quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Dor e Alegria: Este Ciclo Constante

Revelações do amor divino

[Juliana de Norwich]

"Ele me mostrou um grande prazer espiritual sentido na alma, e nele eu estava repleta de eterna certeza, firmemente sustentada, sem nenhum terror doloroso. Esse sentimento era tão positivo e espiritual que eu estava inteiramente em paz, em calma e em repouso, de modo que nada na terra poderia me perturbar.

Isso durou pouco tempo. Depois fui transformada e abandonada à depressão, cansada da vida e aborrecida comigo mesma, de forma que só foi só a duras penas que preservei a paciência para continuar vivendo. Eu não tinha nenhum conforto, nenhuma calma exceto a fé, a esperança e a caridade, e essas eu tinha de fato, embora muito pouco as sentisse.

Imediatamente depois disso, o Senhor deu-me de novo conforto e repouso da alma, com prazer e certeza. Sentia-me tão abençoada e poderosa que nenhum terror, nenhuma mágoa, dor física ou espiritual que eu pudesse suportar poderia me abater.

E depois a dor voltou aos meus sentimentos, novamente seguida de alegria e prazer - primeiro uma coisa, depois a outra, em vinte ocasiões diferentes, calculo eu. Nas ocasiões de alegria eu poderia ter dito como São Paulo: "Nada me separará do amor de Cristo". E na dor poderia ter dito: "Senhor, salva-me. Estou perecendo!".

Essa visão foi-me concedida a fim de ensinar-me que para algumas almas é proveitoso provar essas alterações de estado de espírito - às vezes para receber conforto ou para minguarmos, ficando à mercê de nós mesmos. Deus quer que saibamos que ele sempre nos guarda igualmente a salvo, quer no mal-estar quer no bem-estar."


[Retirado do livro "A Biblioteca de C. S. Lewis: Seleção de autores que influenciaram sua jornada espiritual", de James Stuart Bell e Anthony P. Dawson - Editora Mundo Cristão. Pag. 17]

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