tinha e disse para sua mãe que iria a uma cidade próxima falar com o Pastor David, que se encontrava lá. O dinheiro daria apenas para a sua passagem de ida, mas, vendo-o resoluto, a mãe foi atrás de conseguir o dinheiro da passagem de volta, acumpliciando-se, assim à viagem de seu filho. Aquele passo do garoto deflagrou ainda uma sucessão de fatos, bem como a formação de uma rede de enviadores, levando-o a cumprir – em apenas um período de cerca de duas semanas – os requisitos necessários para partir para a Missão. Durante o culto, após o qual, Hernando seguiria viagem para a Horizontes, sua mãe chorava muito. Aproximei-me dela como quem pergunta “tudo bem?”, e ela, chorando com mais convicção ainda, declarou: “Eu choro e louvo!”. Aos poucos, algumas mães foram-se juntando a Silvandete, identificando-se com ela naquela “dor-privilégio”. Pensei naquela hora: “Filhos estão nascendo e, na unidade do corpo de Cristo, há forças para dá-los à luz”! Nesta unidade, a amizade se faz pelo compromisso! Lembro de minha amiga Eliza dizendo: “Quero aproveitar o chamado deste rapaz (Hernando) para não ficar só contemplando o que Deus está fazendo! Quero participar!”
Mas está cada vez mais claro que esta experiência não é exclusiva das mulheres... Todos estão sendo convocados a participarem do nascimento de nova geração: uma geração com propósitos eternos. Os versos de abaixo continuam testemunhando isso:

(...)

Há muitos não-alcançados...
O desafio é global!
Há necessidade de obreiros
Para a missão transcultural...
Mas quando Samuel decidiu partir
Eu comecei a me sentir
Numa crise existencial...

Samuel tem o meu apoio
E também a minha oração;
O meu gemido inexprimível
Resultado da intercessão!
Mas, eu não posso negar,
Que Samuelzinho vai levar
Parte do meu coração...

Está sendo muito difícil
Absorver sua partida...
Meu coração está apertado,
Minha alma está abatida
E, é com muita emoção,
Que eu clamo por oração
Também para a minha vida!

Com o quê me apresentarei ao Senhor
Quando Ele chamar por Isael
Na entrada triunfal
Dos que hão de herdar o céu?
Então eu responderei:
Meu Senhor eu te entreguei
O meu filho Samuel!


E a história continua... Vejam o testemunho do Isael, hoje:


Há muito tempo sou crente
O meu nome é Isael
Mas, foi depois do chamado
Do meu filho Samuel
Que me fiz mais reflexivo
E muito mais contemplativo
Das coisas lá do céu.

Tenho sentido tantas coisas
Que outrora nunca senti...
Tenho chorado muitas lágrimas
Que antes nunca verti...
E olhando para o passado
Tenho até me perguntado
Como foi que sobrevivi?

Não há mandamento mais sublime
Do que o “ide” de Jesus
Para anunciar as boas-novas
Do Evangelho lá da cruz
E com isto fazer missões
Resgatando as nações
Das trevas pra a luz!

Deus está olhando o Ceará
De uma forma especial
Pois o que estamos vendo cá
É algo sobrenatural...
Adolescentes despertados
Querendo ser enviados
Para missão transcultural.

Quem se lança a fazer missões
Deve fazê-lo com amor
Cuidando para não apagar
O Espírito do Senhor
Pois aquele que fizer isto
Ao nome de Jesus Cristo
Com este ato já negou!

Oramos, pedindo a Deus
Para que abra a cortina
De países como a Coréia
A Indonésia e a China,
Provendo também salários
Para os missionários
Da igreja peregrina.

O que o Senhor quer de nós?
É a pergunta que não quer calar
A seara é muito grande
Mas trabalhadores não há
Então o tempo é agora
Não há chance pra demora
Eu já tenho um filho lá!

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